
Ideal para o cultivo sob sol pleno em jardins tropicais, a
bilbérgia-aleluia se destaca na paisagem pelo tom de suas folhas
POR JANETE TIR | FOTOS VALERIO ROMAHN
Salpicada de manchas esbranquiçadas, essa bromélia bordô se sobressai quando é cultivada em vasos e troncos de árvores, ou formando maciços. “Embora se desenvolva sob meia-sombra, é indicado cultivá-la sobre sol pleno, porque quanto mais sol receber, mais intensa será sua cor”, explica a paisagista Márcia Novaes, que foi presenteada com uma muda e, desde então, passou a multiplicar a espécie para usar em seus projetos. “Pelo colorido e formato, costumo usá-la como forração de palmeiras, patas-de-elefante (Beaucarnea recurvata) e alguns tipos de cactáceas. Próxima a lagos, a bromélia também se destaca”, conta.
Sua designação popular “bilbérgia-aleluia” é uma adaptação do nome científico Billbergia hallelujah, que exalta a beleza da planta, desenvolvida por cruzamento de outras bilbérgias. O gênero Billbergia foi descrito em 1821 pelo botânico sueco Gustav Johannes Billberg (1772-1844) e compreende outras 63 bromélias nativas do Sul do México ao Norte da Argentina e principalmente do Brasil.

Além de coloridas, as folhas da espécie são rígidas, denteadas nas bordas e surgem na vertical formando rosetas fechadas de até 40 cm de altura. Sua inflorescência brota na primavera e é composta por brácteas rosadas e pequenas flores verdes e azuis. Embora vistosa, a florada dura pouco tempo – cerca de 20 dias – se comparada a de outras bromélias. “A curta floração é um dos fatores que inibem sua produção”, diz o engenheiro agrônomo Erick Teles, da JT Plantas, de Goiás.
“Prepare o solo com partes iguais de terra vegetal, turfa e casca de árvores ou lascas de pínus e misture bem para ficar permeável”, indica. Daí, basta regar uma vez por semana, pois a planta acumula água no meio da roseta justamente para sobreviver durante períodos de estiagem.
Boa combinação em paisagismo: bilbérgia-aleluia como forração de patas-de-elefante Quanto mais sol essa bela bromélia receber, mais acentuada será sua tonalidade
Só para garantir o vigor da bilbérgia-aleluia, são indicadas adubações trimestrais com 200 g de húmus de minhoca por planta. “Evito ao máximo a utilização de fertilizantes químicos, do tipo NPK, para não ocorrer a salinização do solo”, conta Márcia Novaes. Com esses cuidados, essa curiosa bromélia pode virar atração no seu jardim.
Bilbérgia-aleluia em detalhes
- Nome científico: Billbergia hallelujah
- Nome popular: bilbérgia-aleluia
- Família: bromeliáceas
- Origem: desenvolvida pelo cruzamento de outras espécies do gênero nativas do Sul do México até a Argentina e principalmente do Brasil.
- Características: herbácea de até 40 cm de altura que cresce em forma de roseta
- Porte: até 40 cm de altura
- Flores: na primavera desponta no meio da roseta uma inflorescência composta por brácteas rosa e pequenas flores verdes e azuis
- Folhas: bordô, com manchas esbranquiçadas e espinhos nas bordas. Crescem em forma de roseta
- Plantio: em substrato poroso preparado com partes iguais de terra vegetal, turfa e cascas de árvore ou lascas de pínus
- Adubação: 200 g de húmus de minhoca por planta a cada três meses
- Luz: se desenvolve sob meia-sombra, mas é indicado plantá-la sob sol pleno para acentuar sua coloração
- Solo: bem drenado
- Clima: tropical
- Regas: uma vez por semana, em períodos de estiagem, ou quando o solo estiver bem seco
- Propagação: por separação de brotos, que surgem ao lado da planta-mãe, ou por sementes