Durante o inverno, a coroa-da-imperatriz some do canteiro, mas no verão ela encanta com flores chamativas

TEXTO LAURA NEAIME | FOTOS VALERIO ROMAHN

Linda e de coloração viva, a coroa-da-imperatriz (Scadoxus multiflorus), também conhecida como lírio-sangu-salmão, é capaz de alegrar qualquer jardim no verão. Nesta época, a planta apresenta inflorescências globosas muito vistosas – elas medem cerca de 15 cm de diâmetro – que lembram fogos de artifício estourando no céu. A florada dura cerca de um mês e é responsável pelo nome científico da espécie: em grego, Scadoxus significa “guarda-chuva glorioso”. Já o termo multiflorus (do latim) é uma referência às cerca de 200 flores que compõem cada inflorescência.

As inflorescências da coroa-da imperatriz parecem fogos de artifício

Quando o mês de junho se aproxima, a coroa-da-imperatriz perde as folhas – elas adquirem um tom amarelado antes de cair – e entra em dormência, despertando novamente apenas na primavera. Originária da África do Sul, a planta é típica de clima subtropical, mas tolera o calor tropical.

Como cultivar

Ao contrário da maior parte da bulbosas, a coroa-da-imperatriz não precisa ser enterrada muito fundo. O bulbo deve ficar próximo à superfície, levemente aparente. O ideal é cultivar a espécie em vasos, já que ela desaparece por completo quando perde as folhas. Na hora de selecionar o recipiente, escolha um modelo fundo, para que as raízes tenham espaço para se desenvolver.

Caso opte por cultivar a planta em canteiros, posicione-a entre outras espécies de porte menor, para o canteiro não fica vazio nesse período. “Uma boa ideia é misturar a coroa-da-imperatriz com suculentas, já que ambas as plantas requerem pouca água: uma rega semanal é suficiente”, sugere o produtor Kazuo Takebayashi.

A engenheira agrônoma Patrícia Paiva aconselha manter o bulbo sob a terra mesmo quando a planta estiver sem folhas. Já Takebayashi recomenda não regá-la ou adubá-la entre os meses de junho a agosto – se ela estiver em vaso, o recipiente pode ser escondido no jardim.

Por se tratar de um bulbo – um caule subterrâneo que acumula nutrientes –, a coroa-da-imperatriz não precisa de muitos fertilizantes. Duas adubações anuais são o suficiente: uma no outono, com húmus de minhoca ou esterco bem curtido, e outra na primavera com NPK 4-14-8. Ministre os fertilizantes em pequenas porções e não aplique-os diretamente na planta, mas na terra ao redor dela.

A espécie deve ser cultivada sob meia-sombra, em solo rico em matéria orgânica, bem drenado e mantido úmido. A propagação é pela divisão dos bulbilhos que nascem grudados no bulbo-mãe. A primeira florada ocorre dois anos após o plantio.

Coroa-da-imperatriz em detalhes

  • Nome científico: Scadoxus multiflorus
  • Nome popular: coroa-da-imperatriz, lírio-sangu-salmão
  • Família: amariliadáceas
  • Origem: África do Sul
  • Características: bulbo de até 50 cm de altura
  • Flores: são vermelho-salmão e surgem em grande quantidade, agrupadas em uma inflorescência globosa de cerca de 15 cm de diâmetro
  • Solo: rico em matéria orgânica, solto, bem drenado e mantido úmido
  • Luz: meia-sombra
  • Clima: subtropical
  • Regas: uma vez por semana
  • Adubação: duas aplicações anuais, uma de NPK 4-14-8 e outra de húmus de minhoca ou esterco bem curtido
  • Propagação: por divisão dos bulbilhos que nascem grudados no bulbo-mãe