Floríferas coloridas enchem de vida este jardim na montanha

Texto Marina Gabai | Fotos Valério Romahn | Projeto Jair Pinheiro

A explosão de flores no jardim é tão intensa que fica difícil passar batido por esta casa em Campos do Jordão, no interior de São Paulo – não sem motivos batizada de “Casa do Jardim”. Tamanha exuberância foi o pedido número um dos proprietários – que são apaixonados por plantas – ao paisagista Jair Pinheiro na hora de encomendar o projeto paisagístico.

Para suavizar o desnível do terreno, o jardim foi dividido em patamares. Enquanto os dormentes fazem a contenção do solo, a vinca-variegada se encarrega do acabamento

Inspirado pelo estilo provençal, o profissional encheu a área externa da propriedade de espécies delicadas e coloridas, como a lavanda (Lavandula dentata) (1). Além de esbanjar delicadeza com suas inflorescências lilases e em forma de espiga, a espécie perfuma o ambiente com o delicioso aroma que se desprende de suas folhas.

Outra florífera que marca presença é a azaleia (Rhododendron hybrid – Southern Indica Hybrid Group) (2), cujas flores são cor-de-rosa claro com miolo salpicado por um tom de rosa mais escuro. A espécie é ideal para compor maciços, já que não passa de 1 m de altura, e não exige muitos cuidados na manutenção. O jasmim-amarelo (Jasminum mesnyi) (3), por sua vez, ilumina a composição com suas flores amarelas.

A azaleia foi uma das espécies escolhidas para colorir os canteiros. Suas flores cor-de-rosa não passam despercebidas

Como o terreno é todo em desnível, Pinheiro criou vários patamares ao longo do talude – garantindo assim que todas as espécies tivessem o merecido destaque – e usou dormentes na contenção. O acabamento da composição ficou por conta de espécies como a vinca-variegada (Vinca major ‘Variegata’) (4).

UM SHOW DE CORES

Espalhadas por todo o terreno, as floríferas são as estrelas do paisagismo

Árvores comuns na região, como o pinheiro-do-Paraná (Araucaria angustifolia) (5), pontuam e dão verticalidade ao jardim, mas as grandes protagonistas são mesmo as floríferas diversas distribuídas pelos canteiros. As calêndulas (Calendula officinalis) (6), por exemplo, emprestam seu colorido a um canteiro elevado na entrada da garagem, onde servem de forração para o carvalho-português (Quercus suber) (7). A espécie também marca presença no meio do talude na forma de um maciço de flores laranja, que despontam no inverno e na primavera.

Para quebrar a monotonia do gramado, o paisagista apostou em um maciço de exuberantes calêndulas

Perto dali, cabe às delicadas margaridas-de-Paris (Argyranthemum frutescens) (8) e às azaleias (9) a missão de preencher dois canteiros paralelos que delimitam um corredor no gramado.

Em outra área, é o jasmim-dos-poetas (Jasminum polyanthum) (10) quem rouba toda a atenção. De flores pequenininhas, porém muito perfumadas, a espécie encobre um arco de ferro que serve de portal para quem acessa um espaço de contemplação com banco de madeira.

Além de preencher os canteiros à forma de forração, as flores encobrem estruturas, como o arquinho que serve de portal

JARDIM SECRETO

Um dos sonhos dos donos da casa era ter um espaço mais reservado e tranquilo para apreciar a Natureza, e ele ganhou forma com a criação de um pequeno pátio em uma das laterais da propriedade. Lá dá para relaxar com o barulhinho gostoso da da fonte de concreto, que ocupa a porção central do ambiente.

As glicínias branca e roxa e as folhas cor de vinho do ácer colorem o caminho que leva ao pátio em estilo francês

O colorido das floríferas, que é a marca registrada do paisagismo, surge na forma do canteiro de margaridinhas-rosa (Argyranthemum‘Summer Stars Pink’) (11), usado para bordar a fonte, e do caramanchão de dormentes coberto pela glicínia branca (Wisteria floribunda ‘Alba’) (12) e a azul (Wisteria floribunda) (13).

Outro que ajuda a colorir o ambiente é o ornamental ácer (Acer palmatum ‘Atropurpureum’) (14), que tem folhagem cor de vinho.

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