Conheça a gaura, herbácea muito ornamental com flores de colorido suave e formato inusitado

POR JANETE TIR | FOTOS VALERIO ROMAHN

Embora se trate de uma herbácea, a gaura (Gaura lindheimeri) ficou conhecida nos Estados Unidos, de onde é nativa, como butterfly bush, que significa “moita borboleta”. “Moita” devido ao porte arredondado de até 1 m de diâmetro por 1,20 m de altura. “Borboleta” por dois motivos: atrair esses insetos para o jardim e apresentar flores de formato peculiar – são formadas por quatro pétalas distribuídas na mesma disposição das asas das borboletas, enquanto as anteras fazem as vezes das antenas – os nomes são até parecidos.

Rosadas quando surgem, as flores se tornam brancas com o passar dos dias. Cada uma mede, no máximo, 2,5 cm de diâmetro, mas como se reúnem em inflorescências de 20 cm a 60 cm de comprimento, proporcionam um colorido muito delicado ao jardim a partir do final da primavera e todo o verão.

Quando a florada acaba, a gaura conserva sua boa aparência, pois cresce em forma de touceiras densas. Suas folhas levemente dentadas podem ser lanceoladas ou ovais e medir entre 2,5 cm e 8 cm de comprimento. Essas diferenças são explicadas pelo número de espécies do gênero Gaura: mais de 20, entre plantas anuais e bianuais. Todas se desenvolvem de maneira espontânea em locais úmidos dos campos da América do Norte.

A gaura forma touceiras de até 1 m de diâmetro

Os especialistas em paisagismo da Floricultura Úrsula, produtora da gaura no Brasil, indicam a herbácea para bordar caminhos, compor jardins de pedra, canteiros, combinada com outras espécies perenes, ou mesmo em vasos. “A planta proporciona movimento ao paisagismo quando seus ramos e inflorescências balançam com o vento”, diz o viveirista Hans Hermann Hesse. Outra utilidade da gaura é compor arranjos florais criados com suas hastes. O resultado é ideal para decorar varandas e ambientes internos.

O termo Gaura é derivado da palavra grega Gauros, que significa “excelente”. Já lindheimeri é uma homenagem ao americano Ferdinand Lindheimer (1801-1879), considerado o pai da botânica do Texas e amigo de Charles Darwin, criador da Teoria da Evolução.

Como cultivar

Rústica, quando plantada em regiões de clima subtropical, a gaura pode ser cultivada sob sol pleno ou meia-sombra, “mas na meia-sombra não floresce tanto”, alerta Hermann. O solo deve ser bem drenado e rico em matéria orgânica. Um bom substrato pode ser preparado com partes iguais de terra vegetal, areia de gramatura média e húmus de minhoca ou esterco de curral bem curtido.

As regas depois do plantio das mudas devem ser diárias, pois a gaura gosta de umidade. Depois de um mês, é possível regá-las a cada três ou quatro dias, com o cuidado de não deixar o solo encharcado, o que propicia o aparecimento de fungos. Dois sintomas da doença são manchas foliares e apodrecimento das raízes.

A gaura forma touceiras arredondadas e arbustivas. Recomenda-se podar 1/3 da planta após o inverno para revigorar a folhagem e estimular a florada. Outro cuidado é realizar adubações orgânicas trimestrais com húmus de minhoca.

As flores surgem rosas e se tornam brancas conforme os dias passam

Cultive a gaura no jardim e se encante com suas delicadas flores em forma de borboletas e com as borboletas que elas atraem.

Gaura em detalhes

  • Nome científico: Gaura lindheimeri
  • Nomes populares: gaura (Brasil), butterfly bush (Estados Unidos)
  • Família: onagráceas
  • Origem: Estados Unidos e norte do México
  • Características: herbácea que forma touceiras de até 1 m de diâmetro por 1,2 m de altura
  • Flores: medem cerca de 2,5 cm de diâmetro e ficam reunidas em inflorescências de até 60 cm de comprimento. Quando abrem são rosas, com o tempo ficam brancas
  • Folhas: forma de lança levemente dentadas, com 2,5 cm a 8 cm de comprimento
  • Plantio: em canteiros ou vasos com substrato preparado com partes iguais de terra vegetal, areia de gramatura média e húmus de minhoca ou esterco de curral curtido
  • Adubação: a cada três meses incorporar húmus de minhoca no solo ao redor da planta
  • Luz: sol pleno ou meia-sombra
  • Solo: rico em matéria orgânica e bem drenado
  • Clima: temperado a subtropical frio
  • Regas: três ou quatro vezes por semana
  • Propagação: divisão de touceira ou por sementes