Com a poda correta, arbustos podem dar origem a “pequenas árvores” para enfeitar o jardim

Texto Marina Gabai

Um arbusto é, por Natureza, uma planta lenhosa e muito ramificada desde a base. Daí serem bastante usadas para compor cercas vivas, maciços e criar pontos de destaque em canteiros no jardim. Existe, porém, um jeito de alterar a estética da planta e deixá-la com visual totalmente diferente, similar ao de uma árvore, mas com o porte menor: basta conduzir e podar os ramos desde o nascimento da muda para transformá-la em arvoreta.

COMO CULTIVAR

Ideais para enfeitar pequenos espaços, que não comportariam plantas de grande porte, as “arvoretas” são versáteis e podem ser cultivadas tanto em vasos quanto em canteiros, como planta de destaque. O plantio da muda segue o padrão adotado para os arbustos em geral: abre-se um berço, que é preenchido com substrato fértil, e depois acomoda-se a muda. Veja agora como conduzir os ramos:

1. Com a planta ainda jovem, pode os ramos secundários, deixando apenas o ramo central. Dessa forma a energia ficará concentrada no ramo apical da futura arvoreta. O corte deve ser feito com uma tesoura de poda o mais reto possível – nunca de forma longitudinal, que deixa uma ferida maior na planta.

2. Em seguida, finque uma estaca de madeira perto do ramo e, usando uma fita de material sintético, como a borracha, amarre o caule ao tutor, com a fita cruzando entre eles, formando o número 8.  Fios de algodão não são indicados porque se desgastam rapidamente.  A estaca servirá de apoio para a arvoreta e impedirá que o caule se movimente com o vento. Continue cortando os brotos secundários sempre que necessário.

3. Para dar forma à copa da “arvoreta”, quando os ramos superiores começarem a bifurcar, pode-os de modo a manter apenas os maiores e que crescem para fora, pois eles vão deixar a copa mais larga. Corte os ramos que se cruzam, pois eles podem engrossar com o tempo e se friccionar uns aos outros, causando lesões na planta.

4. Durante alguns anos, os brotos secundários continuarão surgindo ao lado do caule principal e terão que ser cortados. Porém, conforme a “arvoreta” for envelhecendo, a tendência é que o número de brotos diminua, até desaparecerem por completo.

INÚMERAS POSSIBILIDADES

É grande a variedade de arbustos que podem ser cultivados como arvoretas. Confira algumas das principais espécies:

Primavera (Bougainvillea spectabilis)

Conduzir uma primavera como arvoreta é garantia de floradas intensas. As flores, que podem ser rosa, laranja, vermelhas e brancas, surgem durante boa parte do ano – exceto no inverno – com mais intensidade na estação que dá nome à planta.

Rosa (Rosa x grandiflora)

As roseiras ganham vida nova quando conduzidas como arvoretas. Podem ser cultivadas como plantas de destaque em canteiros, em vasos, e até formar renques junto a caminhos.

Bela-emília (Plumbago auriculata)

Por ser uma arbustiva muito ramificada, a bela-emília precisa de podas mais frequentes para ser cultivada como arvoreta. A copa fica cheia de flores azuis e delicadas em quase todas as estações do ano – com exceção do inverno.

Hibisco-colibri (Malvaviscus arboreus var. mexicanus)

É uma espécie muito ornamental e floresce o ano todo, produzindo flores vermelhas, tubulares e pendentes, que parecem pingentes pendurados
em meio às folhas. Atinge 4,5 m de altura.

Lantana (Lantana camara)

Os cultivares mais altos da lantana podem chegar a 2 m de altura e dão origem a exuberantes arvoretas, com flores muito pequenas que se agrupam em inflorescências de formato globoso.

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