Vistosas e delicadas, as florzinhas colorem o jardim o ano todo e podem vir acompanhadas de folhas em dois tons

TEXTO ANA VAZZOLA | FOTOS VALERIO ROMAHN

Tem planta que conquista à primeira vista, e a margarida-amarela certamente é uma delas. Com pétalas longas, finas e amarelas – é claro! – distribuídas em volta de um miolo no mesmo tom, elas conseguem encher o jardim de cor. E, como as florzinhas de até 4 cm de diâmetro despontam sem parar o ano todo, não é preciso nem mesmo combiná-la com outras floríferas para assegurar canteiros sempre vistosos.

O segredo para ver a margarida-amarela sempre bonita é mantê-la a sol pleno

Embora as flores sejam o principal atrativo do arbusto, as folhas também têm papel importante na ornamentação. Aliás, é justamente o formato e o colorido delas que diferenciam as duas variedades de margarida-amarela vendidas no Brasil: na Euryops chrysanthemoides elas são verdes; e na Euryops pectinatus, profundamente recortadas – lembram até o formato de um pente – e levemente acinzentadas, por conta da fina pelugem que as encobre. Ambas são nativas de regiões rochosas da África do Sul e típicas de clima subtropical. Por isso, vão melhor no Sul e Sudeste do Brasil, onde o clima é mais ameno.

No cultivo, as duas espécies de margarida amarela são iguais e não têm frescura: enfrentam as intempéries sem dificuldades e gostam mesmo é de ficar a sol pleno. No paisagismo, dá para usá- las para compor maciços, plantá-las em meio às pedras de jardins rochosos ou até mesmo em vasos, decorando a entrada de varandas.

Para que se destaquem ainda mais, a sugestão de Cristiano Kuhn, da Floricultura Úrsula (www.floriculturaursula.com.br), é acomodá-las no centro de um canteiro e bordá-las com plantas mais baixas, para criar um jogo de alturas.

Em canteiro ou vaso

Resistentes, as margaridas-amarelas vão bem em solos bem drenados e ricos em matéria orgânica e não exigem muitos cuidados. Para o plantio em canteiros, abra berços de 15 cm de profundidade e preencha-os com uma mistura de terra retirada do local e dois litros de composto orgânico. Deixe 30 cm de espaçamento entre os berços. Se a opção for pelo cultivo em vaso, escolha um recipiente com pelo menos 40 cm de diâmetro e 40 cm de profundidade. Preencha o fundo com uma camada de 3 cm de argila expandida ou pedra brita, complete com terra vegetal e plante as mudas.

O regime de regas varia conforme o local de cultivo. As plantas em canteiros devem ser molhadas duas vezes por semana, e as em vaso em dias alternados. A adubação, feita uma única vez ao ano, também não tem complicação: durante a primavera, de preferência entre os meses de setembro e outubro, incorpore ao solo 20 g de NPK 4-14-8, sempre tomando o cuidado de evitar o contato do produto com o caule das flores, para não queimá-lo.

Enquanto as folhas da Euryops chrysanthemoides são verdes, as da Euryops pectinatus se diferenciam pelo tom acinzentado e por serem profundamente recortadas

As podas, feitas apenas nos exemplares com mais de 40 cm de altura, não têm data certa, mas devem ser executadas depois que as flores murcharem. “Quando elas estiverem secas e já sem o colorido característico, corte em 10 cm as pontas do arbusto para estimular o surgimento de novos brotos”, explica Cristiano Kuhn.

É natural que, cerca de três anos após o plantio, as margaridas-amarelas apresentem uma diminuição na floração. “Isso acontece porque o arbusto fica muito lenhoso, e o melhor a fazer é substituir a planta por outra mais nova”, diz Cristiano.

Na Floricultura Úrsula, as mudas de Euryops pectinatus custam R$ 5,60 cada, e as bandejas com 15 mudas de Euryops chrysantemoides, R$ 14,30.

Margarida-amarela em detalhes

Nomes científicos: Euryops chrysanthemoides e Euryops pectinatus
Nome popular: margarida amarela
Família: Asteráceas
Origem: as espécies são nativas de áreas rochosas da África do Sul
Características: arbusto perene e lenhoso, que pode medir até 1 m de altura. É densamente ramificado e tem formato arredondado
Folhas: variam conforme a espécie. Na Euryops chrysantemoides elas são verdes e têm as bordas irregulares, enquanto na Euryops pectinatus, são cobertas por uma pelugem acinzentada e têm as bordas bem recortadas
Flores: amarelas, medem de 3 cm a 4 cm de diâmetro e são sustentadas por longos pecíolos. Despontam o ano todo – mas principalmente durante o verão – no topo de hastes de 6 cm de altura
Solo: bem drenado e rico em matéria orgânica
Luz: sol pleno
Clima: subtropical
Regas: duas vezes por semana para as espécies plantadas no canteiro e em dias alternados para as cultivadas em vasos
Plantio: para o plantio em canteiros, abra berços de 15 cm e preencha-os com uma mistura de terra do local e dois litros de composto orgânico. Deixe 30 cm entre as mudas. Já para o plantio em vasos, escolha um recipiente com pelo menos 40 cm de diâmetro e profundidade. Preencha o fundo com 3 cm de argila expandida ou pedra brita e complete com terra vegetal. Depois é só acomodar a muda
Adubação: entre os meses de setembro e outubro, aplique 20 g de NPK 4-14-8 direto no solo, deixando uma distância de 10 cm em relação ao caule da planta
Podas: sem época certa, devem ser feitas apenas nas plantas adultas – com mais de 40 cm de altura –, sempre após a floração. Quando as flores secarem, corte os ramos 10 cm abaixo delas para estimular novas brotações, que surgirão dentro de dois meses
Reprodução: por estaquia

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