Assinado pela arquiteta paisagista Catê Poli e pelo paisagista João Jadão, especialista em Arquitetura da Paisagem, o elegante Jardim da Alameda, criado para a CASACOR São Paulo 2025, propõe um espaço de contemplação e permanência, com paisagismo prático protagonizado por folhagens tropicais e integração total com a arquitetura tombada do entorno
POR: Aida Lima FOTOS: Renato Navarro
A CASACOR São Paulo 2025 acontece pela primeira vez no Parque da Água Branca, na zona Oeste da capital, e ocupa o conjunto de prédios históricos tombados do local, com mais de 70 ambientes distribuídos entre salas, jardins e estruturas de apoio. Antes da abertura, a realização do evento no parque gerou críticas por parte de moradores e associações de bairro, que temiam a descaracterização da mata nativa, especialmente nas áreas de paisagismo. A organização da mostra, no entanto, afirma ter adotado critérios técnicos rigorosos para a seleção dos espaços verdes, com acompanhamento de especialistas e a garantia de que nenhuma intervenção permanente foi realizada no terreno. Todos os jardins foram montados com vasos e floreiras sobre o piso existente, e a desmontagem prevê a devolução integral do parque em seu estado original. O tema da edição deste ano, Semear Sonhos, inspira projetos que apostam em soluções mais sustentáveis, acessíveis e integradas ao espaço urbano — como o Jardim da Alameda, projeto da dupla de paisagistas Catê Poli e João Jadão.
O JARDIM
O paisagismo mostra como um projeto bem elaborado pode transformar o espaço urbano em lugar de pausa e contemplação. Instalado entre dois prédios históricos do Museu Geológico do Parque da Água Branca, o jardim respeita o tombamento do entorno e se integra à paisagem tropical existente, criando um percurso silencioso mas convidativo.
No espaço, vasos, floreiras, móveis e luminárias foram pensados de forma prática e são fáceis de mover. Nada é fixo, mas tudo está ancorado pelo verde exuberante. No jardim, o protagonismo é das folhagens tropicais, com volumes generosos e nuances de verde que se destacam ainda mais com a luz natural filtrada pelas copas das árvores do entorno.
O destaque vai para os quatro cambucás inseridos no paisagismo — frutíferas nativas de grande porte — e para as jabuticabeiras-sabará, cercadas por uma seleção de folhagens, como filodendro-ondulado, ciclanto, maranta-charuto, areca-triandra, dracena-arbórea, helicônia-bihai, palmeira-fênix, guaimbê e líriope-verde, dispostas em cerca de 60 recipientes, entre vasos cerâmicos da Organne e floreiras metálicas Firgal.
À noite, o jardim ganha um belo efeito com a iluminação assinada por Carlos Fortes, responsável pela valorização das fachadas com luz linear, dos troncos com focos direcionados e de vasos e arbustos com pontos de luz pontuais. Pensado como um lugar de convivência, o espaço também acolhe quem deseja fazer uma pausa no percurso da mostra. As poltronas e chaises da Hio Decor, moldadas em espuma maciça e revestidas com tecidos outdoor, completam a ambientação com conforto e leveza. Um jardim simples, mas cheio de intenções, que coloca o tempo presente no centro da experiência.
SERVIÇO
CASACOR São Paulo 2025
Parque da Água Branca — Rua Dona Ana Pimentel, 37, portaria G4
De 27 de maio a 03 de agosto de 2025
Terça a domingo, das 11h às 21h
Bilheteria física até 19h / digital, clique aqui
