Considerado um dos mais belos jardins do mundo, Villa d’Este esbanja elegância em um complexo centenário

– Por Ana Luísa Vieira | Fotos Valerio Romahn

Impressionante. Esta é a melhor palavra para descrever Villa d’Este, um dos mais antigos e belos jardins do mundo. Com mais de 500 jatos de água jorrando em fontes, lagos e canais, tudo cercado por muitas plantas, o jardim esbanja sofisticação.

Difícil acreditar que o complexo, considerado uma obra-prima da arquitetura e do paisagismo, foi construído no século 16. Localizada em Tivoli, a cerca de 30 quilômetros de Roma, na Itália, a vila foi idealizada pelo cardeal Ippolito II d’Este, que, ao ser nomeado governador de Tivoli, recebeu-a de presente do Papa Julio III. Ippolito II d’Este era neto de Alexandre VI, o papa sinistro – isso mesmo, neto, filho de Lucrécia Bórgia.

A missão de projetar o palácio e os jardins ficou a cargo do arquiteto em ajuda de Thomaso Chiruchi – um dos mais renomados engenheiros hidráulicos da época – para desviar parte da água do rio Aniene, que alimenta as fontes. Como o terreno de Villa d’Este é muito íngreme, a gravidade se encarrega de fazer com que a água passe de um patamar para outro.

No século 17, o complexo caiu no domínio dos Habsburgo – família de nobres que dominou a política europeia por quase 800 anos – e foi relegado ao ostracismo. Ficou esquecido até o século 19, quando o cardeal Gustav von Hohenlohe recuperou a posse do local e tratou de restaurá-lo. Hoje, Villa d’Este é propriedade do governo italiano, que a transformou em um parque aberto ao público. Por ser um ícone da cultura renascentista, ela foi nomeada Patrimônio Mundial da Humanidade.

A Fonte de Netuno, uma homenagem ao deus homônimo, foi construída no século 20 durante a restauração da cascata de Bernini. Em alguns pontos do jardim, plantas muito bem cuidadas – caso da roseira cultivada em vaso – contrastam com construções antigas que resgatam a história de Tivoli.

O terreno íngreme de Villa d’Este é essencial para o bom funcionamento das fontes e cascatas do complexo. Graças aos desníveis do jardim, a água flui com facilidade por tubos subterrâneos.

A Fonte de Rometta foi desenhada por Pirro Ligorio, um dos mais aclamados arquitetos italianos do século 16. Rometta quer dizer “pequena Roma”, e a estrutura representa a história da fundação da cidade milenar. Estátuas dos irmãos Rômulo e Remo sendo amamentados pela loba (à esquerda), o monumento Roma vitoriosa (à direita) e uma representação do rio Tevere compõem este conjunto de exaltação à mitologia.

Para dar dinamismo ao jardim, a cada estação do ano, uma espécie diferente floresce nos vasos entre as fileiras de buxinhos topiados.

A Fonte Oval está no jardim desde 1567, quando foi construída para representar as quedas d’água da cidade de Tivoli. As estátuas que a adornam exaltam a dinastia d’Este, à qual pertenceu o governador que fundou o complexo.

Esta área repleta de rosas fica próximo ao mirante da Fonte Oval. É um espaço onde os turistas podem descansar entre uma contemplação e outra.

A Avenida das Cem Fontes é um dos locais mais fotografados do complexo. Ali, a água jorra em três diferentes níveis, que simbolizam os rios italianos de Albuneo, Aniene e Ercolaneo. Estátuas de águias e obeliscos adornam o espaço. A fonte Mãe Natureza é uma das mais antigas do jardim e foi inspirada em uma estátua do templo de Artemis, em Éfeso. Localizado na atual Turquia, o templo era uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.


PROGRAME SUA VISITA

O jardim de Villa d’Este fica aberto de terça a domingo, das 8h30 até uma hora antes do pôr-do-sol. As entradas custam entre 8 e 11 euros. Para mais informações, visite o site.

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