– Por Ana Vazzola | Fotos Valerio Romahn | Produção Aida Lima
Velha conhecida das visitas à casa da vovó, a azaleia (Rhododendron hybrid – Southern Indica Hybrid Group) é daquelas plantas que todo mundo conhece e adora. A espécie é, inclusive, figurinha carimbada na arborização de grandes cidades do Sul e Sudeste do Brasil.
Em São Paulo, são tantas as azaleias nas praças e nos canteiros centrais de ruas e avenidas que, em 1986, a espécie foi declarada a flor símbolo da cidade. Nada mau para uma planta que, se não fosse pelas hibridizações, nem teria condições de crescer no Brasil – foram os complexos cruzamentos entre espécies do gênero Rhododendron que deram origem a mais de 10 mil cultivares de azaleia, entre os quais os mais resistentes ao calor são encontrados aqui.
As flores despontam do outono até o final do inverno e medem cerca de 5 ou 6 cm de diâmetro. Suas pétalas simples ou dobradas podem ser vermelhas, como as da atrativa Rhododendron ‘Hector’; rosa, como as da vistosa ‘Lady Violet’; laranjas; amarelas; lilases; e até brancas. Algumas variedades – caso da ‘Marina’ – exibem bordas cheias de pintinhas salmão. Já a ‘Ilona’ tem bordas brancas e a ‘Madame de Croock’, miolo rosado.
Em geral, as azaleias medem até 1 m de altura e, no jardim, costumam compor maciços, formar cercas vivas e podem até ser conduzidas como arvoreta. Os ilustres vasinhos floridos comprados em supermercados e garden centers, por sua vez, servem para decorar varandas e ambientes internos bem iluminados por um período de até quatro semanas.
Mas nem pense em jogá-los fora quando a florada terminar. Se transplantada para um vaso maior ou para um canteiro no jardim, a azaleia terá tempo suficiente para se adaptar e, no outono seguinte, presenteá-lo com belas flores por até três meses.
O SEGREDO ESTÁ NO SUBSTRATO
Como azaleia aprecia solos ácidos – com pH igual ou inferior a 6 -, seu plantio requer uma atenção especial. Comece abrindo berços com o dobro do tamanho do torrão e misturando à terra retirada 30% de serragem. Segundo o produtor Edilson Giacon, a decomposição da serragem ajuda a acidificar o solo. Além disso, para cada m² de canteiro, acrescente 1 kg de torta de mamona.
Quem preferir pode substituir a serragem por 20 litros de húmus de minhoca para a mesma porção do canteiro. Depois é só acomodar as mudas, respeitando a distância mínima de 50 cm entre elas.
No caso do plantio em vasos, escolha um recipiente de 5 litros e prepare o substrato misturando terra vegetal, 100 g de torta de mamona e 1 kg de húmus de minhoca.
As regas devem ser feitas duas vezes por semana durante o inverno e até três vezes por semana nos meses do verão. A adubação também não tem segredos: basta aplicar 300 g de torta de mamona nos canteiros e 100 g nos vasos, sempre nos meses de fevereiro, junho e outubro.
Para manter o formato e o tamanho do arbusto, é importante fazer, logo após o final da florada – ou no máximo 90 dias depois de as flores caírem – o corte dos ponteiros. Assim a planta terá tempo suficiente para rebrotar antes da floração no ano seguinte.
Como a azaleia é um arbusto rústico, pragas e doenças são coisa rara. Eventualmente, porém, o excesso de umidade pode levar ao ataque de pulgões e cochonilhas. “Para combater esses insetos, basta aplicar óleo mineral agrícola”, recomenda Edilson Giacon.
AZALEIA EM DETALHES
• Nome popular: azaleia
• Nome científico: Rhododendron hybrid (Southern Indica Hybrid Group)
• Família: Ericáceas
• Origem: híbridos desenvolvidos na Holanda e na Bélgica
• Características: arbusto lenhoso e muito ramificado. No canteiro pode atingir até 1 m de altura, enquanto em vasos não passa dos 50 cm de altura
• Folhas: verde-escuras e ovaladas, medem até 8 cm de comprimento
• Flores: com pétalas simples ou dobradas, podem ser encontradas em diversas tonalidades, desde o branco até o vermelho. Existem também variedades mescladas. As flores surgem durante o outono e colorem o arbusto até o final do inverno
• Solo: areno-argiloso, bem drenado e ácido, com pH igual ou inferior a 6
• Luz: meia-sombra
• Clima: subtropical
• Regas: duas vezes por semana durante o inverno e três vezes por semana no verão
• Plantio: abra berços com o dobro do tamanho do torrão e acrescente à terra do local 30% de serragem. Adicione também 1 kg de torta de mamona para cada m² de canteiro. Quem preferir pode substituir a serragem por 20 litros de húmus de minhoca para cada m² de canteiro. Acomode as mudas com 50 cm de espaçamento entre elas. Para o plantio em vasos de 5 litros, misture terra vegetal, 100 g de torta de mamona e 1 kg de húmus de minhoca
• Adubação: nos meses de fevereiro, junho e outubro, aplique 300 g de torta de mamona nos canteiros e 100 g nos vasos
• Podas: após a florada – ou no máximo 90 dias após a queda das flores – faça a poda dos ponteiros
• Propagação: por estaquia dos ramos, de preferência nos meses de inverno