A Mata Atlântica inspirou a criação deste refúgio de vegetação exuberante em uma casa em São Paulo

– Por Nancy Weber| Fotos André Fortes | Projeto Fábio Marins | Produção Beth Macedo

Construída na década de 1950, a casa no bairro Sumaré, na zona oeste de São Paulo, tinha um quintal de 55 m² coberto por piso cerâmico, como era costume na época. Mas, graças à intervenção do arquiteto Fabio Marins, ela ganhou um jardim repleto de plantas, que mais parece um pedacinho de Mata Atlântica escondido no meio da cidade.

O jardim vertical e as trepadeiras emoldurando as paredes externas da casa dão a sensação de que o verde abraça o espaço. No chão, pedras rachão e os seixos delimitam áreas de estar e compõem os caminhos.

As espécies, que foram distribuídas sem uma formatação rígida para dar a sensação de vegetação nativa, trazem achonchego aos ambientes de estar criados – um ofurô e uma pequena sala de estar – e ainda servem de pano de fundo para espaços internos da casa, uma vez que vários cômodos são voltados para o jardim.

 PARA RELAXAR E APRECIAR

“A ideia era trazer para a casa na cidade a sensação de estar junto à mata”, diz Fabio Marins. Para tanto, ele instalou no muro de 9,80 m x 3 m um jardim vertical onde crescem aspargos-pluma (Asparagus densiflorus ‘Myersii’) (1), aspargos-pendentes (Asparagus densiflorus ‘Sprengeri’) (2), barba-de-serpente-variegada (Ophiopogon jaburan ‘Vittatus’) (3) e costelas-dea-dão (Monstera deliciosa) (4).

O muro de mais de 4 m de altura, que seria um problema, passa despercebido depois de encoberto pela trepadeira tumbérgia-azul

Outras espécies que garantem a dinâmica da paisagem são o pleomele-variegado (Dracaena reflexa Variegata’) (5) e a bela-emília (Plumbago auriculata) (6). No fundo do jardim, o recanto reservado para o relaxamento abriga um ofurô de 1,65 m de diâmetro, instalado em um deque de cruzetas de demolição escovadas e protegidas com óleo vegetal polimerizado. No entorno dele crescem nandinas (Nandina domestica) (7) que, no final do verão, enfeitam o jardim com seus frutinhos vermelhos.

 

Para encobrir a parede de 4 m de altura atrás do ofurô foi, escolhida a trepadeira tumbérgia-azul (Thunbergia grandiflora) (8), que se desenvolve agarrada em uma malha do tipo pop – ela é mais resistente que o alambrado – instalada no muro.

Para acomodar o ofurô, foi construído um deque de 3,60 m x 2 m. A cadeira e o vaso com bromélias guzmânia (Guzmania hybrid) contrastam com o verde predominant

Os frutos vermelhos da nandina e as flores da tumbérgia-azul (à direita) pincelam cor no ambiente

FLORES PARA ENFEITAR

No outro extremo do jardim, uma área circular cujo piso foi revestido por pedra rachão abriga uma agradável sala de estar ao ar livre. Para compor o espaço, bastou dispor no local uma cadeira de cedrinho maciça, confeccionada por um artesão gaúcho, e um cesto com petúnias (Petunia x hybrida ‘Grandiflora’) (9) cujas flores contrastam com o verde do jardim vertical. A espécie também aparece nos vasos pendurados nos degraus da escada que leva ao mirante no telhado da casa. Confeccionada por um serralheiro com chapas e tubos de ferro, a peça foi pintada com tinta esmalte fosca antiferrugem para resistir às intempéries.

Decorada com vasos de petúnias, a escada de ferro que leva ao terraço se integrou ao paisagismo da sala de estar ao ar livre

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