A combinação da arquitetura neoclássica com o paisagismo contemporâneo rendeu um jardim pra lá de interessante

– Por Nancy Weber | Fotos Valerio Romahn | Projeto Alexandre Galhego

Só mesmo um paisagismo contemporâneo para conciliar a arquitetura neoclássica e imponente desta casa, no interior de São Paulo, com o desejo dos proprietários de ter uma piscina com ar bem praiano. Até porque as linhas marcantes do estilo greco-romano estão por todos os lados: na fachada da residência, no pergolado branco com colunas dóricas e na cascata em forma de pórtico junto à piscina.

Para dar vida a um projeto harmonioso, o engenheiro agrônomo e paisagista Alexandre Galhego trabalhou em parceria com o arquiteto Fabio Brascia, responsável pela reforma da casa. Quase tudo que existia no antigo jardim foi descartado. “Só sobraram algumas árvores adultas, a maior parte delas melaleucas, e as palmeiras, que foram transplantadas da frente da casa para a área da piscina”, explica o profissional.
“Uma de minhas preocupações foi trabalhar os volumes vegetais para contrabalançar as grandes áreas ‘impermeáveis’ no entorno da piscina e trazer uma personalidade mais forte e vibrante aos espaços”, diz ele justificando o porquê da escolha de plantas tropicais. O verde é a cor predominante, mas há sempre um ou outro maciço colorido ao alcance dos olhos. “As floradas vão se sucedendo, acendendo e apagando determinados pontos do jardim”, justifica Galhego.

Colunas greco-romanas e plantas tropicais convivem em equilíbrio no projeto

LAZER COMPLETO

Com desenho irregular, a piscina foi circundada por inúmeras áreas de convivência, umas mobiliadas com confortáveis daybeds e outras com mesas de refeições. A ponte de piso cimentício imitando madeira que corta a estrutura separa a área mais funda da prainha em forma de U, onde deságua uma cascata sustentada por colunas dóricas iguais às do pergolado.

Para criar o clima praiano que os proprietários tanto queriam, Alexandre Galhego abusou das palmeiras no paisagismo. As arecas-de-lucuba (Dypsis madagascariensis) (1) adultas foram transplantadas para o espaço e ganharam a companhia de tamareiras-de-jardim (Phoenix roebelinii) (2). Já o colorido do cenário fica por conta dos hibiscos (Hibiscus rosa-sinensis hybrid) (3) e das helicônias-papagaio (4), que formam maciços junto à cascata.

 

BELEZA NATURAL

Pedras de rio apoiadas umas sobre as outras, como em um quebra-cabeça, delimitam o laguinho de 50 m² e conferem um aspecto natural ao espaço onde vivem peixes e plantas aquáticas. Esculpidas ao longo dos anos pela Natureza, elas ganharam formas, cores e desenhos impressionantes. “As maiores ficam nas margens e formam as duas cascatas enquanto as menores ocupam o interior da estrutura, que teve o fundo coberto por pó de quartzo de minério”, explica Amauri Hernandes Vanderlei, proprietário da Viva Casa, empresa que implantou o lago.

As plantas foram escolhidas com base não apenas na estética, mas também na rusticidade, para tornar mais prática a manutenção. Destaque para o dinheiro-em-penca (Callisia repens) (5), que cresce entre as pedras; e a florífera hera-sueca (Plectranthus verticillatus) (6), usada para encobrir a cascata.

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