Indústria catarinense investe em tratamento com ozônio e reuso para minimizar os efeitos da produção sobre os recursos hídricos e no impacto ambiental

POR: Aida Lima / FOTOS: Divulgação

O uso intensivo de água e a geração de resíduos continuam sendo grandes desafios para a indústria têxtil. Em Brusque (SC), a empresa Atlântica Cama e Banho tem adotado algumas estratégias que apontam caminhos possíveis para a redução de impactos ambientais no setor.

Entre as soluções implementadas está o tratamento de efluentes com ozônio, tecnologia ainda pouco comum na indústria nacional. O método utiliza o gás para oxidar e decompor contaminantes na água, aumentando sua concentração de oxigênio ao final do processo. Parte dessa água tratada já é reaproveitada internamente, e há planos para adotar um sistema de reuso completo.

Vista aérea da estação de Tratamento de Efluentes

Outro ponto em destaque é a redução no volume de lodo enviado a aterros sanitários. Com a instalação de um secador, o resíduo passou a ser desidratado, o que resultou em diminuição significativa no descarte e no uso de energia para transporte. A fábrica também utiliza insumos isentos de metais pesados e afirma monitorar toda a destinação de resíduos.

No que diz respeito ao consumo de água, a indústria opera com uma média de 4 litros por quilo de tecido beneficiado — índice abaixo do habitual no setor, que varia de 6 a 10 litros. Segundo a direção técnica, esse resultado está ligado à atualização de processos e ao uso de produtos de alto desempenho.

Com foco no meio ambiente, a produção da Atlântica propõe reflexões sobre sustentabilidade no meio têxtil

A empresa mantém ainda uma área de mata preservada com 20 nascentes e participa de iniciativas de reflorestamento de quase 1 milhão de m², com o plantio de 300 mil árvores. Embora essas ações estejam atreladas à estratégia institucional, elas trazem à tona discussões relevantes sobre a viabilidade de soluções mais sustentáveis em cadeias produtivas com alto consumo de recursos naturais.

Feitas em algodão cru e sem tingimento, as toalhas Aura Natural da Atlântica demandam 55% menos água na produção. A coleção de inverno 2025 da empresa destaca caminhos mais sustentáveis no setor têxtil, que incluem ainda ações de reflorestamento em larga escala