A folhagem que parece iluminar o jardim faz da vinca-dourada uma ótima pedida para quem busca uma planta diferente

Texto Ana Vazzola

Fotos Valério Romahn

Pouco importa se o cenário ao fundo é verde, avermelhado ou repleto de flores: as folhas de bordas verde-escuras e centro amarelado da vinca-dourada (Vinca minor ‘Illumination’) jamais passam despercebidas. Distribuídas ao longo de ramos de até 1,5 m de comprimento, elas parecem formar feixes de luz capazes de iluminar qualquer composição. A característica é tão marcante que aparece até no nome da planta: em inglês, illumination significa iluminação.

Na primavera e no verão, a herbácea ganha um atrativo a mais: pequenas flores azul-arroxeadas despontam em meio à folhagem, salpicando cor no jardim.

As folhas de bordas verde-escuras e centro amarelado parecem iluminar o jardim com seu colorido

Ainda pouco comum no Brasil, a vinca-dourada tem múltiplos usos: pode ser cultivada em vasos, como pendente, ou em canteiros, como forração. Se adapta, inclusive, ao plantio em conjunto com gramíneas e pequenos arbustos.
Daniel Hesse, consultor de jardins e gerente de produção da Floricultura Úrsula, ressalta que a espécie ainda ajuda a combater a erosão do solo. “A vinca-dourada tem raízes entrelaçadas que garantem a boa fixação da terra”, explica.

SEGREDOS DO CULTIVO

Rústica e de crescimento rápido, a planta é típica de clima temperado, tolerante ao calor subtropical e requer alguns cuidados para crescer saudável: deve ser cultivada em solo arenoargiloso, regada diariamente nos períodos mais secos e adubada a cada 15 dias com adubos ricos em nitrogênio.
Para o plantio, abra berços com o dobro do tamanho do torrão e prepare o substrato misturando a terra retirada com 20% de húmus. Se o plantio for em canteiros, deixe 50 cm de espaço entre as mudas. Já para o cultivo em vaso, é preciso que o recipiente tenha pelo menos 20 cm de diâmetro.

Os ramos de até 1,5 m de comprimento pendem dos vasos, criando um belíssimo efeito

As podas, embora desnecessárias, podem ser feitas para deixar a touceira mais cheia. Daniel Hesse explica: “Diferentemente de outras espécies, que ramificam no local onde é feito o corte, a vinca-dourada faz com que um novo broto nasça direto da touceira, deixando a planta mais robusta”. Segundo ele, o corte pode ser feito em qualquer altura do ramo, desde que rente aos nós onde brotam as folhas.

No que se refere às pragas, a principal ameaça à vinca-dourada são os ácaros, que atacam as folhas em regiões de clima mais seco. O tratamento é feito com acaricidas específicos, que só podem ser receitados por engenheiros agrônomos.
A Floricultura Úrsula vende caixas com 15 mudas de vinca-dourada por R$ 20.

VINCA-DOURADA EM DETALHES

• Nome científico:  Vinca minor ‘Illumination’
• Nomes populares: vinca-dourada, vinca-menor-dourada
• Família: Apocináceas
• Origem: planta desenvolvida nos Estados Unidos a partir da espécie-tipo nativa da Europa e da região do Cáucaso
• Características: herbácea perene, rústica e ornamental, de até 15 cm de altura. Seus ramos podem chegar a 1,5 m de comprimento
• Folhas: medem de 2 cm a 3 cm de comprimento e são variegadas- tem as bordas verde-escuras e o centro amarelado. Se distribuem ao longo dos ramos
• Flores: Surgem durante a primavera e o verão em meio à folhagem. São pequenas, com até 2 cm de diâmetro, azul-arroxeadas e com formato de catavento.
• Luz: sol pleno
• Solo: arenoargiloso
• Clima:  subtropical e temperado
• Plantio: abra berços com o dobro do tamanho do torrão da planta e preencha-os com uma mistura de terra retirada do local acrescida de 20% húmus. Em canteiros, mantenha 50 cm de espaçamento entre as mudas. Para o plantio em vasos, escolha recipientes com pelo menos 20 cm de diâmetro
• Regas: em regiões mais secas, molhe a planta diariamente. Nas mais úmidas, as regas podem ser feitas em dias alternados. O importante é não deixar o substrato secar
• Adubação: aplique a cada 15 dias adubos químicos ricos em nitrogênio, como o NPK 15-5-5 ou NPK 20-8-8
• Reprodução: por estaquia

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