Com o tema “Mente e Coração”, a CASACOR 2026 amplia o diálogo entre design, ancestralidade e consciência ambiental, consolidando o Parque da Água Branca como cenário e símbolo da integração entre arquitetura e natureza
POR: Aida Lima
A CASACOR São Paulo entra em uma nova fase, unindo tradição, sustentabilidade e inovação.
Em um evento no auditório do icônico prédio do Sesc Pompeia, na Lapa, em São Paulo, a CASACOR São Paulo confirmou que sua próxima edição seguirá acontecendo no Parque da Água Branca, reafirmando a harmonia entre arquitetura e natureza que vem marcando o evento nos últimos anos.

O evento de lançamento reuniu profissionais, parceiros e convidados para celebrar as melhorias já realizadas no espaço, entre elas, a recuperação de pisos históricos e a restauração de áreas verdes, e reforçar o compromisso da mostra com a preservação do patrimônio. A organização destacou que cada ambiente foi devolvido ao parque nas mesmas condições em que foi recebido, muitas vezes com ganhos estruturais e paisagísticos.

A abertura ficou a cargo de André Secchin, CEO da CASACOR, e Lívia Pedreira, presidente do conselho curador, que deram as boas-vindas e relembraram momentos marcantes da edição de 2025. Ambos apresentaram também as novidades que inauguram um novo ciclo para a mostra, marcando uma fase de expansão e aprofundamento de temas ligados à cultura, sustentabilidade e inovação.
Na sequência, Marianne Wenzel, head de conteúdo da CASACOR, apresentou o painel central do encontro e convidou os participantes especiais: a arquiteta Viviane Teles, o líder espiritual guarani Carlos Papá e a paisagista e psicanalista Maria Homem.

O debate girou em torno do tema da próxima edição, “Mente e Coração”. A proposta convida o público a refletir sobre as “inteligências primordiais”, ancestral, orgânica, manual e emocional, e sobre como elas influenciam a forma de habitar e projetar espaços. Carlos Papá abriu o diálogo com uma fala simbólica sobre a casa como espaço de cura e reconexão.
“Antigamente, fazíamos uma fogueira em casa e ali compartilhávamos o que vimos e sonhamos durante o dia. Era o nosso modo de decifrar os códigos do mundo. Hoje, com a tecnologia, perdemos parte dessa leitura. Mas a casa continua sendo o lugar onde buscamos remédio, paz e reconexão com o ser interior”, afirmou.
Em seguida, Viviane Teles apresentou sua pesquisa sobre “casas que curam”, mostrando como a arquitetura pode favorecer o equilíbrio físico e emocional. “Nós não somos artificiais, somos natureza também. A inteligência orgânica está nessa consciência de que o ambiente tem impacto direto sobre a saúde e a vitalidade de quem o habita.” Encerrando o painel, Maria Homem trouxe uma leitura psicanalítica e simbólica sobre o ato de construir e habitar. “Há milhares de anos, o ser humano constrói casas. E em cada abrigo que erguemos, deixamos também a marca da nossa imaginação e da nossa memória coletiva.”

O encontro reforçou o propósito da CASACOR de unir design, cultura e consciência ambiental, celebrando o Parque da Água Branca como um espaço vivo, em que arquitetura e natureza continuam em diálogo. A edição 2026, já em desenvolvimento, promete aprofundar esse olhar sobre o habitar contemporâneo e suas múltiplas inteligências.
Entre as novidades do próximo ciclo estão a criação do Instituto CASACOR e a exposição “CASACOR e o Parque”, programada para acontecer de 21 de novembro a 14 de dezembro de 2025, também no Parque da Água Branca, na Barra Funda.
