Plantar uma mangueira no jardim é fácil. Difícil é escolher apenas um entre as centenas de cultivares à venda no Brasil. Tem até variedades compactas, próprias para vasos e pequenos espaços

TEXTO GABI BASTOS | FOTOS VALERIO ROMAHN

‘Palmer’, ‘Tommy’, ‘Atkins’, ‘Haden’… nos supermercados e feiras livres, essas variedades de manga (Mangifera indica) podem até reinar absolutas, mas quando o assunto é o cultivo no jardim elas estão longe de ser as únicas representantes dessa frutífera. “Na última vez que contei, eram mais de 1.600 cultivares em todo o mundo”, diz o colecionador Sérgio Sartori, que mantém no sítio Estância das Frutas, no interior de São Paulo, 146 variedades de manga.

Em comum, todas elas têm os frutos saborosamente doces, mas a textura da polpa, o formato e o tamanho variam bastante – mais um motivo para você apostar nesses cultivares menos convencionais na hora de escolher uma mangueira para plantar no seu jardim. A maior parte delas precisa de espaço amplo para se desenvolver, pois a copa frondosa da árvore pode passar dos 30 m de diâmetro. Entretanto, existem algumas variedades mais compactas, ideais para pequenos jardins e que podem ser mantidas até mesmo em vasos. Confira algumas dessas raridades cultivadas por Sartori e escolha sua favorita:

Manga-bertanha (Mangifera indica ‘Bertanha’)

No caso deste cultivar, o tamanho dos frutos é sim documento: cada um mede cerca de 26 cm de comprimento e pode pesar 1,3 kg. Eles têm polpa suave e quase sem fibras.

Manga-foice (Mangifera indica ‘Foice’)

O nome da espécie é uma alusão ao formato dos frutos, que lembra muito o de uma foice. Eles estão entre os mais saborosos e, como a polpa é fibrosa, o plantio desta variedade é indicado para quem gosta das mangas com fiapo.

Manga-pêssego (Mangifera indica ‘Pessego’’)

Basta olhar para os frutos para descobrir por que a espécie recebeu esse nome: eles são pequenos e nascem em cachos. Como a arvoreta é pequena, vai muito bem em jardins compactos e até em vasos.

Manga-nan-doc-mai (Mangifera indica ‘Nan Doc Mai’)

A manga mais popular da Tailândia é suculenta e sem fibras, do jeitinho de que o brasileiro gosta. Só não é cultivada pelos produtores comerciais daqui porque, depois de colhidos, os frutos estragam em poucos dias. É perfeita para se ter no jardim e saborear mangas colhidas direto do pé.

Manga-chok-anan (Mangifera indica ‘Chock Anan’)

Também chamada de manga-mel, é uma das mais adoradas na Tailândia e costuma florescer e frutificar duas vezes por ano. Há quem a consuma ainda verde, em saladas e pratos salgados.

Manga-taquari (Mangifera indica ‘Taquari’)

A casca arroxeada, quase negra, confere um colorido todo especial aos frutos desta mangueira. Eles são compridos, com pouca fibra, ótimos para o consumo in natura e para o preparo de sucos, geleias, sorvetes e compotas. Como a árvore não passa de 4 m de altura, é indicada para pequenos jardins.

Manga-coquinho (Mangifera indica ‘Coquinho’)

Também conhecida como manga-ouro ou manguita, tem porte compacto e é uma das mangueiras de mesa mais cultivadas em pomares domésticos no Brasil. Seus frutos de 7 cm de diâmetro parecem bolas de bilhar, com polpa doce e caroço grande.

BEABÁ PARA O CULTIVO DA MANGUEIRA

Típica de clima tropical, a mangueira vai muito bem em todo o Brasil – exceto em regiões litorâneas, onde o excesso de umidade dificulta a frutificação. Como as mudas são produzidas por enxertia, os frutos começam a brotar rapidinho – cerca de dois anos após o plantio – e ficam no ponto para o consumo no verão. Quando deixada crescer livremente, a espécie-tipo pode chegar aos 20 m de altura, mas é possível contê-la com podas para que fique mais baixa – a recomendação do colecionador Sergio Sartori é deixá-la com 3 m, para facilitar a colheita dos frutos. A espécie é fácil de ser encontrada em garden centers, mas, para adquirir os cultivares diferenciados apresentados nesta reportagem, só mesmo recorrendo a viveiros especializados. Na Ciprest Mudas e Plantas (www.ciprest.com.br), eles custam entre R$ 18 e R$ 38.

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