A casa na serra fluminense faz qualquer um se sentir abraçado pela Natureza, inclusive nos ambientes internos

Texto HELOÍSA CESTARI | Fotos KITTY PARANAGUÁ

Quando os proprietários desta casa de campo em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, decidiram encomendar um projeto arquitetônico e paisagístico para o terreno, a ideia era levar o verde para dentro do lar. “O casal queria um jardim exuberante, mas de fácil manutenção, que integrasse a construção à Mata Atlântica”, explica a engenheira agrônoma e paisagista Daniela Infante.

Para atender a esse pedido, os arquitetos desenharam uma casa contemporânea, com formas retilíneas e paredes de vidro que permitissem contemplar a Natureza local em praticamente todos os ambientes. Daniela, por sua vez, apostou em um paisagismo de estilo tropical, no qual maciços amplos de folhagens, árvores nativas e manchas de floríferas como os agapantos (Agapanthus africanus) (1) dão volume, vida e cor às linhas retas e sóbrias da construção. O resultado logo se nota: para onde quer que se olhe, o verde está sempre presente.

ATMOSFERA TROPICAL

Para contrastar com a sobriedade do concreto, Daniela investiu em um paisagismo marcado pela profusão de formas e espécies. Até a escada que leva para a parte alta da residência, onde fica o quarto do casal, teve os degraus entremeados por grama-amendoim (Arachis repens) (2) e foi bordada por estrelítzias (Strelitzia reginae) (3). Lá no topo, pleomeles (Dracaena reflexa ‘Variegata’) (4) e açucenas (Crinum × powellii)(5) compõem um vistoso paisagismo sobre a laje. “A função dessas espécies é criar um guarda-corpo natural e também dar uma finalização bonita para o banco de madeira”, explica a paisagista.

A grama-amendoim cultivada entre os degraus e a bordadura de estrelítzias faz com que a escada se integre ao jardim

Na parte mais baixa do terreno, espécies de porte mais avantajado, como as palmeiras areca-de-locuba (Dypsis madagascariensis) (6), se encarregam de levar verticalidade ao paisagismo, enquanto o maciço de agapantos (7) floridos quebra a monocromia do verde com suas inflorescências que vão do branco ao lilás.

Responsáveis pela verticalidade do paisagismo, as palmeiras areca-de-locuba foram forradas por vistosos agapantos

NATUREZA ONIPRESENTE

Para Daniela, um dos diferenciais dessa casa é que de todos os cômodos é possível apreciar o jardim. “A arquitetura é simples e deslumbrante ao mesmo tempo, e o fato de ter muito vidro faz com que a Natureza abrace a casa”, explica ela.

Instalados em construções independentes, alguns quartos dão de frente para uma piscina de alvenaria com borda infinita, revestida com granito branco siena. Mas é a paisagem que rouba a cena, com os picos da Serra dos Órgãos no horizonte e vegetação densa. “Plantamos árvores nativas em boa parte do terreno, para contribuir com o meio ambiente e ajudar a fauna local com frutos e flores”, diz Daniela. Entre as espécies selecionadas pela profisisonal para ornamentar o entorno dos quartos destacam-se helicônias (Heliconia psittacorum) (8) e árvores como a jabuticabeira (Plinia cauliflora) (9). É impossível não se sentir, de fato, abraçado pelo verde.

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