
São 18 ambientes que unem arte e natureza
TEXTO E FOTOS: Aida Lima

A Expoflora 2025, maior festa de flores da América Latina, já começou. Entre as atrações está a tradicional Mostra de Paisagismo, com 18 ambientes assinados por paisagistas, arquitetos e decoradores. Todos os projetos utilizam folhagens e flores de produtores de Holambra e região, incluindo lançamentos exclusivos.
As propostas exploram sustentabilidade, inovação e bem-estar, mostrando como integrar plantas e flores a diferentes estilos de vida, da decoração interna aos espaços urbanos. Espécies nativas, arranjos tropicais, materiais reaproveitados e soluções de design biofílico estão entre as escolhas que inspiram ambientes mais verdes, funcionais e acolhedores.
Ambiente 01 – Um jardim de memórias: o aconchego da casa da avó

Assinado pela paisagista Neide Tobias, o espaço remete à simplicidade das casas do interior, com janelas antigas pintadas de azul, cortinas com estampa xadrez e móveis de madeira. O cenário combina espécies floridas, como buganvíleas e dálias, além de várias folhagens tipo crótons, begônias, dracenas-cordiline e guaimbês.
O pergolado com esteiras de bambu com mobiliário e o reaproveitamento das janelas de demolição reforçam a ideia de soluções acessíveis e sustentáveis. O espaço sugere como pequenos detalhes podem criar um ambiente acolhedor, ideal para quem busca conforto visual e conexão com as lembranças afetivas.
Ambiente 02 – Espaço Cheio de Mistério

Assinado pelas irmãs Stellamaris e Ester Pezotti, o espaço propõe um refúgio que combina plantas tropicais, texturas naturais e detalhes rústicos. O ambiente faz referência à marca de café da família, que inspira a decoração e dá nome ao espaço.

Caminhos, recantos e arranjos criam sensação de descoberta, incentivando o visitante a explorar cada canto. O projeto valoriza tendências, com cerâmica, porcelanato, móveis rústicos em madeira e peças artesanais combinados com iluminação acolhedora e que aconchega.

Entre as espécies usadas na decoração interna destacam-se kalanchoes vermelhos, antúrios, samambaias, marantas, jiboias e peperômias-pendentes que reforçam o estilo tropical do espaço. O cantinho do café funciona como ponto de pausa e contemplação para criar conexão com o cotidiano e o contato a natureza.
Ambiente 03 – Um refúgio afetivo onde a natureza entra pela janela

Assinado por Danilo Pagani Gürtler, o espaço propõe um refúgio afetivo que combina plantas tropicais, materiais naturais e design biofílico. Com mobiliário de formas orgânicas, piso drenante e materiais de fácil manutenção, a decoração reforça a sustentabilidade.

Entre as folhagens e flores usadas para compor o ambiente destacam-se alpínias, afelandas e peperômias. O projeto também inspira soluções que podem ser reproduzidas, como canteiros criativos, parede com fontes em vasos e a combinação de cores e texturas naturais para trazer acolhimento e bem-estar.
Ambiente 04 – Encantos da Roça

O jardim marca o retorno da artista plástica Marisa Trippia à mostra de paisagismo da Expoflora. Batizado de Encantos da Roça, transforma elementos do campo em um jardim criativo e muito colorido, cheio de referências do campo. Objetos do cotidiano, como chapéis de caubói e rodas de carro de boi, foram reaproveitados como elementos decorativos, criando um espaço que une memória, arte e sustentabilidade. O projeto combina espécies como kalanchoes-amarelos, helicônias e costelas-de-Adão, formando composições que reforçam a conexão com a natureza e a rusticidade do campo. A paleta de cores e os elementos manuais valorizam o “faça você mesmo”, mostrando como pequenos detalhes podem trazer identidade e afeto ao ambiente.

Ambiente 05 – Jardim Encantado

Assinado pela paisagista Swenne Dragstra, o Jardim Encantado mostra que é possível criar um espaço lúdico e cheio de personalidade, integrando plantas e flores ao paisagismo.

A proposta incentiva o visitante a criar cenários coloridos, combinando espécies perenes com flores anuais em vasos, além de reutilizar materiais e explorar detalhes decorativos. Muitas das plantas utilizadas têm ciclo curto, o que torna a ideia ideal para compor espaços temporários, como festas ou momentos comemorativos.
Ambiente 06 – Harmonia ao Ar Livre

Neide Tobias, paisagista, e Carla Dadazzio, arquiteta e paisagista, criaram um refúgio verde que integra áreas de convivência e natureza. O projeto valoriza o contraste entre folhagens tropicais exuberantes e flores coloridas.

