Mais do que peças de segurança que iluminam o caminho, os balizadores são responsáveis por destacar o paisagismo à noite e tornar o jardim ainda mais belo

TEXTO LAURA NEAIME | FOTOS VALÉRIO ROMAHN

Embora muita gente os negligencie, os balizadores são parte essencial da iluminação de um jardim. Eles geralmente são dispostos ao longo de caminhos e escadas para garantir a segurança – mostram por onde o visitante deve andar – e embelezar o jardim com uma iluminação diferenciada.

Os balizadores, no projeto da arquiteta Sabine Morel, não só iluminam o caminho, como também dão destaque ao jogo de cores nos canteiros

A paisagista Walkiria Fernandes garante que qualquer projeto ganha muito em elegância e charme ao contar com balizadores bem posicionados. Afinal, eles não destacam apenas elementos do caminho, como também do entorno e do paisagismo. Um exemplo é este projeto da arquiteta paisagista Sabine Morel. Os pequenos postes de alumínio pintado destacam o mosaico de brilhantina (Pilea microphylla) (1) e periquito-anão (Alternanthera dentata) (2) nos canteiros, além, é claro, de iluminar as pisadas construídas com tijolos.

Para o resultado ficar agradável é preciso, na hora de planejar a inclusão desses elementos no projeto, analisar o efeito desejado, o tipo de balizador que melhor se adapta ao jardim e a energia consumida.

Os modelos com aletas são bastante comuns e discretos, enquanto os de madeira têm estilo rústico

DE RÚSTICO A MODERNO

Assim como os móveis e demais elementos que compõem o jardim, os balizadores devem harmonizar com a decoração. Em geral, as estruturas medem até 70 cm, o suficiente para iluminar o caminho sem interferir na paisagem ao redor.

 Entre os modelos mais comuns estão os chamados balizadores com aletas, que são mini-postes cilíndricos com uma estrutura em camadas que cobre a lâmpada, protegendo o vidro e dando charme à peça.

 Outro tipo comum é o que usa madeira de demolição para sustentar a luminária. Além de ser ecologicamente correta, a peça rústica tende a se integrar muito bem ao paisagismo do entorno. Tais peças são encontradas prontas nas lojas, mas também é possível confeccionar modelos exclusivos. Nesse caso, dá para escolher o tipo de lâmpada que será embutida e até criar uma cobertura de vidro fosco, para um acabamento diferenciado.

 Quem quiser fugir do tradicional e inovar na hora de criar os balizadores pode apostar em uma estrutura semelhante a um abajur para dar graça à escada, como fez Walkira Fernandes. Outra dica – esta para dar um ar tropical ao jardim – é fixar o sistema de iluminação com cordas de sisal em finas hastes de madeira, como no projeto de Claudia Casela.

Dependendo do estilo do jardim, é possível inovar nos balizadores, apostando em pequenos “abajures” ou em luminárias amarradas em hastes de madeira

COM QUE LÂMPADA EU VOU?

Além do modelo do balizador, que deve combinar com o estilo do jardim, é importante escolher o tipo de lâmpada que será usado, pois isso influencia diretamente no efeito obtido e no preço.

A opção mais barata são as luminárias com lâmpadas comuns próprias para uso em área externa. Porém, elas consomem mais energia e, geralmente, não permitem direcionar o feixe de luz. Se o modelo escolhido for do tipo arandela, é possível trocar a lâmpada comum por uma fluorescente, que é mais econômica.

As arandelas podem receber lâmpadas comuns e fluorescentes e criam uma iluminação mais difusa. O holofote par 20 é uma opção para quem quer uma iluminação potente. Já os balizadores led são mais econômicos.

Para quem busca uma iluminação mais forte, o holofote par 20 (com potência de 20 watts) é a melhor opção. Mas, assim como as lâmpadas tradicionais, eles têm consumo elevado. Os balizadores com luminária led são indicados para quem quer uma iluminação elegante e sofisticada e ainda têm a vantagem de gastar pouca energia. Porém, são os mais raros dentre todas as opções.

Para garantir um bom resultado, é preciso prever a instalação dos balizadores ainda na elaboração do projeto do jardim

CUIDADO COM OS BALIZADORES

Assim como os demais elementos de iluminação do jardim, os balizadores devem ser previstos ainda na fase de projeto e implementados antes do plantio de qualquer espécie. Walkiria Fernandes explica que é preciso ter um cuidado especial com a parte elétrica: “Os fios devem ficar no subterrâneo, protegidos por um conduíte”. Para maior segurança, a fiação pode ser coberta por uma camada de concreto, para que não haja o risco de ela ser atingida em futuras reformas no jardim.

Também é importante cuidar da manutenção dos mini-postes. Se eles forem de madeira, por exemplo, terão de ser envernizados periodicamente. Walkiria, que é adepta do material e costuma criar ela própria os balizadores usados em seus projetos, recomenda o uso de madeira de demolição ou eucalipto autoclavado.

Independentemente do modelo escolhido, uma coisa é certa: quando a noite cai, nada é mais belo – e mais seguro – que um jardim repleto de caminhos bem iluminados.

O cuidado com a fiação é essencial para a segurança: os cabos devem ser conduzidos dentro de conduítes e, se
possível, cobertos por uma camada de cimento, para evitar que sejam atingidos em uma futura reforma no jardim

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