A palmeira australiana se adaptou bem ao Brasil e faz bonito ao verticalizar o paisagismo nos jardins

Texto Marina Gabai | Fotos Valerio Romahn

Tropical como poucas, a palmeira seafórtia (Archontophoenix cunninghamii) engana quem a vê tão à vontade nos jardins, parques e calçadas. Apesar da sua aparência permitir que ela se passe por brasileira sem dificuldades, a espécie tem origem do outro lado do mundo, mais precisamente na Austrália: chegou por aqui pelas mãos da família real portuguesa – daí ela ser chamada de palmeira-real –, que trouxe a espécie para a fundação do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Rústica e acostumada a climas quentes e úmidos, ela se adaptou facilmente e até hoje é muito usada para verticalizar o paisagismo com seu caule anelado de até 25 m de altura coberto por anéis e sem ramificações.

Em jardins residenciais compactos, a espécie pode ser plantada isolada, como ponto de destaque. Já em áreas mais amplas, o ideal é usá-la para formar aleias. “Devido ao fototropismo, o movimento das plantas em busca de luz, quando dois ou três exemplares são plantados muito próximos, o tronco fica um pouco curvado, criando um efeito escultural”, explica Darcy Brouck, diretora de projetos do Horto das Palmeiras (www.hortodaspalmeiras.com.br).

Os passarinhos adoram os frutinhos vermelhos da seafórtia e acabam espalhando as sementes da planta por aí

MEU JARDIM TEM PALMEIRAS

Ter uma seafórtia em casa é mais fácil do que parece: a espécie pode ser cultivada direto no solo ou em vaso e se adapta a diversas condições climáticas. O ideal é mantê-la sob sol pleno, mas a palmeira também vive bem à meia-sombra – neste caso só não atinge a altura máxima.

Segundo Darcy Brouck, o ideal é comprar uma muda de cerca de 1 m – as instruções de plantio estão no quadro Seafórtia em detalhes – ou produzir uma em casa, a partir de sementes. Neste caso, ela indica plantá-las em potes ou sacos com terra para plantio, rica em matéria orgânica e mantida úmida. Em cerca de 30 a 60 dias, a semente começa a germinar e, quando atingir cerca de 1 m, a planta pode ser transplantada para o lugar definitivo. “É importante que o transplante seja feito enquanto ela ainda é jovem, pois quando adulta a palmeira se torna muito sensível e pode não resistir ao processo”, explica Edilson Giacon, produtor da Ciprest Mudas e Plantas (www.ciprest.com.br).

A seafórtia é fácil de encontrar. No Horto das Palmeiras, mudas já formadas, com pelo menos 2 m de altura, custam R$ 200. Já na Ciprest Mudas e Plantas, exemplares com 1 m saem por R$ 15.

Em grandes jardins, o melhor uso para a seafórtia é formando aleias: cada planta pode chegar aos 25 m de altura

SEAFÓRTIA EM DETALHES

• Nome científico: Archontophoenix cunninghamii

• Nome popular: palmeira-seafórtia, palmeira-real

• Família: arecáceas

• Origem: Austrália

• Características: palmeira de estipe único e anelado, que costuma atingir 25 m de altura. O palmito é visível, longo e verde-claro

• Folhas: longas, compostas por folíolos verde-escuros e rígidos. Despontam eretas e com o crescimento se tornam curvadas

• Flores: pequenas, delicadas e em tons que vão do branco ao roxo, surgem na primavera e no verão agrupadas em inflorescências pendentes

• Frutos: pequenos e avermelhados, atraem um grande número de pássaros

• Luz: sol pleno ou meia-sombra

• Solo: bem drenado e rico em matéria orgânica

• Clima: é típica de clima tropical úmido, mas tem boa capacidade de adaptação, pois resiste ao frio e geadas

• Plantio: para o cultivo direto no solo, abra um berço com o dobro do tamanho do torrão, acomode a muda e preencha-o com a terra do local acrescida de 10 litros de húmus de minhoca. Se o plantio for em vaso, escolha um com capacidade de pelo menos 30 litros e preencha-o com uma mistura de 50% de terra vegetal, 30% de areia fina e 20% de húmus

• Regas: para as plantas cultivadas direto no solo, molhe três vezes por semana nos três primeiros meses após o plantio, e depois somente quando o período de estiagem ultrapassar os 15 dias. Para plantas em vaso, regue dia sim, dia não

• Adubação: aplique 300 g de torta de mamona ou farinha de osso a cada 90 dias nos exemplares plantados direto no solo. Nos vasos, as fertilizações devem ser bimestrais

• Reprodução: por sementes

 

[wpcs id=9559]