Mais conhecidas por seus frutos, algumas plantas surpreendem também pela beleza de suas flores, sejam elas grandes ou pequenas

TEXTO LAURA DOUBEK | FOTOS VALERIO ROMAHN

Quem decide cultivar no pomar de casa um pé de jabuticaba, acerola, limão-cravo ou até uma macieira está de olho mesmo é nos frutos saborosos que poderá colher dentro de algum tempo. Antes, porém, elas têm um encanto extra: dão flores.

Algumas, como as dos diferentes tipos de maracujá, são escandalosas, e se fazem notar à distância. Outras – caso das da mangueira – não apenas são pequenas como, se a árvore já for adulta, despontam bem longe dos olhos das pessoas. Conheça agora as flores de algumas dessas espécies. Você vai se surpreender.

Ao alcance dos olhos

Os frutos da acerola, da macieira e do limão-cravo são bem conhecidos e surgem a partir de flores belíssimas, embora pequenas. Conheça-as.

Aceroleira (Malpighia emarginata)
Enquanto a maior parte das frutíferas primeiro floresce para só depois produzir os frutos saborosos, a aceroleira se dá ao luxo de ter sua copa salpicada ao mesmo tempo pelas flores rosadas e as acerolas vermelhinhas. Agrupadas em cachos, as flores com cinco pétalas de 1 cm a 2 cm de diâmetro começam a se formar na primavera e continuam despontando até o final do verão. De três a quatro semanas depois do início da florada, aparecem os primeiros frutos, cuja colheita se estende até o outono. A espécie pode ser plantada tanto no jardim, onde chega aos 4 m de altura, quanto em vasos a sol pleno, ficando, nesse caso, restrita aos 2 m de altura.

Macieira (Malus domestica)
Poucas floradas são tão escandalosas como as das macieiras. Em países de clima mais frio, as árvores ficam completamente tomadas de pequenas flores que, conforme o cultivar da espécie, podem ser brancas, mescladas ou rosadas. Elas se agrupam em cachos que mais parecem buquês e medem de 3 cm a 4 cm de diâmetro. Em algumas plantas, chegam a mudar de cor com o passar do tempo e, como se isso não fosse o suficiente, ainda são suavemente perfumadas e melíferas. Quando deixada crescer livremente, a macieira pode atingir até 10 m de altura. Porém, para a produção comercial de frutos, ela costuma ser conduzida mediante podas e acaba não passando dos 3 m ou 4 m.

Limoeiro-cravo (Citrus × limonia)
Pequenas e esbranquiçadas, as flores de frutas cítricas como a laranja, a mexerica e o limão são belíssimas, perfumadas, porém muito parecidas. A exceção são as do limão-cravo, que se diferenciam um pouquinho por apresentar suaves nuances de roxo nas pétalas. Elas despontam em meados da primavera para, no outono, dar origem aos
frutos de sabor ácido. Por conta dos espinhos afiados que cobrem os ramos da árvore, pouca gente se atreve a cultivar o limão-cravo como ornamental, o que é uma pena. Seu uso mais comum é para a produção de cavalos, que posteriormente recebem enxertos de limão-taiti e outros cítricos.

Minúsculas de grande beleza

Tamanho não é o forte das flores da mangueira e da jabuticabeira. Quem se detém para apreciá-las, no entanto, se surpreende com o que encontra.

Mangueira (Mangifera indica)
“Como é que pode uma florzinha tão pequena dar frutos tão grandes?”: é o que se pergunta quem se depara com as minúsculas flores amarelo-esverdeadas da mangueira. Amontoadas em inflorescências em forma de espiga, elas não passam dos 10 mm de diâmetro e, como nas plantas adultas a copa costuma ser alta e ampla, daquelas que fazem uma sombra deliciosa, fica até difícil reparar nas flores. A época de floração varia conforme o cultivar e a região de cultivo, assim como o período de frutificação. Vale a pena ficar de olho para não perder o espetáculo.

Jabuticabeira (Plinia cauliflora)
Figurinha carimbada nos jardins não só por conta de seus frutos saborosos, mas pelo potencial ornamental da árvore como um todo, a jabuticabeira rouba a cena de verdade quando se enche de flores. Os pequenos pompons despontam aos montes e nascem todos colados ao caule e aos ramos da planta, pintando-a completamente de branco. O espetáculo, que é um prenúncio da frutificação que ocorrerá logo em seguida, acontece duas vezes ao ano. E o melhor é que para apreciá-lo não é preciso ter um grande jardim: desde que mantida a sol pleno, a planta pode ser cultivada até mesmo em vasos.

Exagero de cor e tamanho

Mais conhecidas como flores-da-paixão, as flores dos maracujazeiros são tão coloridas e tão grandes que não há como passarem batidas no jardim.

Maracujá-doce (Passiflora alata) e maracujá-azedo (Passiflora edulis)
Eles são os mais populares dentre as cerca de 500 espécies de maracujá existentes na América tropical, e seu sucesso não se deve apenas aos frutos: tanto o maracujá-doce quanto o maracujá-azedo têm flores que são um escândalo de tão belas. Enquanto as do primeiro são vermelhas com filamentos coloridos, perfumadas, medem cerca de 12 cm de diâmetro e despontam de meados do inverno até o fim do verão, as do maracujá-azedo não passam dos 8 cm de diâmetro, são mescladas de branco e roxo, aromáticas e brotam durante boa parte do ano. Como o maracujá é uma planta trepadeira que adora sol pleno, suas possibilidades de uso no paisagismo são muitas e vão da ornamentação de caramanchões à condução em cercas e alambrados, que ficam muito mais atraentes. Tudo isso com a vantagem de, quando as flores desaparecerem, imediatamente darem lugar aos frutos que todo mundo adora.

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