Graças ao paisagismo bem elaborado, o desnível do terreno passa quase batido por quem desfruta das áreas de lazer deste belíssimo jardim

— Por Laura Doubek | Fotos Beto Rigink | Projeto Alexandre Hanazaki

O paisagismo com ares contemporâneos deste jardim no interior de São Paulo é daqueles que merecem ser vistos e revistos com calma. Não só por conta da beleza de plantas como as jabuticabeiras (Plinia cauliflora) (1) e as palmeiras washingtônia-desaia (Washingtonia filifera) (2), que com seus portes esculturais levam sofisticação aos ambientes de lazer distribuídos ao longo do talude, mas principalmente porque a impressão que se tem é de que o cenário muda completamente conforme o ângulo de onde é observado.

SOFISTICAÇÃO EM PATAMARES

É do patamar central, onde ficam a piscina e a sala de estar sob o pergolado, que a separação entre os três níveis fica mais evidente. Enquanto a escadaria e as jardineiras de pedra ligam o solário aos espelhos d’água, a borda infinita delimita a piscina e a parte mais baixa do terreno.

Com 25 m de extensão e diferentes profundidades, a piscina é a prova de que optar por linhas retas está longe de significar cair no lugar-comum. Detalhes sutis, como o revestimento de pedras verdes importadas da Indonésia e as duas pequenas pontes que cortam a água e permitem passar do solário para a sala de estar, garantem o toque de contemporaneidade do projeto.

Na prainha, as linhas sinuosas da faixa de areia e as grandes pedras acomodadas dentro da água dão aspecto natural à área molhada, que ainda é bordada pelos canteiros de agapantos (Agapanthus africanus) (1) e a moreia-bicolor (2). As palmeiras washingtônia-desaia (3) trazem verticalidade ao projeto, enquanto o capim-do-Texas (Cenchrus setaceus) (4) forma uma barreira atrás das espreguiçadeiras, deixando o espaço de relaxamento ainda mais aconchegante.

Detalhes como a ponte de madeira que liga o solário à piscina e as pedras distribuídas pela prainha trazem sofisticação
e um toque de naturalidade ao paisagismo. Nos canteiros cheios de textura, palmeiras washingtônia-de-saia se destacam

 CENÁRIO MEDITERRÂNEO

Rompendo com a linha contemporânea do restante do jardim, a entrada da casa é uma espécie de praça com ares toscanos. O mix de plantas de cores e volumes distintos cultivadas direto no solo, aliado aos vasos de buxinhos (Buxus sempervirens) (1) topiados em forma de bola, reforça o cenário mediterrâneo.

Espécies como a minirrosa (Rosa hybrid) (2) e a lantana (Lantana camara) (3) dão conta de colorir a paisagem com suas pequenas flores, enquanto as árvores liquidâmbares (Liquidambar styraciflua) (4) destacam-se pelo porte mais avantajado.

O piso de paralelepípedo entremeado por gramaesmeralda (Zoysia japonica) (5), de modo a formar desenhos geométricos, se harmoniza com o tom ocre das paredes, e atrai a atenção para a grande fonte no centro da praça. Esculpida em pedra, a peça ocupa lugar de destaque no canteiro forrado por pedriscos.

As formas geométricas desenhadas pela grama quebram a aridez do piso de paralelepípedo

Forrados por minirrosas, os vasos de buxinhos topiados dão um ar romântico à fonte de pedra no centro da praça

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