Feito sob medida para roubar a cena, este sininho tem folhas que são um escândalo e quase não dá trabalho

TEXTO HELENA RINALDI | FOTOS VALERIO ROMAHN

Enquanto algumas espécies apostam nas flores para se destacar no jardim, o sininho (Callianthe picta ‘Thompsonii’) parece ter investido todas suas fichas na folhagem, capaz de roubar a cena em qualquer ambiente. Grandes e profundamente recortadas, as folhas de cerca de 13 cm de comprimento lembram muito as dos áceres, mas se destacam mesmo é por causa do colorido: uma chamativa mescla de amarelos e verdes. Nem mesmo as flores salmão da espécie – elas parecem lanterninhas e pipocam sem parar o ano todo, com maior intensidade no verão e no outono – são capazes de fazer frente a elas quando o assunto é ornamentação.

Se no formato as folhas da espécie lembram as dos áceres, no colorido elas dão um show à parte com a mescla de verdes e amarelos

Desenvolvido a partir da espécie-tipo, que é nativa do Sul e Sudeste do Brasil e de países vizinhos, o sininho pode medir até 2,5 m de altura, tem ramos eretos e esbanja rusticidade. Tanto que um de seus usos mais comuns é na arborização de parques públicos. Em jardins residenciais, pode ser cultivado como planta isolada, em grupos ou em renques. Também se adapta muito bem em vasos – o que ajuda a destacá-lo ainda mais nas composições. “Ele cresce sem problemas tanto sob sol pleno quanto à meia-sombra, mas quanto maior a luminosidade mais destacada fica a pigmentação de suas folhas”, explica Cristiano Kuhn, da Floricultura Úrsula.

Plantio descomplicado

O cultivo do sininho não tem segredos: por se tratar de uma espécie extremamente rústica, ela se adapta a uma boa variedade de solos – mas tem preferência pelos mais ricos em matéria orgânica. Cristiano Kuhn recomenda que o plantio seja feito em um berço ou vaso grande, com o dobro do tamanho do torrão, preenchido com composto orgânico de boa qualidade.

Cultivado como planta isolada, em meio a outras espécies do canteiro ou em renques, o sininho se destaca na paisagem por conta do tom de sua folhagem pendente

As plantas cultivadas em vasos precisam ser regadas a cada dois dias, mas nas cultivadas direto no solo o procedimento é essencial apenas na fase inicial de desenvolvimento. “Passados seis meses do plantio, a irrigação torna se desnecessária”, justifica Cristiano Kuhn.

As podas, feitas uma única vez ao ano, consistem no corte de um terço dos ramos para estimular novas brotações e manter a copa com formato arredondado, o que ajuda a valorizar seu aspecto ornamental.

Na Floricultura Úrsula (www.floriculturaursula.com.br), as mudas de sininho são vendidas por R$ 11,30.

O sininho pode ser cultivado sem problemas tanto sob sol pleno como à meia-sombra, porém, quanto maior a luminosidade, mais intensa é a pigmentação de sua folhagem

Sininho em detalhes

  • Nome científico: Callianthe picta ‘Thompsonii’
  • Nomes populares: sininho e aubutilon-marmota
  • Família: Malváceas
  • Origem: a espécie-tipo é nativa da região Nordeste da Argentina, das regiões Sul e Sudeste do Brasil, do Paraguai e do Uruguai
  • Características: arbusto semilenhoso e ramificado, de até 2,5 m de altura
  • Folhas: muito ornamentais, mesclam verde e amarelo. Medem cerca de 13 cm de comprimento, têm formato que lembra o da palma de uma mão e incisões profundas que formam cinco lobos. Nascem alternadamente ao longo da ramagem e são sustentadas por pecíolos compridos, com cerca de 8 cm
  • Flores: são pendentes, em forma de sino e, apesar do tom salmão, passam despercebidas em meio à folhagem. Nascem nas axilas das folhas e despontam o ano todo, com maior intensidade no verão e no outono
  • Luz: sol pleno e meia-sombra
  • Climas: tropical de altitude e subtropical
  • Plantio: para o plantio em canteiros, abra um berço com o dobro do tamanho do torrão da muda e preencha-o com composto orgânico. Já para o plantio em vasos, escolha um recipiente com o dobro do tamanho do torrão preenchido com o mesmo substrato
  • Regas: a cada dois dias. Nas plantas cultivadas em canteiros, as regas só são necessárias nos seis primeiros meses
  • Adubação: a cada seis meses, aplique NPK 10-10-10
  • Podas: no inverno, apare os ramos em um terço
  • Reprodução: por estaquia
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