Redes de balanço, fibras naturais e móveis em madeira reforçam o clima de aconchego, compondo três ambientes: balanço para descanso e a área de descanso, mesa central para refeições e encontros e o lounge com poltronas. Entre os detalhes criativos estão um redário feito com pontaletes de eucalipto e o lustre artesanal, feito com formas de bolo e aro de moto que mostram como materiais reaproveitados podem se transformar em peças de design.
Ambiente 07 – Raízes do Brasil: Entre Folhas e Areias

Idealizado pela botânica paisagista Gisele Oliveira e pela arquiteta paisagista Luiza Bueno de Souza, ambas com pós-graduação em paisagismo pela UNESP, o espaço propõe um passeio por diferentes culturas populares brasileiras e ecossistemas, com destaque para regiões áridas do país. O projeto valoriza a biodiversidade e práticas sustentáveis, utilizando materiais reaproveitados, como a tradicional cerquinha de vara feita de galhos secos, além de kokedamas, mobiliário artesanal e gravuras que homenageiam a ilustradora botânica inglesa Margaret Mee.

Ambiente 08 – Aromas e Aconchego de Casa

Na estreia da paisagista Paulimara Pagani Rodrigues para a mostra de paisagismo da Expoflora, o jardim se inspira nos quintais tradicionais, combinando plantas aromáticas, canteiros de folhagens e kokedamas suspensas com móveis multifuncionais que reforçam o sentimento de lar.
Ambiente 09 – Jardim dos Sentidos

O Jardim dos Sentidos é uma experiência completa que envolve todos os cinco sentidos. Formas, cores e texturas são realçadas pela iluminação estratégica e pelo cobogó da Zeus Revestimentos, que une estética e funcionalidade. O som da água corrente cria sensação de calma, enquanto bambus, pedras e folhas estimulam o tato. Lavanda, alecrim e outras plantas aromáticas em tinas e vasos despertam o olfato, e frutíferas e ervas do próprio jardim oferecem experiências para o paladar.

O espaço está organizado em três estações — acolhimento, relaxamento e descanso — e combina elementos como fontes e bacias aquáticas autossuficientes. Materiais sustentáveis e reaproveitados, como bambu, cordas e luminárias artesanais, reforçam a proposta ecológica. Mais do que contemplar, o jardim convida os visitantes a experimentar e criar experiências sensoriais próprias, inspirando soluções que podem ser aplicadas em casa para promover bem-estar, conexão com a natureza e estímulo aos sentidos.

O projeto foi idealizado por Carla Dadazio, arquiteta e paisagista, com pós-graduação (Lato Sensu) em paisagismo pela UNESP, complementando sua sólida experiência profissional.
Ambiente 10 – Espaço Sentir: Jardim de Dentro

Criado pela arquiteta Tycillia Akane Tahara e pelo artista plástico Francisco Suelo, com colaboração do Grupo Sinal Verde e da engenheira civil Priscila Fortunato, o jardim propõe experiências sensoriais que combinam arte, paisagismo e afeto. As plantas dão cor ao ambiente, com antúrios, kalanchoes em variados tons e folhagens que delimitam o espaço. Materiais diversos no piso despertam sensações, assim como os elementos decorativos espalhados pelo jardim. Mais do que contemplar, o Jardim de Dentro homenageia Holambra e a união entre arte e natureza.
Ambiente 11 – Arquitetura Paisagística Sensível à Água: um pátio que transforma a relação com o território

O projeto é uma realização coletiva de Moringa Arquitetura da Paisagem, Goya Arquitetura, Satélite Studio e Jardim Vertical. O espaço integra soluções sustentáveis como jardins de chuva, jardins verticais e suspensos, além de construções em terra e taipa de pilão.
Com plantas nativas brasileiras, piso drenante e materiais reciclados, o projeto demonstra como o paisagismo pode ser sensível à água, aproveitando recursos naturais e reduzindo impactos ambientais. O pátio transforma a técnica ancestral da taipa de pilão em elemento construtivo do paisagismo e aplica conceitos de drenagem urbana sensível, permitindo o reaproveitamento da água em canteiros, jardins de chuva e floreiras modulares em alumínio e plástico reciclável, que se tornam autoirrigáveis. O ambiente inspira os visitantes a repensar a integração com a natureza e a consciência ecológica no planejamento de espaços urbanos e residenciais.

Ambiente 12 – Office Garden

O arquiteto Matheus Fernando Francisco da Cruz criou um ambiente que transforma o cansaço em resposta ao excesso, mesmo no local de trabalho. É um manifesto por espaços em que produtividade e bem-estar caminham lado a lado, integrados à natureza. O jardim propõe um escritório conectado ao canto dos pássaros, à luz natural, à brisa e ao movimento das plantas. A sustentabilidade é fio condutor do projeto, com madeira e tijolos de demolição, tinta de terra e outros acabamentos, muitos elaborados a partir de resíduos e materiais reaproveitados. O paisagismo combina folhagens rústicas e ornamentais, como calathea-melancia, maranta-tricolor, maranta-charuto, costela-de-adão, singônios, samambaias, afelandras e jiboias entre outras, oferecendo cores, aromas e texturas que enriquecem a experiência sensorial.
Ambiente 13 – Flor & Ser

Fabiana Vieira, paisagista com pós-graduação em paisagismo pela UNESP, e Fernando Comparoni, da Comparoni Paisagismo, criaram um espaço que é um convite à reconexão com a natureza por meio da biofilia. O projeto valoriza o reaproveitamento criativo, com elementos como piras de fogueira em bacias, paralelepípedos nos canteiros, piso de pedriscos e rachões de pedra e placas de MDF reutilizadas, que servem de suporte para pinturas botânicas. Folhagens exuberantes, como a rara costela-de-adão-variegada, filodendros, samambaias e ravenalas, envolvem a decoração biofílica e criam um ambiente acolhedor.

