Rústica e fácil de cultivar, a justícia-vermelha se transforma no centro das atenções toda vez que se enche de flores

TEXTO ANA LYGIA COSTA | FOTOS VALERIO ROMAHN

Quando a justícia-vermelha (Megaskepasma erythrochlamys) se enche de flores, não tem para ninguém: ela atrai todas as atenções no jardim com suas inflorescências vermelho-vibrante. Não que ela passe batido quando não está florida – suas folhas grandes e ovaladas, com um belo colorido verde-brilhante, também chamam a atenção –, mas não é nada que se compare ao espetáculo da floração que se estende pelo menos até o outono. “Em regiões de clima ameno, desde que a planta seja podada anualmente, a floração pode durar até oito meses. Nas regiões tropicais, é ainda mais longa: só para durante o inverno”, explica o produtor Edilson Giacon, da Ciprest Mudas e Plantas.

Também conhecida como capote-vermelho e manto, o arbusto originário da Venezuela, Costa Rica, Panamá, Honduras e Suriname pode medir até 3 m de altura. Suas inflorescências espigadas despontam acima da folhagem e chamam a atenção não por causa das flores propriamente ditas, que são brancas e pequenas, mas por conta das brácteas vermelhas que às envolvem. O conjunto ainda oferece como bônus a visita dos beija-flores.

Escondidas em meio às brácteas vermelhas, as florzinhas da espécie são ricas em néctar e atraem beija-flores

Isolada ou em cercas vivas

No paisagismo, a justícia-vermelha pode ser cultivada isolada, como planta de destaque, em grupos ou formando cercas vivas ornamentais. Cria um contraste especialmente interessante quando dispostas diante de paredes claras, que destacam ainda mais seu colorido. Também é muito comum encontrá-la em parques tropicais mundo afora. “Fica linda junto a palmeiras e outras plantas tropicais”, explica Edilson Giacon.

Indicada principalmente para regiões de clima tropical, a espécie forma uma copa volumosa e não se adapta ao cultivo em vasos. No entanto, nada impede seu plantio junto a paredes, uma vez que ela é fã de meia-sombra.

Pouco exigente quanto ao cultivo, deve ser plantada em solo rico em matéria orgânica e bem drenado. As podas anuais, feitas sempre após o final da floração, consistem no corte dos ramos em cerca de 50%, para estimular novas brotações e revigorar o arbusto.

O contraste das inflorescências vermelhas com as folhas grandes e verde-brilhantes assegura que a justícia-vermelha não passe batido no jardim

Na Ciprest Mudas de Plantas (www.ciprest.com.br), exemplares de aproximadamente 60 cm de altura custam cerca de R$ 15.

Justícia-vermelha em detalhes

  • Nome científico: Megaskepasma erythrochlamys
  • Nomes populares: justícia-vermelha, capote-vermelho e manto
  • Família: Acantáceas
  • Origem: Venezuela, Costa Rica, Nicarágua, El Salvador, Honduras, Panamá e Suriname
  • Características: arbusto perenifólio semilenhoso, ereto, ramificado e volumoso. Pode medir até 3 m de altura
  • Folhas: grandes, ovaladas e perenes, elas são verde-brilhante com nervuras bem marcadas
  • Flores: pequeninas e brancas, são envoltas por brácteas avermelhadas e atraem beija-flores para o jardim. Agrupam-se em inflorescências vistosas que despontam acima da folhagem da primavera até o outono
  • Solo: profundo, bem drenado e rico em matéria orgânica
  • Luz: meia-sombra, mas tolera sol pleno em regiões mais frias
  • Clima: tropical, tolerante ao frio subtropical onde não ocorram geadas
  • Plantio: abra um berço de 40 cm x 40 cm, acomode a muda e depois preencha com a terra retirada do local, acrescida de 1 kg de esterco de curral e 5 litros de composto orgânico
  • Regas: no primeiro mês após o plantio, molhar a planta dia sim, dia não. No segundo mês, regue-a duas vezes por semana e, a partir do terceiro mês, reduza a frequência das irrigações para uma vez por semana
  • Adubação: nos meses de fevereiro, agosto e novembro, incorpore ao solo uma mistura de 5 litros de composto orgânico e 1 kg de esterco de curral
  • Poda: uma vez ao ano, sempre após o fim da floração, corte os ramos pela metade para estimular novas brotações
  • Reprodução: por estaquia