O nosso singelo abricó-de-macaco para os conquistadores europeus era a árvore-das-balas-de-canhão, um presente muito valorizado que ganhou o mundo. Foto: Daniel Dat_Shutterstock
POR: Roberto Araújo – Revista Natureza
A amazônica Couroupita guianensis não tem nada demais para nós brasileiros. É um simples, e belo, abricó-de-macaco. Mas para os exploradores europeus que rodaram o mundo a partir do século 16 seus frutos eram perfeitas balas de canhão. Algo sensacional para guerreiros como eles. Muito exótica pelas belíssimas flores que tomam conta do seu caule e, especialmente, pelos frutos esféricos com casca lenhosa que atingem facilmente os 25 cm de diâmetro, tornou-se presente para reis, poderosos e até religiosos.
Na Índia, é sagrada para os hindus e é cultivada nos templos de Shiva. No Sri Lanka, a “cannonball tree” é uma das maiores atrações do Jardim Botânico Real de Peradeniya, um presente do Rei George V em 1901. Foi assim, militarizada, que a árvore que era dos índios e dos macacos ganhou o mundo.