Fáceis de cultivar, os bulbos requerem alguns cuidados no plantio e nas regas para crescerem saudáveis. Conheça as particularidades de algumas espécies

Texto Marina Gabai

Fotos André Fortes

Produção Aida Lima

Amarílis, trevo, copo-de-leite, narciso, falsa-cebola-do-mar. Apesar de diferentes visualmente, essas espécies têm uma coisa em comum: são plantas bulbosas. Isso significa que suas flores e folhas brotam de uma estrutura com formato globoso, que armazena nutrientes: o bulbo.
Assim como as sementes, os bulbos germinam quando colocados no solo. Porém, são mais caprichosos e requerem uma técnica diferente de plantio conforme a espécie. Enquanto os bulbos de algumas plantas devem ser completamente enterrados, os de outras precisam ser parcialmente cobertos. Há também os que germinam apenas apoiados sobre o solo.
Como não há como descobrir o que fazer com cada bulbo apenas olhando para ele, o jeito é seguir as instruções das embalagens e desta reportagem.

CICLO BÁSICO DOS BULBOS

Independentemente de serem colocados sobre a terra, enterrados ou parcialmente enterrados, os bulbos têm um ciclo de vida muito parecido. Eles devem ser plantados no solo assim que forem comprados, mesmo que não seja seu período de floração. O máximo que acontecerá é eles ficarem em dormência até a hora de desabrochar. No passo a passo, você confere as instruções para plantar e cuidar do amarílis (Hippeastrum hybridum). Com exceção da profundidade de plantio, as regras são as mesmas para os demais bulbos.

1.Prepare um vaso com substrato rico em matéria orgânica acrescido de 20% de areia, ou abra um berço em um canteiro com as mesmas características.

2. Acomode o bulbo seguindo as instruções do fabricante. No caso do amarílis, a pontinha superior do bulbo deve ficar para fora do substrato.

 

3. Como o bulbo já é, por si só, uma reserva de nutrientes, não é necessário adubar o solo. Se ainda assim você fizer questão de usar fertilizantes, aplique a cada 30 dias  NPK 10-10-10 na proporção de 15 g por m².

4. Os bulbos também não precisam de muita água: basta regá-los de duas a três vezes por semana sem encharcar o solo. Porém, é importante escolher bem o horário das regas, que devem ser feitas nas primeiras horas do dia. Após as 11h, com o aumento da temperatura, a terra fica mais quente e água pode acabar “cozinhando” o bulbo.

5. Flores e folhas cairão e ela entrará  dormência. Você pode manter o bulbo onde está para que, no ano seguinte, ele volte a brotar. Outra opção é retirá-lo da terra – neste caso corte o caule que sobrar – e colocá-lo em uma caixa com areia, que deve ser mantida em um local fresco, seco e pouco ventilado. Replante-o no período ideal da espécie (no caso do amarílis, no final do inverno).

 

A PROFUNDIDADE IDEAL

Descubra entre as principais espécies de bulbo quais devem ou não ser enterradas na hora do plantio.

Bulbo sobre a terra

A falsa-cebola-do-mar (Ornitogalum caudatum) e a cebola-trepadeira (Bowiea volubilis) não precisam ter os bulbos enterrados na hora do plantio. Como os nomes das plantas sugerem, esses bulbos se assemelham à cebola usada na cozinha e devem ser colocados sobre o solo para criar raízes.

Parcialmente enterrado

Amarílis, crinos (Crinum x powelii) e coroas-da-imperatriz (Scadoxus multiflorus) devem ter apenas uma parte do bulbo enterrada – mais especificamente a área redonda – e ficar com a pontinha para fora da terra. É dela que brotarão as folhas e flores.

 

Completamente enterrado

Fazem parte do grupo de plantas que devem ser totalmente enterradas a angélica (Angelica archangelica), a íris-holandesa (Iris x hollandica), o trevo (Oxalis tetraphylla), o narciso (Narcissus poeticus) e o lírio (Lilium L.). A profundidade, porém, varia conforme a indicação abaixo:

OUTROS CUIDADOS

Além do plantio correto, alguns bulbos demandam uma atenção extra para florescerem. Conheça dois deles e veja como proceder:

ANGÉLICA: 2 cm de profundidade

LÍRIO: 10 cm de profundidade

TREVO: 2 cm de profundidade

ÍRIS-HOLANDESA: 7 cm de profundidade

NARCISO: 5 cm de profundidade

Coroa-da-Imperatriz

Ao contrário dos demais bulbos, que podem ou não ser retirados do solo após a florada, os da coroa-da-imperatriz devem, obrigatoriamente, permanecer na terra durante a dormência. Como a espécie floresce na primavera, no final do ano, quando suas flores murcharem, corte a parte aérea da planta. Para evitar o ataque de fungos e bactérias, também é importante deixá-la sem regas por oito meses.

Narciso

Acostumadas com climas frios, são poucas as variedades de narciso (Narcissus sp.) que crescem no Brasil. Por aqui só é possível encontrar a flor nas cores branca e amarela e a florada se dá em outro período: em vez de desabrocharem na primavera, como nas regiões temperadas, elas despontam no inverno, e a planta entra em dormência no verão.

 

 

 

 

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