Bem natural, este pequeno jardim encanta pela variedade de flores, cores, aromas e sabores
TEXTO SOLANGE BASSANEZE | FOTOS VALERIO ROMAHN
PRODUÇÃO AIDA LIMA | PAISAGISMO RODRIGO OLIVEIRA
O espaço nos fundos da casa em São Paulo era pequeno: apenas 100 m². Mas o engenheiro agrônomo e paisagista Rodrigo Oliveira conseguiu transformá-lo em um belíssimo jardim, onde a família pode receber os amigos e apreciar a beleza e o aroma das plantas, que florescem em diferentes épocas do ano.
Entre as espécies cultivadas, destacam-se frutíferas como a jabuticabeira (Myrciaria cauliflora) (1) e a macieira (Malus domestica), (2) e floríferas como a azaleia (Rhododendron hybrid – Southern Indica Hybrid Group) (3) e a lavanda (Lavandula dentata) (4). “Distribuí as plantas de forma casual para dar a sensação de que elas já estavam aí, pois não existe uma ordem na Natureza”, diz o profissional. O resultado é um espaço que lembra muito os cottage garden ingleses.
Para receber os amigos
O pátio com uma mesa de seis lugares é o ambiente central do jardim. Ele foi revestido por piso Castelatto, para que os móveis não danificassem a grama-esmeralda (Zoysia japonica) (1), e mobiliado com uma mesa de madeira teca e cadeiras de fibra natural que pertenciam aos proprietários.
Com exceção do jasmim-manga (Plumeria rubra) (2) que já estava no terreno, todas as demais plantas foram trazidas por Oliveira. “Para atender a um pedido dos clientes, dei preferência às espécies de clima frio”. Entre as floríferas escolhidas por ele estão a murta (Murraya paniculata) (3), que se enche de flores brancas e perfumadas no final do verão, a azaleia (4), que mostra todo seu esplendor entre o outono e o inverno, e a esponjinha (Calliandra brevipes) (5) e a lavanda (6), cujas floradas ocorrem entre a pimavera e o verão.
A distribuição das plantas em camadas – as mais altas junto ao muro e as menores, como a minirrosa (Rosa hybrid – Miniature Group) (7) e a grama-amendoim (Arachis repens) (8) – dá a sensação de que o jardim é mais amplo.
Plantas até na parede
As plantas estão presentes, inclusive, na fachada da casa, onde uma glicínia (Wisteria floribunda) (1) e uma rosa-trepadeira (Rosa hybrid) (2) sobem pela parede de tijolinhos e bordam as esquadrais de madeira. “Elas foram conduzidas em um painel construído com linha de pesca e pitão de aço que fica praticamente invisível”, explica o engenheiro agrônomo. O efeito é fantástico, principalmente quando elas estão floridas.
Já o vaso com petúnias (Petunia x hybrida ‘Multiflora’) (3) disposto em um cachepô de ferro traz as plantas para a mesa de refeições.
Corredor verde
O corredor lateral é uma extensão do jardim. Porém, devido à sombra que inviabiliza o crescimento da grama, ele teve o piso forrado por pedriscos. As murtas (1) cultivadas em um canteiro estreito formam um renque junto ao muro. Já junto à casa destaca-se, além das trepadeiras que encobrem a fachada, um vaso de cimento com acabamento terracota da Z’ figueiredo onde é cultivada uma camélia (Camellia japonica) (2). “Essas espécies suavizam a diferença de altura entre a fachada e o muro e evitam que as pessoas se sintam pequenas entre as duas paredes”, diz Oliveira.
Apesar de contar com uma grande variedade de plantas, o jardim não requer muita manutenção e, como diz o engenheiro agrônomo, é amigo do tempo: “Quanto mais as plantas crescem, mais bonito o espaço fica”.