Sucesso na culinária mundial, o pêssego também faz bonito no jardim com seus frutos e flores ornamentais

TEXTO TALYTA STELLA VESPA | FOTOS VALERIO ROMAHN

Popular em todo o mundo, o pêssego (Prunus persica) é uma fruta versátil, que pode ser consumida ao natural, na forma de sobremesas ou no prato principal. Embora seja originário do Sul da Ásia, na Idade Antiga, ele já era amplamente cultivado na região da Pérsia, atual Irã. Daí ter recebido o nome científico de Prunus persica.

Ele foi levado à Europa pelo imperador Alexandre, o Grande, e seus frutos tornaram-se item indispensável nos banquetes oferecidos por reis e rainhas. Depois caíram no gosto da população em geral e passaram a integrar as mais variadas receitas.

Muito além do sabor

A árvore que dá origem ao pêssego pode medir até 6 m de altura e é caducifólia, ou seja, perde as folhas entre o outono e o início do inverno, dando espaço a delicadas flores da espécie. Em tons róseos ou brancos, elas são muito ornamentais e criam um efeito exuberante no jardim.

Os frutos surgem cerca de um ano após o plantio– desde que a muda tenha cerca de 1,30 m de altura, o porte com o qual geralmente é comercializada. Eles podem ser de dois tipos: de casca aveludada; ou de casca lisa, chamados de nectarina. Entre as variedades de casca aveludada, há frutos com polpa branca – considerados mais doces, ideais para o consumo in natura – e os de polpa amarela – mais rígidos e muito utilizados cozidos e no preparo de conservas.

O pessegueiro pode medir até 6 m e, conforme a variedade, produz frutos de casca aveludada ou lisa

O pessegueiro tem ciclo de vida relativamente curto – cerca de 20 anos –, pode ser cultivado direto no solo ou em vasos e tem múltiplos usos no paisagismo. Ele fica bem como árvore isolada, combinado com outras frutíferas para compor um pomar e até formando aleias – nesse caso, o espaçamento entre as mudas deve ser de 5 m.

Próprio para regiões frias

Como o pessegueiro gosta de baixas temperaturas, no Brasil, seu cultivo fica mais restrito às regiões de altitude do Sul e Sudeste do país, sempre sob sol pleno. Se a intenção for cultivá-lo para obter uma grande produção de frutos, é importante podá-lo no final do outono ou início do inverno para que seu porte não passe dos 2 m.

Para garantir frutos maiores, o produtor Edilson Giacon aconselha arrancar alguns pêssegos ainda pequenos. “Assim haverá mais espaço entre os galhos para os frutos crescerem”, explica. Outra dica é ensacar os frutos assim que nascerem para evitar o ataque de moscas e pássaros frugívoros. Lembre-se, porém, de deixar alguns pêssegos sem o saquinho para que sirvam de alimento aos passarinhos.

As flores da espécie não perdem para os frutos no quesito ornamentação e surgem depois que as folhas caem

Do jardim à mesa

Indispensável em um cardápio saudável, o pêssego é rico em fibras e atua como um potente regulador do intestino. Ele tem propriedades que previnem o envelhecimento precoce da pele – essa característica, juntamente com sua casca aveludada, deu origem à expressão “pele de pêssego”, usada para se referir a peles macias e livres de rugas.

As formas de consumi-lo são as mais variadas: in natura, em calda, cozido, em compota e até como ingrediente de pratos salgados. “Como cada pêssego tem, em média, 39 calorias e provoca sensação de saciedade, o fruto é um grande aliado de quem está de dieta”, explica a nutricionista Cássia de Marcos. Uma dica na hora de consumi-lo é observar sua rigidez: se estiver muito duro, é sinal de que o está verde e pode causar má digestão.

A Cipreste Mudas e Plantas vende mudas de pessegueiros com 1 m de altura por R$ 15.

Em calda ou ao natural, o pêssego é ingrediente de muitas receitas. Ele pode ter a casca coberta por pelugem ou lisa. Este último tipo é popularmente conhecido como nectarina

Pêssego em detalhes

Nomes populares: pêssego e nectarina
Nome científico: Prunus persica
Família: rosáceas
Origem: desconhecida, provavelmente da China
Características: árvore caducifólia de até 6 m de altura com raízes extensas e pouco profundas. Seus ramos são verdes quando novos e adquirem coloração amarronzada ao envelhecerem
Folhas: são longas, estreitas e caem entre o outono e o inverno
Flores: ornamentais, elas são róseas ou brancas e medem, no máximo, 2 cm. Despontam na primavera, normalmente junto com a nova brotação foliar
Frutos: são alaranjados e podem ter a casca aveludada (pêssego) ou lisa (nectarina)
Luz: sol pleno
Solo: areno argiloso, porém não encharcado
Clima: temperado quente, tolerante ao subtropical de altitude
Plantio: abra um berço de 50 cm x 50 cm. Acomode a muda e preencha o restante do espaço com uma mistura de terra do local e 300 g de torta de mamona, 500 g de farinha de osso ou 5 litros de esterco de curral. No primeiro mês, regue a muda duas vezes por semana
Regas: quinzenais
Podas: para estimular a frutificação, no inverno, corte os ramos para que eles fiquem com, no máximo, 2 m de altura
Adubação: deve ser feita duas vezes ao ano: após a primeira poda, no início do inverno, e no início do verão. Use 500 g de farinha de osso, 500 g de torta de mamona ou 10 litros de esterco de gado
Reprodução: por sementes ou enxertia

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