Quando acompanhadas de floríferas de tom semelhante, como a lavanda, as flores da Tibouchina heteromalla criam um efeito delicado no jardim

– Por Laura Neaime | Fotos Valerio Romahn

As graciosas inflorescências roxas da orelha-de-onça (Tibouchina heteromalla) parecem disputar atenção com as folhas vistosas do arbusto. Aglomeradas nas pontas dos ramos, as flores surgem acima da folhagem durante quase todo o ano – menos intensamente no inverno – e contrastam com o tom verde-acinzentado das grandes folhas. O colorido da folhagem tem um motivo: verde por natureza, ela é encoberta por uma densa pelugem esbranquiçada. Seu formato, que lembra o de um coração, e a textura aveludada, renderam à espécie o nome popular de orelha-de-onça.

A paleta de cores do arbusto permite belas composições no jardim. Harmonizar a espécie com outras de cores semelhantes, como a lavanda (Lavandula dentata) garante um efeito delicado à composição. Já se o objetivo for criar contrastes, experimente combiná-la com floradas vibrantes, como a amarela tríalis (Galphimia brasiliensis).

BRASILEIRA MULTIÚSO

Nativa do Brasil, a orelha-de-onça pode atingir 2,5 m de altura e é indicada para compor renques e cercas vivas. O produtor Edilson Giacon garante que é possível obter uma barreira bem fechada em pouco tempo: basta plantar as mudas com cerca de 1 m de distância. A espécie também pode ser cultivada como planta de destaque em canteiros. Nessas condições, seu diâmetro pode chegar a 2,5 m em cinco anos, período que a planta demora para ficar adulta.

Por não perder muitas folhas durante o ano, a espécie é indicada para o paisagismo no entorno de piscinas: ela proporciona privacidade e embeleza o espaço sem o risco de sujar a água. Outra opção é cultivá-la como arvoreta, em vaso, para funcionar como um ponto de destaque em pátios ou em jardins com poucos canteiros. Para tanto são recomendados recipientes com 50 cm de diâmetro e, ao menos, 60 cm de altura.


PRATICIDADE EM FLOR

A orelha-de-onça é ideal para aqueles que não querem investir muito tempo na manutenção do jardim já que, depois de bem estabelecida, só requer regas a cada 15 dias nos períodos mais secos. As adubações também não demandam trabalho: basta aplicar 100 g de NPK 4-14-8 a cada seis meses. A periodicidade das podas depende do modo como a espécie é mantida. “Quando cultivada para ficar com aspecto mais natural, ela deve ser aparada duas vezes ao ano”, diz Giacon. Já os exemplares topiados requerem podas mais frequentes para não perder a forma. “Seja como for, é importante esperar o ápice da floração passar para só então fazer a poda, pois a remoção dos botões resulta na diminuição do número de flores”, conclui o produtor.


ORELHA-DE-ONÇA EM DETALHES

• Nome científico: Tibouchina heteromalla
• Nome popular: orelha-de-onça
• Família: melastomatáceas
• Origem: Brasil
• Características: arbusto perene, ramificado e que atinge 2,5 m de altura e 2,5 m de diâmetro
• Folhas: cordiformes e cobertas por uma densa pelugem acinzentada
• Flores: pequenas, roxas e com cinco pétalas. Surgem nas extremidades dos ramos – agrupadas em inflorescências – e despontam com maior intensidade do verão ao outono
• Plantio: abra um berço de 30 cm de lado e 40 cm de profundidade e preencha-o com terra do local misturada a 500 g de superfosfato simples ou esterco bem curtido. Acomode a muda no centro e complete com a mistura. Por duas semanas, regue-a em dias alternados. Depois, molhe-a uma vez por semana, até completar três meses
• Solo: rico em matéria orgânica, bem drenado e mantido úmido
• Luz: sol pleno e meia-sombra
• Clima: tropical, tolerante a subtropical de altitude ou litorâneo
• Regas: quinzenais
• Podas: de manutenção, a cada seis meses
• Adubação: aplicar semestralmente 100 g de NPK 4-14-8
• Propagação: por estaquia

 

 

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