Casa alia elementos contemporâneos e tropicais para servir de refúgio em plena Grande São Paulo

Texto Heloísa Cestari | Fotos Valerio Romahn | Produção Aida Lima e Beth Macedo | Projeto Caterina Poli

Quando os proprietários desta casa na Granja Viana, em Cotia, SP, resolveram encomendar um projeto paisagístico para os 800 m² de área externa, a ideia era trazer um pouco da atmosfera praiana ao nobre distrito da Grande São Paulo. Para proporcionar o frescor da vida à beira-mar mesmo estando a mais de 100 km do litoral paulista, a arquiteta paisagista Caterina Poli misturou estilos e abusou de espécies com folhagem exuberante e fácil manutenção. “Fiz o jardim tropical com toques de contemporaneidade para combinar com a arquitetura”, explica.

Espelhos d’água, pergolados e uma grande piscina, de 70 m², completaram a missão de levar os bons ventos do litoral para dentro do condomínio.

SOMBRA E ÁGUA FRESCA

A piscina de 70 m2 com bordas arredondadas de mármore travertino é a atração central do jardim tropical, que conta com ambientes de estar tanto para quem quer curtir o sol quanto para os que preferem a sombra do pergolado

A espaçosa piscina de 1,40 m de profundidade que conta com prainha, espreguiçadeiras, cascata e degraus para facilitar o acesso já garante, por si só, a sensação de estar à beira-mar. Projetada pelo arquiteto Jairo de Sender, a estrutura é revestida com pastilhas de porcelana Verde Antilhas, da Jatobá, e tem bordas de mármore travertino.

Para que o paisagismo completasse o clima litorâneo, Caterina Poli recorreu a uma profusão de plantas ornamentais. No canteiro que envolve a cascata, por exemplo, foram usadas alpínias (Alpinia purpurata) (1) e bromélias-imperiais-rubras (Vriesea imperialis ‘Rubra’) (2), entre outras espécies.

Um caramanchão coberto pela trepadeira sapatinho-de-judia (Thunbergia mysorensis) (3) faz as vezes de varanda e se integra visualmente ao solário onde a mesinha branca de alumínio e tampa de vidro foi acomodada junto a um escultural pândano (Pandanus utilis) (4). O também escultural jasmim-manga (Plumeria rubra) (5) forrado por dianelas (Dianella tasmanica ‘Variegata’) (6) completa a composição.

Um outro pergolado menor abriga uma saleta de estar circundada por um espelho d’água. O ambiente foi emoldurado por barba-de-serpente-variegada (Ophiopogon jaburan ‘Vittatus’) (7), cuja folhagem clara contrasta com os tons escuros do piso cimentício Madeyra Vecchia, da Castelatto, que imita madeira; e adornado com palmeira moinho-de-vento (Trachycarpus fortunei) (8) e girafas de bronze indianas.

PASSARELA EXUBERANTE

Um dos desafios de Caterina Poli para conferir ares praianos ao jardim foi encher de verde uma área tão extensa sem recorrer à grama – pedido feito pelos proprietários, que queriam um amplo espaço coberto por piso para espalhar mesinhas, bancos e cadeiras nos dias de festa ao ar livre.

Tamareiras-de-jardim, alpínias e bromélias-imperiais-rubras são algumas das espécies perenes que garantem a exuberância do corredor

A solução para que os ambientes não parecessem áridos foi lançar mão de espécies perenes e exuberantes, que preenchessem o campo visual verticalmente. O corredor que acompanha a lateral da casa, por exemplo, foi adornado com alpínias (9), alpínias-variegadas (Alpinia zerumbet ‘Variegata’) (10), bromélias-imperiais (Vriesea imperialis) (11), tamareiras-de-jardim (Phoenix roebelenii) (12) e filodendros-xanadu (Philodendron xanadu) (13). Vasos vietnamitas da L’Oeil com patas-de-elefante (Beaucarnea
recurvata) (14) dão toque contemporâneo à decoração, enquanto os inhames-pretos (Colocasia esculenta var. aquatilis) (15) proporcionam um belo contraste em meio à folhagem clara dos pleomeles-variegados (Dracaena reflexa ‘Variegata’) (16). O arremate dos canteiros fica por conta da grama-amendoim (Arachis repens) (17) e da barba-de-serpente-variegada (18).

Para evitar o uso de madeira – outra solicitação dos proprietários –, o percurso foi todo forrado com pedriscos palha e placas do mesmo piso cimentício usado na área da piscina.

Enquanto o vaso vietnamita forrado por aspargo-rabo-de-gato (Asparagus densiflorus ‘Myersii’) (17) destaca a beleza da pata-de-elefante, o inhame-preto e o pleomele-variegado criam contraste no canteiroO estilo tropical, que é a marca do jardim, fica ainda mais evidente neste cantinho aconchegante com banco de madeira e almofadas: ele é tão cheio de plantas que cria nas pessoas a sensação de se estar em meio a uma mata. Para obter esse resultado, Caterina Poli apostou na diversidade de espécies: enquanto as palmeiras-moinho-de-vento (18), as helicônias (Heliconia rostrata) (19) e as bromélias porto-seguro (Aechmea blanchetiana) (20) compõem um pano de fundo cheio de textura, o canteiro logo à frente foi adornado pela tamareira-de-jardim (21) e pelas vibrantes flores vermelhas da ixora (Ixora coccinea) (22), que despontam durante a primavera e o verão.

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