Um extenso talude separa a área da piscina de um ambiente mais reservado, voltado ao relaxamento

– Por Talita Stella Vespa | Fotos André Fortes | Projeto Rogério Ribas

O desnível de 10 m entre a parte mais alta e a mais baixa do terreno – que mede 5 mil m² – foi o principal desafio na elaboração deste jardim. Ele obrigou o arquiteto Rogério Ribas a dividir os ambientes de convívio em dois patamares interligados por uma extensa escada de pedra.

Na parte mais alta ficam a piscina – que está totalmente integrada à casa –, o solário e algumas mesas para refeições ao ar livre. Já no patamar inferior, foi criado um cantinho aconchegante mais intimista. Para suavizar o talude, o profissional pontuou o gramado com arbustos robustos com cores e texturas variadas.

A piscina corta o deque em dois. O modo como ela foi disposta ajuda a integrá-la aos ambientes internos da casa

LAZER NAS ALTURAS

A piscina em formato de raia foi estrategicamente posicionada diante da porta principal da casa para parecer uma extensão do ambiente interno. Ela mede 14 m x 3 m e conta com revestimento de pastilhas marmorizadas em três tons de verde. Em ambas as laterais da estrutura, deques abrigam ambientes de estar: de um lado fica o solário e, do outro, uma área de refeições ao ar livre.

O espaço dedicado ao banho de sol foi mobiliado com espreguiçadeiras e guarda-sóis de alumínio amarronzado. Para dar mais conforto aos banhistas, as espreguiçadeiras receberam colchões revestidos por tecido naval, um material resistente à água. O toque de verde fica por conta dos buxinhos (Buxus sempervirens) (1) topiados em forma de bola e cultivados em vasos.

Na área de refeições, as mesas quadradas de peroba-do-campo foram acompanhadas por cadeiras de alumínio. O deque sobre o qual elas estão dispostas faz a transição visual entre a piscina e a área gramada, onde espreguiçadeiras de alumínio e tecido compõem uma espécie de sala de estar.

O charme do espaço se deve principalmente às soluções adotadas para disfarçar a grande parede que já existia no local. Ao longo dela foram dispostos painéis de madeira cumaru intercalados com nichos, onde estão acomodados enfeites diversos; e um jardim vertical composto exclusivamente por folhagens. O arremate é dado pelo ripado fixado na parte de cima do muro, coberto por uma placa de vidro: ele serve de suporte para a vigorosa trepadeira jasmim-dos-açores (Jasminum azoricum) (2).

ILUSÃO DE ÓPTICA

Além de abrigar os ambientes do jardim voltados ao convívio social, o patamar superior serve de mirante para se apreciar do alto a beleza do paisagismo. As murtas (Murraya paniculata) (3) cultivadas no topo do talude foram topiadas de forma retilínea para bordar o deque e formar uma espécie de guarda-corpo natural. Já o restante do terreno em declive foi coberto por grama-esmeralda (Zoysia japonica) (4), entremeada por maciços robustos, que dão a sensação de que a inclinação do terreno é menor.

Entre as espécies escolhidas para o espaço estão o capim-do-texas-rubro (Pennisetum setaceum ‘Rubrum’) (5), de folhas arroxeadas; a moreia (Dietes bicolor) (6), que na primavera e no verão fica salpicada de flores amareladas; o ornamental capim-do-texas (Pennisetum setaceum) (7) e o hibisco-colibri (Malvaviscus arboreus var. mexicanus) (8).

CANTINHO RESERVADO

A escada que liga a área da piscina à parte mais baixa do terreno é de pedra moledo, um material que dá aspecto bem rústico à estrutura e contrasta com a delicadeza dos hibiscos-colibri (8), usados para bordá-la. A espécie foi escolhida para essa área porque floresce ininterruptamente o ano inteiro.

No patamar inferior, o canteiro de linhas sinuosas, onde crescem plantas ornamentais como o camarão-vermelho (Justicia brandegeeana) (9), transformou-se em um cantinho aconchegante com a inclusão de uma poltrona de madeira. É uma área do jardim mais reservada, voltada ao relaxamento e à contemplação.

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