Apaixonado pelos coléus, Valcir Henrique de Oliveira montou em apenas três anos uma coleção com mais de 55 variedades
Texto Ana Vazzola
A reação do jardinista Valcir Henrique de Oliveira ao ver um coléu (Plectranthus scutellarioides) pela primeira vez na casa de sua mãe em Resende, RJ, foi de fascínio. Ele ficou encantado pelas folhas de tamanhos, formas e, principalmente, coloridos diferentes. O interesse pela espécie foi tão grande que o carioca decidiu imediatamente começar uma coleção. “Achei incrível o degradê de tons de verde, roxo e rosa das folhas e queria ter várias combinações como aquelas”, relembra.
Decidido, comprou mudas e sementes em floriculturas da cidade e foi aprendendo na prática a cultivá-las em seu jardim. Hoje, três anos depois do início da empreitada, Valcir se orgulha de ter uma coleção de mais de 55 variedades da espécie.
MULTIPLICAÇÃO DE VARIEDADES
Para aumentar a diversidade dos coléus que têm em casa, Valcir promove cruzamentos entre as plantas de sua coleção, dando origem a cultivares exclusivos. O processo é relativamente simples: em vez de podar as inflorescências da planta, como normalmente se faz para garantir o vigor da folhagem, ele permite que as flores despontem e executa a polinização cruzada – pega o pólen de um coléu e coloca na flor de outro. Depois, planta as sementes produzidas no processo. “Não há como prever o que vai brotar de cada semente”, diz o colecionador.
E, para obter mudas idênticas a um exemplar que já presente na coleção, Valcir recorre à estaquia dos ramos ou das folhas.
INTERCÂMBIO DE MUDAS
O jardinista carioca também obtém muitos cultivares de coléus por meio de trocas com outros admiradores da planta. Alguns exemplares vieram do exterior e se desenvolveram muito bem no Brasil, já que a espécie se adapta a todo o território nacional.
Em geral, a ramagem da planta não passa de 1 m de altura. A exceção à regra é o coléu-gigante, que pode passar dos 2 m. O porte da variedade, aliás, é determinante para definir a melhor forma de usá-la no jardim. “O coléu-anão é rasteiro e vai bem como forração, bordando canteiros ou como planta pendente em vasos suspensos. Já os coléus tradicionais se adaptam melhor em vasos e jardineiras”, explica o colecionador.