Primo da violeta, o streptocarpo-híbrido vai bem no jardim e dentro de casa

TEXTO MARINA GABAI |FOTOS VALERIO ROMAHN

Se olhar apenas para as flores, é bem provável que você confunda o streptocarpo-híbrido (Streptocarpus hybrid) com a violeta-africana (Saintpaulia ionantha). Delicadas e com cinco pétalas, elas são tão parecidas que renderam à espécie o apelido de violeta-streptocarpo. As folhas, porém
colocam fim a qualquer discussão: elas são estreitas e compridas, enquanto as da violeta são mais curtas, arredondadas e tomentosas.

Assim como sua parente famosa – a violeta é uma das herbáceas mais cultivadas no mundo e a queridinha dos jardinistas quando o assunto é a decoração de ambientes internos –, o streptocarpo geralmente é mantido em vasos dentro de casa. Porém, por ser mais resistente, ele tem inúmeros outros usos no paisagismo: pode ser plantado em jardins de inverno, paredes verdes e até em canteiros dentro e fora de casa.

A variedade de cores das flores da espécie é enorme e inclui, além do branco, diversos tons de rosa, vermelho e roxo

Originária das regiões central, oriental e meridional do continente africano, a espécie é encontrada com flores brancas ou em diversos tons de rosa, vermelho e roxo, com pétalas lisas ou manchadas. “Isso acontece porque o streptocarpo passou por muitas hibridizações”, explica o produtor Sérgio David. Em locais de clima mais frio, elas despontam na primavera e no verão, acima das folhas. Já em regiões mais quentes, surgem no outono.

Dentro e fora de casa

Por sua beleza e elegância, o streptocarpo merece ser cultivado em lugar especial. No jardim, uma boa ideia é usá-lo para compor em maciços ou preencher canteiros à meia-sombra, combinado com folhagens como as das samambaias terrestres.

Em canteiros, o streptocarpo-híbrido pode ser combinado com folhagens verdes, como as das samambaias terrestres

Dentro de casa, ele pode ser plantado em jardins de inverno; sob a escada, forrado por pedrinhas; ou na varanda, em vasos dispostos sobre os móveis, para criar um ambiente aconchegante. A espécie é uma boa opção até em jardins verticais abrigados do sol, combinada com plantas pendentes como samambaias, ripsális, peixinhos e columeias.

Para cultivar a violeta-streptocarpo em canteiros, abra berços de 15 cm x 15 cm x 15 cm e preencha-os com uma mistura de partes iguais de terra do local e matéria orgânica.

Para estimular a floração, é recomendável adubar a planta com NPK 4-14-8 duas vezes por ano, sempre no período mais quente. “Como o intervalo entre as aplicações é de quatro meses, o ideal é fazer a primeira adubação no início da primavera e a segunda em meados do verão”, explica Christiano Kuhn, da Floricultura Úrsula. Já as regas podem ser feitas a cada dois ou três dias. “Se o streptocarpo murchar por falta de água, molhe o solo que a planta se recupera rapidamente”, acrescenta.

O verde das folhagens ajuda a destacar e intensificar o colorido das flores

Na Floricultura Úrsula, mudas com 20 cm e florescendo saem por R$ 7,20.

Streptocarpo-híbrido em detalhes

Nome científico: Streptocarpus hybrid
Nomes populares: streotocarpo-híbrido, violeta-streptocarpo e prímula-do-cabo
Família: Gesneriáceas
Origem: regiões do centro, leste e sul da África
Características: herbácea florífera e perene, com grande valor ornamental. Pode atingir até 20 cm de altura e 50 cm de diâmetro
Folhas: verde-escuras, estreitas e longas, com 25 cm de comprimento
Flores: similares às das violetas e das prímulas, são compactas e compostas por cinco pétalas. Despontam na primavera e no verão e duram cerca de 30 dias. Podem ser brancas, lilases, roxas ou vermelhas, com estrias em tons mais claros ou escuros.
Solo: úmido e bem drenado
Luz: meia-sombra
Clima: típica de clima subtropical, a planta não se adapta a regiões muito frias e sujeitas a geadas
Regas: de duas a três vezes por semana, sem encharcar. Se o solo ficar muito seco, as flores podem murchar, mas se recuperam imediatamente ao receber água
Plantio: abra berços de 15 cm x 15 cm x 15 cm e preencha-os com uma mistura de partes iguais de terra do local e composto orgânico. Acomode a muda e complete com substrato
Adubação: aplique NPK 4-14-8 duas vezes ao ano, com intervalo de quatro meses entre as aplicações. A primeira pode ser feita no início da primavera e, a segunda, na metade do verão
Podas: com uma tesoura, corte as folhas e flores secas para induzir a floração
Reprodução: por sementes

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