Com nervuras e talos amarelos, laranja, rosa ou vermelhos, a acelga-ornamental faz da horta um arco-íris
Texto Marina Gabai
Da acelga tradicional, de folhas verdes com nervuras esbranquiçadas, todo mundo conhece o visual e o sabor. O mesmo, no entanto, não se pode dizer de sua prima, a acelga-ornamental (Beta vulgaris subsp. cicla var. flavescens ‘Bright Lights’). Com folhas capazes de transformar o jardim em um arco-íris com seu colorido vibrante.
Nas folhas propriamente ditas são apenas dois tons: verde ou vinho. Já as nervuras e os talos chamam a atenção de longe por, conforme o cultivar da herbácea, serem brancos, amarelos, cor-de- rosa, laranja e até vermelhos. Independentemente da opção escolhida, uma coisa é certa: a acelga-ornamental não passará batida.
NA HORTA E NO PAISAGISMO
Ao contrário da acelga tradicional, que tem seu cultivo restrito à horta, a espécie ornamental também pode ser plantada em canteiros e até em vasos, para dar um ar diferenciado ao jardim. Vale cultivá-la sozinha, combinar vários tons da espécie em um mesmo canteiro ou recipiente, e até mesmo misturá-la com outras plantas – o único requisito neste caso é que todas tenham as mesmas exigências de cultivo. Tudo isso com o bônus de as folhas serem comestíveis e poderem ir do jardim direto para a mesa.
Rica em antioxidantes e nutrientes como o cálcio e magnésio, a acelga-ornamental fica uma delícia crua em saladas; refogada com outros legumes e hortaliças; no recheio de tortas e massas; e até substituindo a couve nos tradicionais charutinhos da culinária árabe.
CULTIVO DESCOMPLICADO
Rústica por Natureza, a acelga-ornamental não tem grandes segredos de cultivo: deve ser plantada em solo rico em matéria orgânica, em berços de 25 cm de diâmetro por 25 cm de profundidade preenchidos com terra retirada do local acrescida de cinco litros de composto orgânico. Para o plantio em vaso, escolha um recipiente de cerca de 30 cm de altura por 30 cm de diâmetro, prepare uma camada drenante com argila expandida e manta bidin, e depois acrescente terra para plantio misturada com cinco litros de composto orgânico.
Para manter a planta sempre saudável, basta regar a cada dois dias as plantas que estiverem em vasos e duas vezes por semana as cultivadas em canteiros. Já no que se refere às adubações, duas aplicações anuais – uma de fertilizantes orgânicos e outra de químicos – é o suficiente. “Na primavera, use 20 g de NPK 10-10-10. Já no outono, escolha entre 20 g de esterco de galinha ou farinha de osso”, indica Cristiano Kuhn, da Floricultura Úrsula.
Cerca de um mês após o plantio da muda, as folhas da acelga-ornamental já estão prontas para serem colhidas e incorporadas às receitas, e o ideal é começar cortando as mais externas, que são as mais velhas. Caso as folhas não sejam consumidas e comecem a murchar, Kuhn recomenda uma poda de limpeza. “Corte-as com uma tesoura de poda e deixe apenas 5 cm do talo”, explica.
Na Floricultura Úrsula (www.floriculturaursula.com.br), mudas de acelga-ornamental em vaso tamanho 14 são vendidas por R$ 5,70.
ACELGA-ORNAMENTAL EM DETALHES
• Nome científico: Beta vulgaris subsp. cicla var. flavescens ‘Bright Lights’
• Nomes populares: acelga-ornamental
• Família: Amarantáceas
• Origem: Europa
• Características: hortaliça com talos longos e firmes, que conforme o cultivar podem ser brancos, amarelos, cor-de-rosa, laranja ou vermelhos
• Folhas: medem de 15 cm a 25 cm e podem ser verdes ou cor de vinho. São saborosas e podem ser consumidas cruas ou cozidas
• Flores: pequenas e verde-claras, se agrupam em uma inflorescência de pouco valor ornamental
• Luz: sol pleno
• Solo: rico em matéria orgânica e bem drenado
• Clima: típica de clima subtropical, tolera também o clima tropical de altitude, desde que não ocorram geadas. A temperatura ideal para seu cultivo é entre 15° C e 19° C
• Plantio: para plantar a acelga-ornamental direto no solo, abra um berço de 25 cm x 25 cm e preencha-o com uma mistura de terra retirada do local e 5 litros de matéria orgânica. Para o plantio em vaso, escolha um recipiente de 30 cm altura por 30 cm de diâmetro, faça uma camada drenante com argila expandida e manta geotêxtil, e depois preencha-o com terra para plantio
misturada a 5 litros de matéria orgânica
• Regas: molhe os exemplares em vaso a cada dois dias. Para as plantas cultivadas em canteiros, duas regas semanais são o suficiente
• Adubação: aplique 20 g de NPK 10-10-10 na primavera e 20 g de esterco de galinha ou farinha de osso no outono
• Podas: para colher as folhas para consumo, retire-as delicadamente quando
estiverem do tamanho desejado. Se as folhas não forem colhidas e começarem a murchar, faça uma poda de limpeza, deixando apenas 5 cm do talo
• Reprodução: por sementes