O corte radical no inverno é essencial para as rosas crescerem vistosas. Veja como proceder

Texto Marina Gabai | Fotos Valério Romahn | Produção Aida Lima

Além de comporem arranjos decorativos e belíssimos buquês, as rosas proporcionam um charme especial ao jardim quando cultivadas em canteiros e vasos. Mas, para que elas deem flores vistosas, é preciso ter atenção e cuidados constantes. Um dos segredos para manter as rosas arbustivas saudáveis é a poda radical, que deve ser feita anualmente no período que vai de 21 de junho até o fim de agosto.
O processo consiste em deixar os galhos bem baixos para estimular a floração seguinte.
O especialista em rosas Arno Boettcher explica o porquê da escolha do dia 21 de junho como a data para o início da poda: “Ele tem a noite mais longa do ano e, a partir de então, os dias – e consequentemente a incidência de sol – começam a aumentar. Isso é importante porque depois da poda a planta precisa de sol”.
Para executar o procedimento, é essencial ter uma boa tesoura de podas e proteger as mãos com luvas resistentes, como as de poliéster ou as de borracha próprias para manejar plantas com espinhos.

PODA DOS RAMOS SECOS

Roseira antes da poda

A poda da roseira começa com a remoção dos ramos secos, que apresentem deformidades ou sinais de pouco desenvolvimento.  Veja como proceder:

1. Inicie o corte dos ramos secos pelos ramos mestres – aqueles mais vigorosos e que nascem diretamente do solo. Eles devem ser cortados 2 cm acima da base.

 

2. Remova os ramos secundários – eles nascem a partir dos ramos mestres – que estejam pouco desenvolvidos. É muito fácil identificá-los: eles normalmente são mais finos que os demais.

 

3. Corte agora a ponteira dos ramos mestres que geraram apenas brotos fracos. Isso fará com que o ramo mestre ganhe força e produza brotações laterais.

 

4. Procure por ramos malformados – o retratado acima, que cresceu em forma de L, é um exemplo – e corte-os para garantir a simetria da roseira.
A importância de preservar a gema

Ao podar os ramos das roseiras, é importante que o corte seja feito 2 cm acima das gemas – o ponto do ramo a partir do qual surgem brotações. Isso porque, após a poda, uma pequena parte da ponta do ramo cortado seca. Quando o corte é feito muito perto da gema, ela acaba secando junto com a ponta do ramo e não dá origem a novas brotações.

PODA DOS RAMOS SAUDÁVEIS

É hora de aparar os ramos saudáveis para que a roseira cresça mais forte e volumosa.

1. Para dar à planta uma forma harmônica, corte os ramos mestres no centro do arbusto deixando-os com uma medida entre 20 cm e 30 cm de altura. Os ramos laterais podem ficar um pouco mais curtos para dar forma arredondada à planta.

2. Agora pode os ramos secundários 2 cm acima da terceira gema, contando a partir da base do ramo. Isso vai garantir que a roseira gere um número maior de novas brotações.

 

3. No final do processo, a roseira ficará com um desenho bem definido e simétrico, com os ramos centrais mais altos e os laterais mais baixos.

 

 

4. Com uma poda bem realizada, 15 dias depois do corte, os primeiros brotos surgirão e, em 60 dias, a roseira começará a florir.

Adubação

Logo após a poda radical, é imprescindível adubar a roseira para estimular seu desenvolvimento. Remova a cobertura morta sobre o canteiro e aplique 50 g de calcário para corrigir o pH do solo. Depois aplique 200 g de farinha de osso e 50 g de NPK 10-10-10. Como o adubo químico pode causar queimaduras na roseira, não deixe que ele entre em contato com o colo da planta. Finalize acrescentando uma boa quantidade de composto orgânico
ou recondicionador de solo.
Revolva a terra superficialmente para não machucar a raiz da planta, e forre o solo com alguma cobertura morta, como palha de grama ou serragem. Essa cobertura vai reter a umidade no solo, evitar a compactação e impedir que o sol destrua as bactérias benéficas à planta presentes no adubo.

PARA TODOS OS GOSTOS

Resultado de cruzamentos e recruzamentos, as roseiras adquiriram diversas formas, que possibilitam usos variados da planta no jardim. Conheça as principais:

Arbustivas

As roseiras arbustivas têm flores grandes, que nascem no topo dos ramos e são capazes de chegar a até 2 m de altura. Como seu crescimento é vertical, são muito usadas para compor grandes canteiros, como planta de destaque ou para criar divisórias no jardim.

Minirrosas

Pequenas, mas cheias de flores, as minirroseiras se destacam pela durabilidade e resistência às intempéries. Elas são compactas e seu porte fica em torno de 30 cm e 50 cm. São muito usadas em vasos, jardineiras e na composição de bordaduras.

Trepadeiras

Como o nome indica, as rosas trepadeiras são ideais para revestir pergolados, muros e paredes.
Mas, se forem conduzidas, também podem crescer como arbustos. Seus ramos, que medem de 3 m a 4 m de comprimento, são mais finos que os da roseira arbustiva. Por isso, a técnica de poda apresentada nesta reportagem
não se aplica a ela.

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