Para combinar com o estilo da casa construída na década de 1950, o jardim recebeu canteiros sinuosos que misturam plantas tropicais e topiadas

POR GABI BASTOS | FOTOS VALERIO ROMAHN | PROJETO ROBERTO RISCALA

A casa parece ser de fazenda, mas está localizada no coração de uma região nobre da cidade de São Paulo. “O paisagismo segue o estilo e a elegância do casarão de 1955. Utilizei plantas de flores rosa, brancas e azuis – mesmas cores da construção – e espécies de grande e médio porte, que também têm a função de esconder o muro que delimita a propriedade”, explica o arquiteto e paisagista Roberto Riscala, que planejou e cuida do jardim há 20 anos.

Os canteiros são extensos, sinuosos e foram decorados com esculturas de granito do artista plástico Roberto Vivas. Entre eles, a área gramada serve para os netos da proprietária correrem à vontade.

A mistura de plantas tropicais com topiadas e o espaço reservado às crianças, onde a principal atração é um balanço decorado com trepadeira, são duas das boas ideias do paisagismo. Confira:

Canteiros sofisticados

Por todo o jardim sobressaem as linhas sinuosas dos canteiros. Elas foram definidas por buxinhos topiados (Buxus sempervirens) (1), com cerca de 30 cm de altura, e têm a função de organizar e sofisticar o paisagismo. “Utilizei dois tipos de planta: maiores e de folhas grandes atrás, para disfarçar o muro, e de folhagem compacta e florífera na frente, para colorir”, explica Riscala. Um bom exemplo é o canteiro, apresentado na página à direita, composto pelas tropicais arecas-bambu (Dypsis lutescens) (2), ao fundo, e camélias (Camellia japonica) (3) e ligustros-arbustivos-variegados (Ligustrum sinense ‘Variegatum’) (4), na frente.

Os canteiros de linhas orgânicas desenham o jardim

Espécies diferenciadas

As palmeiras também se destacam na paisagem, caso das arecas-de-lucuba (Dypsis madagascariensis) (5), cultivadas nos canteiros que bordam a frente da casa, e dos jerivás (Syagrus romanzoffiana) (6) com mais de 10 m de altura, que tiveram o tronco envolto por costelas-de-adão (Monstera deliciosa) (7), plantadas há mais de 15 anos.

Duas mudas de congeias (Congea tomentosa) (8) conduzidas em treliças dão um toque verde à construção. “A espécie tem um crescimento vigoroso. Por isso, todos os anos, é preciso podá-la radicalmente no verão, depois que a florada terminar”, dá a dica Roberto Riscala.

As luminárias e cadeiras de ferros são originais da década de 1950, quando a casa foi construída, e acrescentam ainda mais estilo ao jardim.

Os troncos dos jerivás foram envolvidos pela trepadeira costela-de-Adão

Jardim infantil

Um cantinho especial do jardim é o espaço reservado às crianças, inspirado nas praças europeias. Ele conta com brinquedos tradicionais e com móveis de tamanho reduzido para a criançada se sentir mais à vontade.

O brinquedo preferido é o balanço ornado por um jasmim-estrela (Trachelospermum jasminoides) (1), localizado sob a copa de uma árvore para ser sombreado nas horas mais quentes do dia.

Já os móveis de ferro foram dispostos sobre um piso de paralelepípedo e sob a copa das jabuticabeiras (Myrciaria cauliflora) (2) e compõem um ambiente multiuso. “A frutífera foi escolhida porque, além de ornamental, seus frutos nascem no tronco e podem ser colhidos pelos pequenos” conta Riscala.

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