Com florada que pode durar o ano todo e uma boa variedade de cores, a rosa-de-Sharon rende belas arvoretas e cercas vivas
Texto Amanda Maciel | Fotos Valerio Romahn
Tanto faz se o clima na sua região é tropical ou subtropical: uma vez plantada no jardim, a rosa-de-Sharon (Hibiscus syriacus) dá flores – e das grandes. Mas não é aquela florada rapidinha, que mal chega e logo vai embora: as flores vistosas, com pétalas simples ou sobrepostas, despontam durante praticamente o ano todo – com maior intensidade na primavera e no verão – em regiões de clima tropical, onde a planta jamais dorme. Já em áreas subtropicais, suas preferidas, ela para de florescer e perde as folhas no inverno, para rebrotar com muito mais força na primavera, e exibir uma florada muito mais intensa que a vista em regiões de clima quente.
Rústica, a espécie pode ser usada tanto para compor belas cercas vivas e renques quanto conduzida como arvoreta para enfeitar calçadas e pequenos jardins. Desenvolvida a partir de cruzamentos e melhorias genéticas
realizadas em plantas nativas da Ásia Oriental, mais especificamente da China, ela tem ramagem colunar e flores de até 8 cm de diâmetro em uma variedade grande de tons – brancas, rosadas, lilases ou bicolores. Dá até para tentar criar novas cores em casa, como explica o produtor Edilson Giacon, da Cipreste Mudas de Plantas: “Como a polinização da espécie é cruzada, se você tiver no jardim rosas-de-Sharon de duas cores diferentes, o pólen de uma delas pode ir parar na flor da outra, e ela produzir sementes que, depois de plantadas, gerarão arbustos com flores de uma outra cor”.
FLORES SEM MUITO TRABALHO
A rosa-de-Sharon tem crescimento lento – a espécie demora dez anos para atingir o porte máximo de 3 m de altura –, e deve ser mantida sempre a sol pleno, em solo arenoargiloso. Para plantá-la, abra um berço com o dobro do tamanho do torrão – 40 cm de diâmetro por 50 cm de profundidade costuma ser o suficiente –, preencha-o com uma mistura de terra do local e 200 g de torta de mamona ou 1 kg de húmus de minhoca, e acomode a muda. Se a ideia for formar uma cerca viva ou renque, deixe 50 cm de espaçamento entre as plantas.
Nos primeiros 15 dias, regue o arbusto diariamente. A partir de então, e até três meses após o plantio, reduza a frequência das irrigações para duas vezes por semana. Passado este tempo, as regas tornam-se desnecessárias e a planta consegue se desenvolver bem apenas com a água das chuvas. As adubações também não chegam a dar trabalho. “Basta, uma vez ao ano, de preferência na primavera, aplicar NPK 10-10-10 ou um punhado de farinha de osso”, explica Cristiano Kuhn, da Floricultura Úrsula.
Embora as podas não sejam obrigatórias, Edilson Giacon recomenda aparar cerca de 30% dos ramos duas vezes ao ano nas regiões de clima mais frio, para estimular as ramificações e novas brotações. “A primeira poda pode ser em julho ou agosto, quando a planta está em período de dormência e sem folhas, e a segunda cinco meses mais tarde, quando a quantidade de flores diminuir um pouco, para que ele volte a florescer”, diz o produtor. Em regiões de clima tropical, onde a espécie não entra em dormência, as podas podem ser quadrimestrais.
A Floricultura Úrsula (www.floriculturaursula.com.br) vende mudas de rosa-de-Sharon com 70 cm de altura por R$ 20, e a Ciprest Mudas de Plantas (www.ciprest.com.br) cobra de R$ 12 a R$ 18, conforme a cor, por mudas entre 30 cm e 40 cm de altura.
ROSA-DE-SHARON EM DETALHES
• Nome científico: Hibiscus syriacus
• Nomes populares: rosa-de-Sharon e hibisco-da-Síria
• Família: Malváceas
• Origem: nativa da China, a espécie foi amplamente hibridada e submetida a
melhoramentos
• Características: arbusto lenhoso, ereto e muito ramificado, de até 3 m
• Folhas: lanceoladas e com bordas denteadas, medem 10 cm de comprimento e caem no outono apenas nas regiões de clima subtropical
• Flores: com até 8 cm de diâmetro, podem ser brancas, rosadas, lilases ou bicolores, e ter pétalas simples ou dobradas. Despontam durante boa
parte do ano
• Solo: arenoargiloso, bem drenado e acrescido de matéria orgânica
• Luz: sol pleno
• Clima: subtropical, tolerante ao calor tropical
• Regas: diárias nos primeiros 15 dias e duas vezes por semana até a planta
completar três meses. Depois disso, tornam-se dispensáveis
• Plantio: abra um berço de 40 cm de diâmetro e 50 cm de profundidade,
preencha com uma mistura de terra do local e 200 g de torta de mamona ou
1 kg de húmus de minhoca e acomode a muda. Para a formação de renques e
cercas vivas, deixe 50 cm de distância entre as mudas. Se o plantio for em vaso, use um recipiente de até 15 litros preenchido com terra vegetal acrescida de 100 g de torta de mamona ou 500 g de humus de minhoca
• Adubação: na primavera, aplique NPK 10-10-10 ou de 10 g a 20 g de farinha de osso
• Podas: em regiões subtropicais, apare 30% dos ramos em julho ou
agosto e repita o procedimento cinco meses mais tarde, para estimular
novas brotações e ramificações. Em regiões de clima tropical, as podas
devem ser quadrimestrais
• Reprodução: por estaquia