A delicadeza da flor-de-cera é sua maior qualidade. Em conjunto, as flores formam cachos muito ornamentais

– Por Janete Tir | Fotos Valerio Romahn

Os buquês da flor-de-cera surgem entre a primavera e o verão. Parecem até obras de um artista inspirado que modelou a espécie em cera para formar um arranjo delicado e singular, onde cada inflorescência é uma atração. Tudo por conta das flores em forma de estrela de cinco pontas, suculentas e cerosas, com centro róseo e translúcido.

O nome científico da flor-decera é Hoya lanceolata subsp. bella. O Hoya é uma homenagem ao botânico inglês Thomas Hoy (1750-1822) e lanceolata é uma alusão ao formato das folhas da planta, que parecem pontas de lanças. Das quase 300 espécies de hoyas tropicais conhecidas, essa é a única em que o nome da subespécie, bella, faz justiça à sua perfeição.

As flores-de-cera normalmente são trepadeiras com grandes folhas suculentas. A bella é diferente pois tem ramos frágeis, que atingem até 45 cm de comprimento, e folhas pequenas não muito carnosas. Graças a essas características, é indicada para o plantio em vasos pendentes sob meia-sombra. “Essa flor-de-cera pode ser cultivada em terraços ou até em ambientes internos, desde que haja boa luminosidade. Só não deve receber sol direto nos dias mais quentes ou suas folhas e flores podem se queimar”, explica a viveirista Maria Delespostes. A espécie também não tolera geadas e, em regiões de clima frio, deve ser cultivada em estufas.

Os cachos da flor-de-cera se formam entre setembro e dezembro, época que oferecem muitas cores e perfume

COMO PLANTAR

Apesar da aparência frágil, a flor-de-cera é bem resistente e se desenvolve com rapidez. Formar um vaso com várias mudas não chega a ser uma tarefa difícil, mas é preciso seguir algumas regras. Caso da escolha do substrato: o mais indicado é usar pó de fibra de coco ou de pínus, tanto para mudas já enraizadas quanto para 11 os ramos estaquiados, que ainda precisam brotar. “Basta colocar os ramos no substrato úmido, apertar com delicadeza para deixá-los bem firmes e esperar uns 20 dias. Daí os ramos da flor-de-cera começam a soltar raízes”, explica Maria. Nesse período, não se preocupe com adubo. Só faça aplicações de torta de mamona após três ou quatro meses. Já com as plantas enraizadas, é indicado adubar no momento do replantio.

Em ambos os casos, a receita é incorporar uma colher de sopa de torta de mamona para cada 2 kg de substrato. Como o adubo não pode ficar próximo das raízes – para evitar queimaduras –, a viveirista Maria Delespostes recomenda fazer alguns furos superficiais no substrato, longe das mudas, e colocar a torta de mamona. Assim, a cada rega, a planta absorve um pouco dos nutrientes da adubação, que pode ser repetida de três em três meses.

O regime de regas da flor-de-cera depende da época do ano. Se a temperatura estiver alta ou o lugar em que a planta foi colocada receber muito vento, é bom molhar dia sim, dia não. Em meses chuvosos, duas vezes por semana é suficiente. O excesso de água pode prejudicar a planta, pois facilita o aparecimento de ácaros.

Geralmente a quantidade ideal de água e aplicação de bom substrato são cuidados eficientes para evitar ataques. Mas se os ácaros aparecerem de vez
e deixaram as folhas sem viço, apele para um acaricida, facilmente encontrado em lojas especializadas. Basta seguir as recomendações do fabricante que logo a bella se recupera. Após as mudas ficarem enraizadas, a flor-de-cera costuma florescer de setembro a dezembro, deixando a paisagem mais delicada e interessante.


FLOR-DE-CERA EM DETALHES

Nome científico: Hoya lanceolata subsp. bella
Nomes populares: bela, flor-de-cera
Família: asclepiadáceas
Origem: Índia
Características: herbácea pendente
Porte: ramos de até 45 cm
Flores: inflorescência cujos cabinhos das flores saem de um mesmo ponto, formando um buquê. As flores são cerosas e medem 1 cm de diâmetro. Têm formato de uma estrela de cinco pontas
Folhas: verdes, pontudas com formato de uma lança
Plantio: em vasos com pó de fibra de coco ou de pínus
Adubação: a cada três meses, aplicar uma colher de sopa de torta de mamona para cada dois quilos de substrato, com cuidado para não encostar o adubo nas raízes
Luz: meia-sombra, mas com boa claridade indireta
Solo: bem drenado
Clima: tropical, subtropical, mas não resiste a geadas
Regas: no verão de três a quatro vezes por semana. Em épocas mais frias, duas vezes por semana
Propagação: estaquia

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