Visitamos o refúgio do famoso pintor impressionista em Giverny e descobrimos as belezas que vão muito além do famoso lago de ninfeias eternizado em suas pinturas
– Por Christiane Fenyö | Reportagem Aida Lima | Fotos Valerio Romahn
Tintas são a base do trabalho de qualquer pintor. Mas não de Claude Monet (1840-1926). Algumas das telas pintadas com pinceladas leves, e que renderam ao artista o título de mestre do impressionismo, são o ato final de um trabalho bem mais complexo, que começava no jardim de sua casa. É que, antes de criar com tinta obras como as da série Nenúfares, Monet usou árvores frutíferas, plantas ornamentais e uma infinidade de floríferas – mais de 1.800 espécies diferentes – para criar na vida real as paisagens sempre floridas que até então só existiam em sua mente.
Tudo começou em 1883, ano em que o artista se mudou com a família para Giverny, cidade a 75 km
de Paris, na França. Encantado com a Natureza exuberante do local, o paisagista – como ele fazia questão de se intitular – criou dois espaços distintos: Clos Normand, o jardim de flores que cerca a propriedade; e o Jardim d’Água, onde fica o famoso lago de ninfeias cortado por uma ponte japonesa.
O que mais fascinava Monet é que a monotonia não tinha vez em Giverny: o colorido do lugar mudava ao longo do ano juntamente com a florada das diferentes espécies. Não à toa, tornou-se a principal fonte de inspiração para as obras do pintor. Daí a sensação de que visitar os jardins do artista é como entrar em seus quadros.

O lago de ninfeias, com a ponte japonesa coberta por glicínias, é o recanto mais icônico dos jardins de Monet
ESPAÇOS ACONCHEGANTES
Para construir o lago natural que abriga o Jardim d’Água, Monet represou parte da água de um riacho. Além das famosas ninfeias, outras floríferas salpicam cor no entorno do reservatório. A “moldura” do cenário fica por conta do chorão (Salix babylonica) (1), cujos ramos longos e pendentes se debruçam sobre a água.
Clos Normand, o jardim de flores, é um espetáculo só: caminhos retilíneos cortam os canteiros repletos de floríferas coloridas. É impossível não parar para apreciar uma a uma espécies como a plumosa amaranta-roxa (Amaranthus hypochondriacos) (2) cercada por dálias.
espécie de túnel. E nem só de cores, formas e texturas são feitos os canteiros: espécies como a lavanda (Lavandula angustifolia) (5) perfumam os caminhos.
UM MUNDO DE FLORES
A charmosa escadinha que leva à entrada da casa é decorada por grandes vasos de porcelana com petchoas (Petchoa ‘Supercal Series’) (10). Para manter os cenários impecáveis, um batalhão de jardineiros trabalha diariamente em Giverny.
PROGRAME SUA VISITA
• Horário de funcionamento: Mrs Macquaries Road Sydney NSW 2000
• Ingresso: € 9,50 para adultos e € 5,50 para crianças maiores de 7 anos
• Como chegar: Giverny fica a 75 km de Paris. Pegue o trem Paris-Rouen na estação Saint Lazare e siga até Vernon. Da estação, parte ônibus para Giverny a cada 15 minutos. A passagem custa € 4
• Outras informações: http://fondation-monet.com