Sucesso no exterior, a begônia-negra é uma planta nativa pouco conhecida no Brasil

POR JANETE TIR | FOTOS VALERIO ROMAHN

Embora seja originária do Brasil, Panamá e de algumas ilhas do Caribe, a begônia-negra (Chrysothemis pulchella) tem fama apenas no exterior. Ela é campeã de vendas nos sites estrangeiros, mas no Brasil é apenas encontrada nos jardins das casas amazonenses.

Olhando para a planta, fica fácil entender o porquê de seu sucesso em outros países. Ela apresenta combinação perfeita de cores: folhas grandes verde-escuras com um toque acobreado e pequenas flores tubulares amarelas que despontam entre sépalas vermelho-alaranjadas. A flor não dura muito – apenas dois dias – mas as sépalas persistem por semanas.

O nome begônia-negra é usado na Amazônia, mas no exterior a espécie é conhecida por copper leaf (“folha-de-cobre”), sunset bells (“sinos-do-pôr-do-sol”, uma referência à cor de suas flores) e black flamingo (“flamingo-preto”). Esse último nome é uma alusão à tonalidade das folhas da planta que ficam escuras, praticamente negras, quando ela é cultivada em locais muito sombreados. O nome científico Chrysothemis vem do grego Chryso (ouro) e themis (lei) e provavelmente foi dado à planta devido à cor de suas flores. Já pulchella vem do latim e quer dizer bonitinha.

A begônia-negra é uma herbácea perene que pertence à família das gesneriáceas, a mesma da violeta-africana (Saintpaulia ionantha). “No paisagismo, a begônia-negra pode ser usada como bordadura, em composições em canteiros internos e externos e também em vasos”, diz o produtor e colecionador de plantas George Bento, que cultiva a espécie no Amazonas.

As sépalas vermelhas duram semanas, mas as flores amarelas desaparecem em dois dias

Como plantar

A begônia-negra se desenvolve bem em solo rico em matéria orgânica e não argiloso, mantido sempre úmido. Ela é típica de clima tropical e, nas regiões Sul e Sudeste, só pode ser cultivada em estufa. Ela não requer adubação, mas vale a pena aplicar 100 g de esterco de curral ou húmus de minhoca a cada seis meses para melhorar a floração e deixar a folhagem mais bonita. A quantidade de luz é determinante para a aparência das folhas. Em locais mais iluminados, elas são verde-escuro brilhante, mas quando a espécie é cultivada sob sombra ficam verde enegrecidas e brilhantes.

As regas devem ser diárias e as podas mensais, para a remoção de folhas velhas ou danificadas. Na época mais quente do ano, a begônia-negra perde suas folhas e flores e entra em dormência. “A única coisa que sobra é o rizoma da planta”, diz George Bento.

Mudas da espécie podem ser obtidas por estaquia, divisão de touceiras ou plantio de rizomas, mas esses procedimentos só devem ser executados no inverno, quando a planta estiver em pleno desenvolvimento vegetativo. No que se refere às pragas, a begônia-negra não costuma sofrer ataques. “Quando estabelecida em solo rico em matéria orgânica e constantemente úmido, ela atinge a idade adulta com vigor e sem problemas”, finaliza o colecionador de plantas.

Com tantas qualidades, basta um pouco mais de divulgação para que a begônia-negra faça no Brasil tanto sucesso quanto no exterior.

A begônia-negra pode ser cultivada como bordadura, em canteiros ou em vasos

Begônia-negra em detalhes

  • Nome científico: Chrysothemis pulchella
  • Nomes populares: begônia-negra (Brasil), copper leaf, sunset bells e black flamingo (Estados Unidos)
  • Família: gesneriáceas
  • Origem: Brasil, Panamá e Antilhas
  • Características: herbácea perene
  • Flores: tubulares na cor amarela. Elas saem de sépalas vermelho-alaranjadas
  • Folhas: verde-escuras com nervuras acobreadas. Em lugares bem sombreados elas ficam bem escuras
  • Porte: de 30 cm a 60 cm
  • Plantio: em canteiros ou em vasos com terra vegetal rica em matéria orgânica
  • Luz: sombra ou meia-sombra
  • Solo: rico em matéria orgânica
  • Clima: tropical
  • Regas: diárias, mas sem encharcar
  • Propagação: por estaquia ou divisão de touceiras ou rizomas

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