O cipreste-italiano é garantia de um jardim diferenciado e, ao longo da história, cunhou uma reputação digna de obra de arte

– Por Laura Neaime | Fotos Valerio Romahn

Incluir o cipreste-italiano (Cupressus sempervirens) no jardim é mais do que compor uma bela paisagem: é agregar cultura ao paisagismo. Elegante e com porte escultural, esse gigante de mais de 30 m de altura já emprestou sua beleza a diversos palácios e parques europeus – entre os quais o Fórum Romano, nos arredores do Coliseu, em Roma, Itália. Também é presença frequente nos cemitérios mundo afora, uma vez que está associado à vida eterna, à melancolia e à saudade.

Sua madeira perfumada e muito consistente era usada pelos egípcios como matéria-prima para a confecção de sarcófagos. Já os gregos a empregavam em mobiliários e, na Idade Média, o material era adotado na fabricação de arcas. Originário do Mediterrâneo e do Sudeste da Ásia, o cipreste-italiano é muito longevo – há registros de exemplares com mais de 1.000 anos – e não perde as folhas. Essa característica é tão marcante que foi incluída no nome científico da espécie – em latim, sempervirens significa sempre verde.

PAISAGISMO ELEGANTE

No Brasil, o cipreste-italiano não passa dos 15 m de altura e pode ser cultivado nas regiões litorâneas dos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além das áreas serranas em geral. Sua copa estreita e alongada faz com que a conífera, quando usada para compor cercas vivas, forme cortinas verdes ideais para dar privacidade, esconder construções vizinhas, barrar ventos e sons. Para se obter tal efeito, o produtor Edilson Giacon recomenda plantar as mudas com espaçamento de 1 m. “Também é importante reservar 1 m de recuo em relação ao muro para que a planta possa balançar com o vento”, complementa Edilson.

É nestes cones arredondados que ficam escondidas as sementes aladas da espécie

Como geralmente as mudas são plantadas com cerca de 1,20 m de altura, são necessários cinco anos para a cerca viva fechar por completo. Ao longo desse período, o crescimento do cipreste-italiano é tão intenso que ele dobra de tamanho a cada ano. A espécie também pode ser cultivada ao longo de alamedas, como as dos jardins em frente ao Mosteiro dos Jerônimos, em Lisboa, Portugal, para proporcionar um efeito nobre ao paisagismo clássico; e como ponto de destaque em jardins mais contemporâneos. A dica de Giacon para se obter esse resultado é plantar pequenos maciços, com entre três e cinco mudas da espécie. A Ciprest Mudas vende ciprestes-italianos com 1 m a 1,2 m por R$ 25.

Os ciprestes-italianos dão ares nobres aos caminhos


CIPRESTE-ITALIANO EM DETALHES

• Nome científico: Cupressus sempervirens
• Nomes populares: cipreste-italiano, ciprestemediterrâneo
• Família: cupressáceas
• Origem: região do Mediterrâneo e Sudeste da Ásia
• Características: conífera longelínea que em seu habitat chega a 30 m de altura e 6 m de circunferência de base. No Brasil, não passa dos 15 m de altura e 2 m de diâmetro
• Folhas: dispostas como escamas, apresentam coloração verde-escura
• Cones: essas estruturas, que secretam as sementes aladas da espécie, são pequenas, esféricas e amadeiradas
• Solo: arenoargiloso e bem drenado
• Plantio: em berços com o dobro do tamanho do torrão. No caso das mudas de 1,20 m de altura, é possível usar berços de 50 cm x 50 cm preenchidos com terra retirada do local acrescida de dez litros de esterco bem curtido ou cinco litros de composto orgânico. Regue em dias alternados por 90 dias, até as raízes se fixarem
• Luz: sol pleno
• Clima: nativa de clima subtropical árido, a espécie adapta-se bem às regiões Sul e Sudeste do Brasil, podendo ser cultivada inclusive no litoral
• Regas: semanais
• Podas: são dispensáveis
• Adubação: a cada 90 dias, aplicar a combinação de 500 g de farinha de osso ou torta de mamona com 100 g de NPK 4-14-8
• Propagação: por estaquia ou sementes