Os detalhes de um arbusto que floresce praticamente o ano todo em regiões de temperatura amena

TEXTO JANETE TIR | FOTOS VALERIO ROMAHN

Os nomes populares botão-azul e árvore-batata-azul são uma referência ao colorido das flores da Solanum rantonnetti. Elas surgem em grupos na ponta dos ramos praticamente o ano todo, com menor intensidade apenas no inverno. Destacam-se pelo roxo-azulado, com desenho roxo-escuro nas pétalas, e miolo amarelado.

Quem olha para a florada do botão-azul logo entende por que o arbusto é considerado uma das plantas mais interessantes do gênero Solanum. Seus parentes são espécies como batata e berinjela, nada famosas pelo aspecto ornamental. “Por isso a beleza do botão-azul surpreende tanto”, explica o viveirista Luis Bacher.

Além de produzir flores o ano inteiro, a espécie de até 2 m de altura é capaz de exercer diversas funções paisagísticas. Pode ser cultivada isolada no jardim, em grupos, na forma de cerca viva ou mesmo em grandes vasos. “Além disso, é possível conduzir o botão-azul como trepadeira ou podá-lo em forma de arvoreta. Existe, inclusive, uma variedade bem chamativa, a Solanum romannetti ‘Variegata’, com folhas manchadas em tom de creme”, explica Bacher.

Versátil e rústico, o botão-azul pode adquirir o formato de arvoreta por meio de podas

Por ser nativo do Paraguai e da Argentina, o botão-azul aprecia clima bastante frio. No Brasil, só se desenvolve no Sul ou em regiões de clima subtropical de altitude. “Por esse motivo, ainda não existem muitos produtores da planta no país”, conta o viveirista.

Como plantar

Fácil de cultivar, o botão-azul só precisa de solo rico em matéria orgânica, descompactado e bem drenado para atingir o auge de sua beleza. “As plantas da família das solanáceas costumam ter vida curta, de dez a 12 anos. Em solos argilosos, aqueles que retêm a umidade, essa expectativa cai para sete ou oito anos”, explica Bacher.

Um bom substrato pode ser preparado com 10 litros de esterco de curral e 300 g de superfosfato simples ou farinha de osso. “Na falta de esterco de curral, pode ser usada terra vegetal adubada”, diz. O mesmo tipo de substrato pode ser utilizado em vaso mas, nesse caso, é preciso preparar no fundo uma camada de argila expandida, coberta por manta geotêxtil, para uma boa drenagem da água.

Logo após o plantio, as regas devem ser abundantes para que as raízes se acomodem no solo. Depois, o botão-azul só precisa ser irrigado duas ou três vezes por semana, com pouca água para não encharcar o solo. As adubações devem ser trimestrais com NPK 10-10-10, exceto no inverno, quando a planta poupa energia e o adubo pode queimar suas folhas.

O corte de alguns ramos no inverno deixa o arbusto mais compacto e florífero

Em compensação, o inverno é a época ideal para podar a planta. “O corte de alguns ramos estimula uma florada mais intensa. É só tomar cuidado para evitar podas muito drásticas”, ensina Bacher. Por isso, para ficar com forma de arvoreta, o arbusto deve ser podado a cada três meses desde jovem.

Já para conduzi-lo como trepadeira, a dica é deixar o ramo principal sem podas para que cresça. Depois, fixe esse ramo e os secundários com amarrilhos ao suporte. Os ramos chegam a atingir 2 m de comprimento.

Embora suporte meia-sombra, o cultivo do botão-azul é mais indicado sob sol pleno, pois isso evita que a espécie seja atacada por pragas e doenças. “Caso apareçam pulgões e cochonilhas, o controle pode ser feito com inseticidas naturais, como extrato de Neem”, explica o viveirista.

Seja qual for a função do botão-azul no jardim, prefira cultivar uma muda preparada por estaquia. Ela floresce logo no primeiro ano, trazendo mais cores para sua paisagem.

Botão-azul em detalhes

  • Nome científico: Solanum rantonnetti
  • Nomes populares: botão-azul e árvore-batata-azul
  • Família: solanáceas
  • Origem: Paraguai e Argentina
  • Características: arbusto semi-herbáceo e perene. Vive de dez a 12 anos
  • Porte: até 2 m de altura
  • Flores: surgem em grande quantidade praticamente o ano todo. Elas medem cerca de 2,5 cm de diâmetro e são azul-arroxeadas, com miolo amarelo
  • Folhas: verdes ou variegadas
  • Plantio: em solo preparado com 10 litros de esterco de curral e 300 gramas de superfosfato simples ou farinha de osso
  • Adubação: trimestrais com NPK 10-10-10, com exceção do inverno
  • Luz: sol pleno ou meia-sombra
  • Solo: rico em matéria orgânica e bem drenado
  • Clima: subtropical
  • Regas: duas ou três vezes por semana, com pouca água
  • Reprodução: por estaquia
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