Criado como um anexo dos renomados Jardins de Versalhes, o lugar encanta pelos canteiros menos formais e repletos de flores

– Por Aida Lima | Fotos Valerio Romahn

Conhecido pelo suntuoso castelo que abrigou Luis XIV e pelo jardim todo simétrico assinado pelo arquiteto paisagista André Le Nôtre, o Palácio de Versalhes é destino obrigatório para quem visita Paris. Mas ele não reina sozinho nos arredores da capital francesa. Bem ao lado existe um palácio menor, chamado Petit Trianon, que não perde em nada para seu vizinho agigantado.

Erguido durante o reinado de Luiz XV, ele ocupa a área de 960.000 m² onde antes ficava o jardim botânico de Versalhes e é marcado por recantos românticos e floridos, que pouco têm a ver com o austero projeto dos jardins de Le Nôtre.

O objetivo inicial do monarca era oferecer o palacete, cuja construção começou em 1762, como presente à sua amante, a Madame Pompadour. Porém, seis anos mais tarde, quando o projeto do arquiteto Ange-Jacques Gabriel foi finalizado, o coração do rei já tinha outra dona e o espaço foi ofertado à Madame du Barry.

A moradora mais ilustre de Petit Trianon, no entanto, foi a rainha Maria Antonieta, esposa de Luís XVI, que transformou o local em um refúgio campestre particular, onde podia fugir da sobriedade do palácio. Lá ela criou uma graciosa aldeia, com casinhas repletas de flores. Construído por amor e dedicado às mulheres, os jardins do Petit Trianon são coloridos, aromáticos e encantam os apaixonados pela Natureza.

Dos 23 ambientes que compõem o Petit Trianon, o Jardim Francês é o primeiro avistado por quem adentra o local. O espaço é composto por uma enorme alameda, na qual árvores topiadas formam um muro verde, e por canteiros cuidadosamente delimitados por buxinhos (Buxus sempervirens) (1).

A parte interna dos canteiros centrais do Jardim Francês é preenchida por floríferas como o gerânio (Pelargonium × hortorum) (2). Para facilitar a troca dos exemplares, as plantas são cultivadas em vasos.

Os agapantos (Agapanthus africanus) (3) e as marias-sem- vergonha (Impatiens wallerianahybrid F1) (4) são algumas das espécies escolhidas para enfeitar os canteiros.

Os espaços do Petit Trianon revelam-se aos poucos aos visitantes – ora escondidos por grandes árvores, ora por construções. Para chegar ao Templo do Amor, é preciso cruzar um extenso túnel de madeira ripada.

Canteiros repletos de hibiscos-da-síria (Hibiscus syriacus ‘Red Heart’) (5) enfeitam o caminho próximo ao Templo do Amor, construção de mármore que é um dos locais mais visitados do Petit Trianon.

À beira do lago criado pelo arquiteto Richard Mique fica a Marlborough Tower, uma torre decorativa cuja cúpula remete aos contos de fadas. A construção marca o início do caminho para a The Queen’s Hamlet – o refúgio campestre de Maria Antonieta.

The Queen’s Hamlet é uma aldeota de estilo normando desenhada por Richard Mique. Das 11 casas que compõem o espaço, a mais imponente é a Maison de la Reine (casa da rainha), que pertenceu a Maria Antonieta. A construção é composta por dois edifícios ligados por uma ponte de madeira.

Caminhar pela aldeia particular de Maria Antonieta é desvendar os encantos das casinhas com portões emoldurados por rosas trepadeiras (Rosa hybrid) (6) e janelas floridas. As charmosas casinhas ficam fechadas ao público, mas contam com jardins tão bem cuidados que a sensação é de que ainda há gente morando lá.


PROGRAME SUA VISITA

• Horário de funcionamento: varia conforme a estação do ano.
Na alta temporada (de abril a outubro), o Petit Trianon funciona
de terça-feira a domingo, das 12h às 18h30
• Ingresso: a entrada para o Palácio do Petit Trianon custa € 10.
O acesso aos jardins, no entanto, é gratuito
• Como chegar: partindo do Palácio de Versalhes, dá para ir ao
Petit Trianon a pé ou em um trenzinho que cobra € 4 por pessoa.
É preciso guardar o ticket para o retorno
• Mais informações clique aqui.

 

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