Graças à densa ramificação, o laurotino é ideal para formar topiarias e cercas vivas. Sem podas, também dá belas flores

TEXTO JANETE TIR | FOTOS VALERIO ROMAHN

Ele é um dos arbustos mais prestigiados pelos paisagistas europeus e atributos não faltam para essa predileção. O laurotino (Viburnum tinus) tem caule ereto e copa arredondada, vai bem sob sol pleno ou meia-sombra, dispensa cuidados especiais e dificilmente sofre com doenças ou pragas.

Nativa da Europa, mais precisamente das regiões subtropicais do Mediterrâneo, a planta atinge até 3 m de altura por outros 3 m de largura. Suas folhas são perenes e duram de dois a três anos, deixando o arbusto sempre com um agradável tom de verde-escuro em qualquer época do ano.

O laurotino (1) ao lado da camélia-sasanqua (Camellia japonica) (2) e da margaridinha-rosa-da-austrália (Argyranthemum ‘Summer Stars Pink’) (3). Projeto: Walkiria Fernandes (paisagista), tel.: (12) 3663-7435

Outro destaque são as pequenas flores que surgem na primavera e duram até o verão. Elas apresentam apenas cinco pétalas brancas ou branco-rosadas, mas sempre perfumadas, que se reúnem a várias outras formando uma inflorescência arredondada. Depois se transformam em pequenos frutos redondos chamados drupas, com coloração azul-metálica – eles não devem ser ingeridos, pois são tóxicos. Mas nem sempre dá para admirar essa floração em seus ramos terminais quando o laurotino é utilizado para topiaria.

“O laurotino é uma ótima opção para formar cercas vivas e ladear passeios”, comenta a paisagista Walkiria Fernandes. Segundo ela, uma boa sugestão é combinar o laurotino com moreias brancas ou amarelas, agapantos e camélias.

A florada da espécie surge entre a primavera e o verão e contrasta com o verde da folhagem

Como plantar

Apesar de europeu, o laurotino se adapta bem nas regiões Sul e Sudeste. Só precisa de regas frequentes, solo bem drenado e matéria orgânica. A receita dada pela viveirista Cristiane Pereira, de Campos do Jordão, SP, é providenciar um substrato formado por 50% de terra vegetal e 50% de húmus de minhoca (ou esterco curtido de curral). Essa dica vale para plantio em canteiro ou vasos. “O laurotino precisa ser regado todos os dias no primeiro mês após o plantio”, diz Cristiane.

Uma dica importante: na hora do plantio, é preciso podar os brotinhos mais novos para evitar que a planta desidrate. Depois que o laurotino estiver bem estabelecido, as regas podem se tornar mais espaçadas – duas ou três vezes por semana supre as necessidades básicas da espécie. Já a adubação de reforço deve ocorrer a cada seis meses com uma colher de sopa de NPK 10-10-10 por planta.

Os ramos do laurotino crescem depressa e, dependendo do uso da planta – como cerca viva ou topiaria –, devem ser podados frequentemente. O bom é que o laurotino aceita poda em qualquer época do ano. Então, se um ramo cresceu mais do que deveria, basta retirá-lo que isso não causará danos à planta. Porém, alguns viveiristas mais antigos costumam realizar podas só durante a lua nova. É um ensinamento que não tem comprovação científica, mas também não custa nada experimentar.

Laurotino em detalhes

  • Nome científico: Virbunum tinus
  • Nomes populares: laurotino, viburno, folhado e mil-folhas
  • Família: caprifoliáceas
  • Origem: sul da Europa e região do Mediterrâneo
  • Características: arbusto lenhoso e florífero, com densas ramificações
  • Porte: até 3 m de altura
  • Flores: pequenas, perfumadas e brancas ou branco-rosadas
  • Folhas: brilhantes na parte de cima e ásperas na de baixo
  • Frutos: ovais com coloração azul-metálica. Não são comestíveis
  • Luz: sol direto ou meia-sombra
  • Solo: drenado e rico em matéria orgânica
  • Clima: subtropical
  • Regas: no primeiro mês, todos os dias. Depois a cada dois ou três dias
  • Podas: devem ser frequentes só para o controle de seu tamanho ou para topiarias
  • Adubação: a cada seis meses, aplique uma colher de NPK 10-10-10 ao redor da planta ou diluído na água da rega
  • Reprodução: sementes, estaquia ou alporquia
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