De cultivo simples e com diversas opções de cores e combinações, os diantos garantem flores exuberantes no jardim o ano todo
O nome do gênero – em grego dios significa deus, e anthos, flor – dá a dica: as flores dos diantos são tão bonitas e vistosas que mais parecem obra divina. Cada uma delas conta com apenas cinco pétalas, mas as bordas franjadas e a imensa variedade de cores – as opções vão do vermelho ao branco e incluem versões bicolores e estriadas – criam um efeito visual impressionante no jardim.
Ao todo, existem cerca de 300 espécies de diantos, a maior parte nativa da Europa e da Ásia Oriental. Há relatos de que seu cultivo remonta à Grécia e Roma Antigas, mas a herbácea ganhou fama mesmo nos cottage gardens ingleses – jardins que se caracterizam pela grande profusão de flores.
Típica de clima temperado, ela ficou por muito tempo restrita às regiões mais frias do planeta. Porém, o desenvolvimento de cultivares mais resistentes ao calor faz com que hoje seja possível plantar diantos até mesmo em países como o Brasil. Por aqui, fazem sucesso os diversos cultivares de Dianthus barbatus (Diabunda Series), conhecido apenas como dianto. Suas pequenas flores, que combinam até três tons diferentes, nascem nas pontas dos caules, formando pequenos buquês.
Muito similares a eles, os cultivares de Dianthus barbatus (Dash Series) se diferenciam por serem mais altos e aglomerar um número bem maior de flores em cada buquê. Para quem vê de longe, a impressão é de que o canteiro está cheio de pompons.
Outro que faz sucesso nas terras brasileiras é o Dianthus chinensis (Diana Series), mais conhecido como cravina. Suas flores de até 2,5 cm de diâmetro despontam em pequenos grupos no topo dos caules e, conforme a variedade, podem ter o miolo mais escuro e as pétalas levemente estriadas, como se tivessem sido pinceladas com tinta. O Dianthus chinensis × barbatus, por sua vez, é um híbrido do cruzamento entre as espécies Dianthus chinensis e Dianthus barbatus, e chama a atenção pelo tamanho mais avantajado das flores.
Qualquer que sejam as variedades escolhidas uma coisa é certa: os diantos fazem bonito no paisagismo. Por terem o caule bem ereto e medirem entre 30 cm e 60 cm de altura, eles são muito usados para compor maciços, como forração e na bordadura de caminhos. Vasos também são uma boa opção para o cultivo da herbácea, que pode aparecer sozinha ou combinada com outras plantas.
CUIDADO DAS REGAS
Cuidar dos diantos não tem grandes desafios – o mais importante é ficar atento à quantidade de água usada nas regas, pois a espécie é muito suscetível a doenças decorrentes do excesso de umidade. Assim, molhe-a apenas quando a terra estiver seca.
A criação de morrotes na hora do plantio também ajuda a evitar o acúmulo de água junto das raízes. Quem ensina é o produtor Edson Akai: “Revolva a terra do canteiro, adicione terra vegetal e faça morrinhos acima do nível do solo. Abra os berços no topo dessas elevações e plante as mudas, que ficarão acima do nível do restante do canteiro”. Com essa medida, o excesso de água das regas e da chuva escorrerá e não se acumulará na base da planta.
O plantio em vasos é ainda mais fácil: escolha um recipiente com o dobro do tamanho do torrão, preencha com terra vegetal e acomode a muda. As adubações com 5 g de NPK 10-10-10 podem ser mensais tanto para as plantas em canteiros quanto para as em vasos. Já as podas são dispensáveis. “Remova apenas as flores murchas, pois se ficarem lá por muito tempo elas podem acabar melando o resto da planta”, diz Akai.
As mudas de diantos são facilmente encontradas em floriculturas e garden centers por cerca de R$ 2.
Diantos em detalhes
• Nomes científicos: Dianthus chinensis, Dianthus barbatus e Dianthus chinensis × barbatus
• Nome popular: diantos
• Família: Cariofiláceas
• Origem: Europa e Ásia Oriental
• Características: herbácea perene, mas que é cultivada como bianual. Ereta, pode compor maciços, bordaduras e até ser cultivada em vasos e jardineiras. O porte varia entre 30 cm e 60 cm, conforme a espécie
• Folhas: longas, estreitas e lanceoladas, nascem aos pares e diametralmente opostas ao longo dos caules. O comprimento varia entre 5 cm e 8 cm
• Flores: têm cinco pétalas com as bordas franjadas e despontam o ano inteiro agrupadas nas pontas dos caules. O tamanho e as cores variam bastante, mas em geral os tons vão do branco ao vermelho, passando pelo rosa. Podem também ser bicolores, estriadas ou ter a borda mais clara
• Luz: sol pleno
• Solo: úmido e rico em matéria orgânica
• Clima: são típicos de clima temperado, mas os cultivares aqui apresentados foram desenvolvidos para climas mais quentes, como o subtropical e o
tropical de altitude
• Regas: apenas quando o solo estiver seco, de preferência até as 14 horas, para que a água acumulada evapore antes do anoitecer
• Plantio: para plantar as mudas direto no solo, revolva a terra do canteiro e adicione terra vegetal. Faça montinhos e abra sobre eles berços com o dobro
do tamanho do torrão. Assim, as mudas ficarão elevadas em relação ao solo, e a água das regas e da chuva não se acumulará junto às raízes da planta, que é muito sensível à umidade. Caso o plantio seja feito em vaso, escolha um
recipiente com o dobro do tamanho do torrão, acomode a muda e preencha com terra vegetal
• Adubação: aplique 5 g de NPK 10-10-10 uma vez por mês
• Podas: não são necessárias. Apenas remova com as mãos as flores murchas para a planta não melar
• Propagação: por sementes