Veja como é fácil e rápido produzir em casa suas próprias abóboras para usar na culinária
TEXTO LAURA DOUBEK |FOTOS VALERIO ROMAHN
Na mesa, a abóbora tem lugar cativo em sopas, receitas salgadas e até mesmo sobremesa. Na feira, chama atenção de longe, não só pelo tamanho avantajado de algumas variedades, mas também pela diversidade de formatos e cores em que é encontrada. Já quando o assunto é o cultivo no jardim, são poucos os que se atrevem a plantá-la. Uma pena, já que a planta rasteira é rápida no gatilho e precisa de apenas 90 dias a partir da semeadura para dar os primeiros frutos.
Nativa das Américas, as abóboras pertencem ao gênero Curcurbita – que engloba desde as abobrinhas até as morangas gigantes. Cultivadas pelos indígenas que viviam por aqui, elas foram levadas à Europa pelos colonizadores portugueses e espanhóis, onde deram origem a centenas de híbridos com frutos nos mais diversos tamanhos, cores, formas e gostos. Hoje, apenas no Brasil, são reconhecidos mais de 400 cultivares.
Diversidade sem fim
A aboboreira é uma planta anual e rasteira dotada de gavinhas, um órgão de fixação capaz de se “agarrar” em estruturas, e que, por isso, pode se comportar como uma trepadeira. Sua ramagem densa pode chegar aos 5 m de comprimento, e os cultivares mais populares no país pertencem a duas espécies principais: a Cucurbita moschata e a Cucurbita maxima. O primeiro grupo engloba as abóboras compridas e alongadas, popularmente conhecidas como abóboras-de-pescoço. Elas vão bem em saladas e doces e são as variedades utilizadas no preparo do famoso doce de abóbora.
Os cultivares da Cucurbita maxima, por sua vez, produzem frutos redondos, densos e com a casca bem rígida. Podem ser usados no preparo de sopas e o mais famoso deles, a moranga, é ingrediente essencial do famoso camarão na moranga.
Outra abóbora que faz sucesso é a abóbora-japonesa ou cabotiá (Cucurbita ‘Tetsukabuto’), um híbrido entre a Cucurbita moschata e a Cucurbita maxima. Mais seca, ela é indicada para purês e massas.
Muitas abóboras, uma só técnica de cultivo
As regras para o cultivo da abóbora são sempre as mesmas, independentemente da variedade escolhida. Elas podem ser plantadas em todo o Brasil, mas requerem cuidado especial na Região Sul, por conta do clima mais frio. Por lá, a dica é cultivar a espécie apenas nos meses mais quentes do ano, para não prejudicar a frutificação, como explica a técnica agropecuária da Isla Sementes Daniele Dominski: “Temperaturas abaixo dos 10 ºC podem comprometer a germinação da planta, enquanto as muito altas podem afetar a produção, a qualidade dos frutos e até mesmo queimá-los”. Segundo ela, os maiores índices de sucesso são em regiões onde o termômetro marca entre 20 ºC e 27 ºC.
Sol pleno e bastante umidade são outros fatores essenciais para o bom desenvolvimento da espécie. A regra geral é regar a aboboreira diariamente, mas vale sempre verificar se o solo não está úmido antes de molhar, pois o exagero nas irrigações pode favorecer o aparecimento de doenças.
O plantio das sementes geralmente é feito em uma sementeira e, depois, as mudinhas são transplantadas para um berço bem amplo para que as raízes da planta, que são bem volumosas na fase adulta, encontrem solo fértil para crescer. Depois é só aguardar o surgimento dos frutos.
Ricos em fibras, vitaminas e minerais, eles fazem um bem danado à saúde e, na hora de servir as receitas, você ainda poderá se orgulhar e dizer: fui eu quem fiz, com as abóboras orgânicas da minha horta.