Ambiente 14 – O Jardim que não se curva

O Coletivo Cataia, formado por Renato Carriti, designer-arquiteto e paisagista, Vanessa Vieira, artista-floral e paisagista, e Yully Hollowatj, arquiteta-paisagista, propõe uma reflexão sobre a relação entre humanidade e natureza. Inspirado em tendências como o Jardim Naturalista, o ambiente celebra tanto a força da biodiversidade quanto a memória afetiva dos jardins brasileiros cultivados por mães e avós. Um paisagismo propositalmente maximalista, que combina farta vegetação e materiais reaproveitados, reforça o discurso sustentável, com madeira reciclada, piso feito com pedras residuais, peças garimpadas e mobiliário em upcycling. Destaques especialmente criados para a mostra incluem a escrivaninha Maurice, feita de pranchão de árvore caída com pernas de balaústres resgatados. O paisagismo inclui espécies da Mata Atlântica e do Cerrado, além de plantas exóticas já incorporadas ao paisagismo brasileiro.

Ambiente 15 – Onde eu queria estar

Daniela Cristiane Inácio Moreno e Raquel Cury transformam este refúgio tropical em um espaço de descanso e bem-estar. Piso de areia e tons de verde e terracota se combinam a pedras, flores e folhagens. Entre os destaques, a banheira de imersão Salerno, lançamento da Mondialle, é valorizada por um maciço de antúrios vermelhos.
Ambientes 16 e 17 – Descanso

O arquiteto e urbanista, Mateus Ramos, criou um refúgio do dia a dia, oferecendo contemplação e serenidade por meio de paisagismo com cores suaves e aromas relaxantes.

A parede com frase inspiradora e a fonte, ambos revestidos com piso cerâmico da Coleção Experiências (Grupo Fragnani Cerâmicas), formam um recanto de relaxamento e frescor, unindo estética e funcionalidade. O projeto inspira quem deseja transformar espaços com água e materiais duráveis.
Ambiente 18 – Paisagismo para o brincar com sentido

Stella de Wit, terapeuta ocupacional e especialista em inovação para a infância, propõe um espaço em que natureza e o brincar se encontram. Água, areia, grama e plantas nativas formam um terreno pensado para o desenvolvimento sensorial e emocional das crianças em especial as incluídas no espectro autista.

Em parceria com o Centro Paisagístico Gustaaf Winters, o projeto incorpora tendências como banho de floresta e waterfooting, que fortalecem a conexão com a natureza e auxiliam na regulação sensorial. O paisagismo prioriza espécies nativas e grama adequada para brincar, oferecendo liberdade com segurança. Destaque para a árvore literária, uma instalação construída com madeira reaproveitada da fábrica de brinquedos FFI (Fantástica Fabrica das Infâncias – Ecossistema da Ollytoys), marca de Stella que integra natureza, arte e literatura.
Água, areia e grama foram selecionadas para fornecer estímulos sensoriais equilibrados, transformando o brincar em experiência lúdica e educativa. O espaço inspira famílias a valorizar o contato com a natureza, criando memórias significativas e promovendo uma infância mais saudável, criativa e conectada ao essencial.

Espaço de Lançamentos: Natureza em Exposição

A mostra de paisagismo da Expoflora reserva um espaço exclusivo aos lançamentos de flores e plantas dos produtores de Holambra. Entre os destaques, estão o raro Philodendron spiritus-sancti, exibido em pódio, e a Dracena surculosa aurea. Essas novidades, devem chegar em breve às lojas de jardinagem e grandes garden centers.
SOBRE A EXPOFLORA
A Expoflora é a maior exposição de flores e plantas ornamentais da América Latina, realizada anualmente em Holambra, SP, para dar as boas-vindas à primavera e servir como vitrine das novidades e lançamentos da floricultura nacional. Os ingressos estão disponíveis no site oficial: www.expoflora.com.br e acesso inclui, além da Mostra de Paisagismo, o acesso à Exposição de Arranjos Florais, apresentações de Danças Típicas Holandesas, Chuva de Pétalas, Parada das Flores, Shopping das Flores, Museu Histórico Cultural de Holambra e shows ao vivo com fanfarra.
A edição 2025 acontece de 29 de agosto a 28 de setembro.
Alameda Maurício de Nassau, 675 – Centro, Holambra – SP
Sextas, sábados e domingos, das 9h às 19h