Sozinha ou forrando outras plantas, a fitônia dá um show em vasos e canteiros com suas folhas vistosas e muito bem desenhadas

TEXTO HELENA RINALDI | FOTOS VALERIO ROMAHN

Tem planta que nem precisa de flores para roubar a cena no paisagismo ou na decoração, e a fitônia (Fittonia albivenis) definitivamente faz parte desse grupo. Suas folhas cheias de nervuras bem marcadas mais parecem mosaicos – daí ela também ser conhecida como planta-mosaico – e, como a espécie é encontrada em uma variedade grande de cores, dá até para criar combinações pra lá de criativas usando apenas cultivares distintos.

Alguns cultivares de fitônia têm as folhas mais pontudas e com bordas serrilhadas. Este chama a atenção pelo tom rosado das lâminas e o verde-escuro das bordas

Só a RM Flores, de Holambra, por exemplo, produz 12 variedades diferentes da herbácea, cada uma com suas particularidades. Na mais comum as folhas têm formato elíptico, medem cerca de 5 cm de comprimento e são verde-escuras com as nervuras brancas. Mas existem muitas outras variedades que diferem umas das outras no formato – algumas são mais pontiagudas, com as bordas serrilhadas; no colorido das folhas, que podem ser verdes, avermelhadas, rosadas ou amareladas; e no tom das nervuras, geralmente brancas ou avermelhadas.

Vasos dentro de casa

A fitônia é ótima para a decoração de ambientes internos bem iluminados. É só plantá-la em um vaso do tipo cuia e está pronto o arranjo. A dica da sócia-proprietária da RM Flores, Marisa Granchelli, é acomodar o maior número possível de mudas em uma mesma cuia para que ela fique bem cheia. “Vale inclusive misturar cultivares diferentes para criar combinações chamativas”, diz ela. Outra opção é misturá-la com outras plantas de porte ligeiramente mais alto, como a peperômia, para criar vasos ainda mais dinâmicos.

Nos canteiros, as fitônias formam maciços muito coloridos que podem, inclusive, ser combinados com outras folhagens

Mas talvez a situação em que as fitônias façam mais sucesso seja mesmo nos terrários, tanto nos fechados quanto nos abertos. É praticamente impossível encontrar uma composição desse tipo da qual elas não façam parte, já que além de levarem cor ao conjunto, elas têm crescimento moderado.

No jardim, por conta de seu hábito reptante, o uso mais comum da fitônia é como forração de canteiros em áreas não sujeitas ao pisoteio.

Sol: um agente controverso

Nativa da região amazônica, a fitônia gosta de clima quente e úmido e vai bem em boa parte do Brasil – exceção feita às áreas onde o inverno é rigoroso, pois a planta não tolera bem o frio e as geadas. E como em seu habitat ela cresce protegida pela sombra das copas das árvores, é essencial que não receba sol direto, ou suas folhas podem ressecar. Isso não quer dizer, no entanto, que ela se dê bem em ambientes escuros. “Em lugares onde falta claridade, a espécie fica ‘procurando a luz’ e acaba crescendo de forma desordenada, perdendo assim suas características naturais”, diz Marisa. O ideal é mantê-la sempre sob meia sombra. “A fitônia saudável tem as folhas largas e bem cheias. Se estiverem estioladas, é sinal de que está faltando luz”, explica a profissional.

Como a fitônia é uma espécie rasteira, a dica para criar vasos mix chamativos com a espécie é combiná-la com folhagens ligeiramente mais altas, a exemplo da peperômia

Recuperar uma planta estiolada, no entanto, é tarefa simples: basta levála para um ambiente melhor iluminado e podá-la rente ao solo, para que ela rebrote cheia de vida.

As fitônias são fáceis de encontrar em garden centers e lojas de artigos para jardinagem. Os preços variam conforme o cultivar e a região, mas geralmente partem de R$ 12.

Fitônia em detalhes

Nome científico: Fittonia albivenis
Nomes populares: fitônia e planta-mosaico
Família: acantáceas
Origem: região amazônica
Características: herbácea perene reptante que geralmente não passa dos 15 cm de altura – mas em alguns cultivares pode chegar aos 25 cm. Já os ramos têm cerca de 30 cm de comprimento
Folhas: com cerca de 5 cm de comprimento, variam em cor e formato conforme o cultivar. Podem ser verdes, amarelas, rosadas ou avermelhadas e apresentar nervuras brancas ou vermelhas. Já no que se refere ao formato, elas podem ser elíptico-ovaladas, mais alongadas e até apresentar as bordas onduladas
Flores: brancas e pequenas, despontam no verão agrupadas em inflorescências espigadas e esverdeadas de até 10 cm de comprimento. São insignificantes
Solo: bem drenado, rico em matéria orgânica e mantido úmido
Luz: meia sombra
Climas: tropical e subtropical de altitude, onde não ocorrem geadas
Plantio: para o plantio em vasos, escolha um recipiente do tipo cuia, faça uma camada drenante com argila expandida e manta geotêxtil e depois preencha-o com uma mistura de partes iguais de terra, areia e húmus
Regas: como a planta gosta de substrato sempre úmido, regue-a a cada dois dias. No inverno as regas podem ser mais espaçadas para não encharcar o substrato – antes de molhar, verifique com o dedo se ele ainda está úmido. Além disso, borrife água na folhagem diariamente
Adubação: a espécie é rústica e o excesso de adubo pode prejudicá-la em vez de ajudá-la. O ideal é aplicar produtos naturais, como a rocha fosfórica moída, uma vez ao ano
Podas: as de manutenção consistem no corte dos ponteiros no verão, após a floração. Já se a planta estiver estiolada, deve-se fazer uma poda radical, cortando-a rente ao solo
Reprodução: por pedaços da ramagem rasteira já enraizada ou estacas preparadas após o florescimento

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