A ixora dá flores o ano todo, é versátil e ainda atrai borboletas e beija-flores para o jardim

TEXTO HELENA RINALDI | FOTOS VALERIO ROMAHN

Quem gosta de jardins conhece bem as flores da ixora (Ixora coccinea). E mesmo quem não é lá muito ligado em plantas certamente já viu a espécie por aí – pode ser que nunca tenha escutado seu nome, mas já se deparou como arbusto em algum lugar. É que a ixora é daquelas floríferas tão cheias de predicados que acaba entrando em tudo quanto é paisagismo.

Pra começar, ela dá flores praticamente o ano inteiro. E não é qualquer florzinha mixuruca: são dezenas delas, agrupadas em buquês bem redondinhos em tons vibrantes de vermelho, amarelo, rosa ou coral. Criam um contraste lindo com as folhas grossas e verde-escuras, e ainda chamam borboletas e beija-flores para visitarem o jardim.

A versatilidade é outro ponto forte da planta: como pode chegar aos 2 m de altura ou ser podada para ficar mais compacta, dá para usá-la em cercas vivas e renques, como bordadura para canteiros e caminhos, na formação de grandes manchas no jardim e até como forração para espécies mais altas.

As inflorescências globosas e vistosas criam um belo contraste com a folhagem verde escura da espécie

O paisagista Marcelo Novaes é um que não abre mão das ixoras em seus projetos: “Gosto de combiná-las com espécies mais altas, como as palmeiras, por exemplo, para criar uma atmosfera bem tropical”. Ele diz que em geral prefere deixar o arbusto crescer livremente, sem podas, mas tudo depende das especificidades do jardim – é importante preservar sempre o jogo de alturas.

Uma dica do profissional para usar as ixoras como forração para palmeiras sem ter que podá-las o tempo todo é optar por cultivares mais compactos, como a miniixora (Ixora coccinea ‘Maui Sunset’) e a ixora-compacta (Ixora coccinea ‘Compacta’), que crescem lentamente e chegam, no máximo, a 1,2 m e 80 cm, respectivamente.

Poder que vem do sol

Se tem uma coisa que a ixora não faz é grandes exigências em relação ao local de plantio: desde que ela receba bastante sol e o solo seja bem drenado, não haverá motivos para preocupação. É tão rústica que cresce sem problemas, inclusive em regiões litorâneas, onde a salinidade é maior. Em ambientes sombreados, no entanto, acaba ficando suscetível ao ataque de pragas e doenças como fungos, ácaros e pulgões.

O paisagista Raul Cânovas tem uma dica para quem cultiva a espécie e volta e meia tem que lidar com esse tipo de problema: pulverizar a planta com calda bordalesa ou com solução de sabão de coco. “São misturas fáceis de se obter – dá até para fazer em casa – e muito eficientes no combate e prevenção aos fungos”, explica o profissional.

Vermelho, amarelo, rosa, coral: são várias as cores em que as flores da ixora podem ser encontradas

No que se refere à adubação, as recomendações são as básicas: a cada três meses aplicar fertilizantes ricos em fósforo, como o NPK 4-14-8, para estimular a floração.

A ixora é uma espécie facilmente encontrada em garden centers de todo o país. O preço varia conforme a região e o cultivar escolhido.

Ixora em detalhes

Nome científico: Ixora coccinea
Nome popular: ixora
Família: Rubiáceas
Origem: Índia e Indochina
Características: arbusto perene que, na espécie-tipo, mede até 2 m de altura. Existem cultivares mais compactos, com até 80 cm
Folhas: verde-escuras, de textura coriácea
Flores: pequenas, são compostas por quatro pétalas e se agrupam em inflorescências globosas que medem entre 10 cm e 12 cm de diâmetro. Despontam praticamente o ano todo e podem ser encontradas em diversas cores, como vermelho, amarelo, rosa e coral. Atraem borboletas e beija-fores para o jardim
Luz: sol pleno
Solo: arenoargiloso e bem drenado, com pH baixo (mais ou menos 5)
Clima: tropical e subtropical
Regas: em média três vezes por semana
Plantio: revolva o solo do canteiro a uma profundidade de 20 cm e incorpore à terra do local 500 g da farinha de osso – ou algum outro composto orgânico rico em fósforo – para cada 1 m² de canteiro
Adubação: a cada três meses, aplique NPK 4-14-8 para estimular a floração
Podas: de manutenção, de preferência após o final da florada, para a remoção de folhas secas, controle do crescimento da planta e manutenção da harmonia do jardim
Reprodução: por estaquia

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