Esculturas de mármore, palmeiras majestosas e canteiros com flores e folhagens topiadas convivem harmonicamente neste jardim

Texto Marina Gabai | Paisagismo Marcelo Novaes

Opedido que o arquiteto paisagista Marcelo Novaes recebeu da proprietária desse jardim no interior de São Paulo foi claro: um projeto clássico com muitas flores para valorizar as esculturas de mármore que ela já tinha. O profissional, que adora trabalhar com plameiras, deu um jeito de inseri-las na receita, o resultado foi um jardim que lembra muito os encontrados na região do Mediterrâneo.

A vocação clássica do projeto é evidenciada pela predominância dos tons claros das paredes e do piso – esse último de mármore – e pelos canteiros de linhas bem definidas, delimitadas por buxinhos (Buxus sempervirens) (1) topiados. As flores tão requisitadas pela proprietária despontam tanto de espécies perenes – caso dos agapantos (Agapanthus africanus) (2) – quanto de anuais, como os beijos-pintados (Impatiens × hawkeri) (3). As imponentes palmeiras-tamareiras (Phoenix canariensis) (4), por sua vez, trazem verticalidade ao espaço.

ENTRE ESCULTURAS E ROSAS

Grandes estrelas do projeto paisagístico, as esculturas de mármore estão por todos os lados: algumas aparecem no meio dos espelhos d’água, enfileirados ao longo do eixo principal do jardim; outras em pedestais junto ao muro, emolduradas por treliças com aberturas em forma de arco e revestidas por rosas-trepadeiras (Rosa hybrid) (5). De ramagem delicada, a espécie suaviza a aridez do muro e ainda deixa o jardim muito mais bonito na primavera, quando começam a pipocar suas flores.

A delicada treliça com aberturas em forma de arco serve de suporte para a rosa-trepadeira e deixa mais interessante o visual das paredes

Por serem as plantas preferidas da proprietária, as rosas (Rosa hybrid) (6) – dessa vez em sua versão arbustiva – também marcam presença nos canteiros. Elas foram conduzidas para adquirir porte de arvoreta e, como sua florada multicolorida coincide com a dos agapantos (7) e dos beijos-pintados (Impatiens × hawkeri) (8), o jardim vira um espetáculo.

Os beijos-pintados, que precisam ser trocados anualmente, foram uma das espécies escolhidas para colorir os canteiros

O espaço conta ainda com um orquidário de 32 m² que segue a estética clássica do projeto.

O orquidário de estilo clássico está em total equilíbrio com as linhas retas dos canteiros e espelhos d’água

MOLDURA VERDE

Além das treliças, jardins verticais projetados pela arquiteta paisagista Rafaela Novaes contribuem para deixar mais interessantes os muros que delimitam a propriedade e destacar a beleza das esculturas de mármore. Neste – que fica no piso superior da área externa e serve de pano de fundo para uma fonte –, begônias-asa-de-dragão (Begonia ‘Dragon Wing’) (9) foram dispostas nas bordas, enquanto a parte central é ocupada pelas samambaias-selvagens (Nephrolepis exaltata) (10). No chão, em meio à forração de tapete-inglês (Persicaria capitata) (11), despontam de maneira esparsa alguns buxinhos (12) topiados em forma de bola para reforçar a estética clássica do paisagismo.

As jardineiras que servem de guarda-corpo para quem desfruta da área de estar próximo à fonte abrigam rosas-arbustivas (13), cujas flores enchem a paisagem de cor e garantem a integração com as demais áreas do jardim.

No jardim vertical, as samambaias criam um pano de fundo verde para a fonte com a estátua de mármore, enquanto as begônias pincelam um pouco de vermelho na composição

Rosas cultivadas em jardineiras deixam ainda mais agradável esta área de convivência no jardim

JARDIM SECRETO

Um cantinho mais reservado da área externa guarda como surpresa mais uma fonte suntuosa. Por conta do formato arredondado, ela foi instalada no centro do espaço, cujo piso é todo forrado por grama. Para chegar até ela, basta percorrer o caminho de pisadas de mármore, entremeadas por buxinhos (14).

Assim como no restante do jardim, as flores, que eram exigência da proprietária, aparecem na forma de beijos-pintados (15) e rosas-arbustivas (16). Já a verticalidade do projeto é garantida pelas esculturais patas-de-elefante (Beaucarnea guatemalense) (17), plantadas junto a uma das construções.

No jardim vertical que encobre um dos muros de cima a baixo, antúrios (Anthurium andraeanum) (18) e samambaias diversas (19) se misturam, criando um vistoso jogo de cores e texturas.

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