TEXTO: Eduardo GonçalvesFOTOS: Acervo Revista Natureza

As roseiras são conhecidas da humanidade há bastante tempo e
estão entre as flores mais queridas há pelo menos 2.000 anos

Por mais irônico que possa parecer, não existe uma resposta curta para a pergunta sobre qual é o nome científico da rosa. A base das rosas cultivadas hoje foi a arbustiva rosa-francesa ancestral (Rosa gallica), que já trazia genes para flores dobradas. Do Oriente Próximo veio a rosa-fenícia (R. phoenicia), que é uma trepadeira, e começou a ser misturada com a primeira. Da imensidão montanhosa que começa no Irã e vai até o Himalaia vieram a perfumada rosa mosqueta (R. moschata) e a amarelíssima rosa-fétida (R. foetida).

Aliás, os híbridos resultantes do cruzamento da rosa-francesa com a rosa-mosqueta cruzaram com uma outra espécie das montanhas asiáticas, a Rosa fedstchenkoana, e geraram a rosa-damascena (Rosa × damascena), uma espécie de perfume inigualável. Essa diversidade foi o suficiente para manter o Ocidente ocupado por séculos, e os aficionados enlouqueciam misturando tantas formas, cores e perfumes. Então, o Oriente Distante começou a mostrar sua biodiversidade aos recém-chegados exploradores introduzindo as chamadas “rosas-de-chá” (R. chinensis e R. gigantea), duas espécies subtropicais que tinham a incrível mania de florescer quase o ano inteiro.

A segunda dessas espécies asiáticas também trazia a capacidade de produzir flores imensas, daí o nome gigantea. Por fim, duas outras espécies orientais (R. luciae e R. multiflora) trouxeram portes maiores, mais adequados para o paisagismo. No fim da história, todas estas espécies permitiram que as “novas” roseiras pudessem ser tão diversas e versáteis como são hoje.

Rosa ‘Baronne Edmond de Rothschild’ (Hybrid tea, Meilland 1968)

As rosas falam

Ao contrário do que insinua a velha canção, as rosas são capazes de falar com as pessoas por meio de suas cores — pelo menos na sua simbologia ocidental. E os fornecedores se esmeram em garantir a disponibilidade de rosas de diversas cores para que todo esse vocabulário possa ser utilizado. Normalmente, rosas vermelhas são usadas para presentear a pessoa amada, por isso é a cor mais indicada em datas como o Dia dos Namorados.

Rosas brancas simbolizam a inocência e a pureza, então são as mais usadas para enfeitar espaços dedicados a ritos religiosos ou como enfeites para casamentos, especialmente buquês. As rosas com tons rosados representam a doçura, a feminilidade e o afeto, sendo recomendadas para os mais jovens. Já as rosas de tons claros e aguados, como as rosas champanhe, são consideradas mais respeitosas e indicadas para pessoas de mais idade. Por outro lado, as vibrantes rosas amarelas são muito utilizadas para simbolizar a amizade, e podem também representar um desejo de prosperidade.

As rosas dizem muito sobre as emoções de quem as oferece

O ESPECIALISTA

EDUARDO GONÇALVES É doutor e botânica e paisagista, autor de dezenas de reportagens de capa da Revista Natureza e autor de diversos livros de botânica e paisagismo.

[wpcs id=9559]