Plantas esculturais e folhagens cheias de textura dão o tom deste jardim com áreas de lazer e cantinhos aconchegantes

– Por Ana Vazzola | Fotos Valerio Romahn | Projeto Luciano Zanardo

O jardim na entrada é apenas uma amostra do belo paisagismo criado para deixar mais interessante a área de lazer desta casa em São Paulo. Usando plantas tropicais, que contrastam entre si por conta dos formatos, cores e volumes, o paisagista Luciano Zanardo criou canteiros vistosos que parecem abraçar os espaços.

As espécies esculturais têm presença marcante e aparecem logo no canteiro junto à calçada na forma de um trio de agaves-azuis (Agave weberi) (1). Com folhas folhas verde-azuladas e bordas espinhentas, eles se destacam da paisagem predominantemente verde, cortada pela escadaria de piso fulget. Maciços de imbés (Philodendron bipinnatifidum) (2), outra espécie muito escultural, delimitam a área ajardinada: aparecem ladeando a escada e junto à mureta de contenção que separa o jardim da rua.

Na parte mais alta do terreno, o vistoso canteiro com bromélias cria uma barreira visual que dá privacidade à área de lazer. Elas pertencem a diferentes espécies, todas do gênero Aechmea (3), e encantam tanto pelo colorido da folhagem quanto por suas inflorescências amarelo-alaranjadas. Mais atrás, o destaque fica por conta das estrelítzias brancas (Strelitzia alba) (4), espécie muito ornamental que, quando adulta, pode chegar aos 7 m de altura.

A entrada da casa é marcada por um paisagismo que combina volumes, formas e cores em canteiros com agaves-azuis, imbés e bromélias como a Aechmea leptantha (à direita)

AO REDOR DA PISCINA

Na área de lazer, que tem a piscina como atração central, o paisagismo foi elaborado de modo a envolver o ambiente e criar cantinhos aconchegantes que estimulem a permanência das pessoas na área externa. Em um deles, separado do solário pelo conjunto de barba-de-serpente-variegada (Ophiopogon jaburan ‘Vittatus’) (1), a jabuticabeira (Plinia cauliflora) (2) foi parcialmente circundada por um banco de madeira cumaru em formato de L. Outra frutífera que marca presença no espaço é a pitangueira ( (Eugenia uniflora) (3).

O toque final da composição fica por conta do maciço de helicônias-papagaio (Heliconia psittacorum × spathocircinata ‘Tropics’) (4), cultivado do outro lado da cerca de ferro que separa a área de lazer do jardim na entrada da casa. A espécie pincela cor na paisagem com suas inflorescências em tons vívidos de vermelho, laranja e amarelo.

Disfarçar o aspecto frio do muro de 20 m de extensão que delimita a propriedade era uma das preocupações de Luciano Zanardo. Para tanto, ele apostou na folhagem manchada de amarelo da alpínia-variegada (Alpinia zerumbet ‘Variegata’) (5), plantada de modo a formar um renque volumoso.

Envolto pelo jardim tropical, o banco em L sob a jabuticabeira é um dos espaços mais gostosos para se curtir a área externa

Os outros espaços de convivência foram distribuídos sobre o solário – lá ficam um jogo de mesa e cadeiras e as espreguiçadeiras usadas pelos banhistas – e junto à varanda da casa, onde foi disposto um banco de madeira decorado com almofadas coloridas.

O paisagismo à beira da piscina inclui um renque de alpínias, usado para esconder o muro, e frutíferas como a jabuticabeira
e a pitangueira

CONFORTO NO ESPAÇO DE LAZER

Além da piscina propriamente dita, a área de lazer conta com um spa e uma cama elástica para as crianças brincarem. O primeiro foi acomodado junto à prainha, em uma área com deque de madeira cumaru. Para dar privacidade a quem desfruta do espaço, Luciano Zanardo criou junto à estrutura um pequeno canteiro de estrelítzias (Strelitzia reginae) (1), cuja folhagem mais escura e as inflorescências laranja contrastam com o verde e amarelo do renque de alpínias-variegadas (2).

As esculturais árvores-do-viajante (Ravenala madagascariensis) (3), plantadas ali perto, têm dupla função: criar ponto focal e camuflar a visão dos vizinhos. Elas foram bordadas por barba-de-serpente-variegada (4) que, além de ressaltar o caule da árvore, traz leveza à composição.

A separação entre o spa e a área das crianças fica por conta de três palmeiras-jerivá (Syagrus romanzoffiana) (5), uma espécie pouco explorada no paisagismo e que, além de ser ornamental, produz frutos alaranjados muito apreciados pelas maritacas.

O canteiro de estrelítzias dá privacidade ao spa. As palmeiras-jerivá separam o espaço de relaxamento da área das crianças

 

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